Busque Amor novas artes, novo engenho,
Luis de Camões
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
BUSCO VC
carlos
Busco a canção perdida no tempo,
O apelo galante do trovador,
Inspiração para minha lira,
Serena fonte que em mim transpira
Paz e ternura, fé e louvor...
Busco o céu, busco o luar,
As andorinhas do arrebol,
As florezinhas da primavera,
As esperanças da nova era,
O lusco-fusco do pôr-do-sol...
Busco o sorriso dos venturosos,
A apatia dos mal-amados,
O canto triste dos perdedores,
A alegria dos sonhadores,
Busco o desejo dos namorados...
Busco a ilusão, busco a bonança,
Busco a paixão, a fantasia,
O misticismo que d’alma jorra,
O despeitado que vai à forra,
Busco a mensagem da poesia...
Se tanto busco e busco tanto,
Tanto procuro, bem sei por quê...
Em cada verso, em cada trova,
A minha busca é minha prova:
Busco o amor... busco você!...
Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade, fingindo ser o que não sou, fingindo não ser o que sou, faço-o para atrair o outro e logo decubro que só atraio a outros mascarados distanciando-se dos outros devido a um estorvo: a máscara.
Gilbert Brenson Lazan
Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades e logo descubro que, ao não verem minha humanidade, os outros não podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.
Faço-o para preservar minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo, e, sim, da máscara.
Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro que aquilo que mais ofende às pessoas, das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.
Faço-o convencido de que é o melhor que posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo: o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas.
CADÁVER
Autor Desconhecido
Ofereceste teu coração à quem nunca soube teus sentimentos;
Abriste teu cérebro para quem nunca soube teus mistérios ou pensamentos;
Deste tuas mãos para quem nunca soube o peso que carregaram;
Destes teus pés para quem nunca soube os caminhos que percorreram;
Vimos teus olhos mas nunca saberemos as visões que tiveram;
Expuseste teu corpo ao nosso bisturi...
Nós, que ainda assim, te nomeamos indigente!
Campainhas de pátio tocam de novas
Amy Lee
Nuvens chuvosas vêm para brincar de novo
Ninguém lhe disse que ela não está respirando?
Olá, eu sou a sua mente lhe dando alguém para dizer.
Olá
Se eu sorrir e não acreditar,
Logo eu sei que irei acordar deste sonho
Não tente me consertar, eu não estou quebrada.
Olá,
Eu sou a mentira vivendo para você poder se esconder
Não chore,
De repente eu sei que não estou dormindo.
Olá, eu ainda estou aqui.
Tudo o que restou de ontem.
Canção de Amor
Rainer Maria Rilke
Como hei-de segurar a minha alma
para que não toque na tua? Como hei-de
elevá-la acima de ti, até outras coisas?
Ah, como gostaria de levá-la
até um sítio perdido na escuridão
até um lugar estranho e silencioso
que não se agita, quando o teu coração treme.
Pois o que nos toca, a ti e a mim,
isso nos une, como um arco de violino
que de duas cordas solta uma só nota.
A que instrumento estamos atados?
E que violinista nos tem em suas mãos?
Oh, doce canção.
CANÇÃO DE OUTONO
Cecília Meireles
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Canção para Ana Luisa
Jaak Bosmans
Como te dizer?
Não sei!!!!
Não, não preciso mais falar!!!
Nem mesmo esperar.
Apenas te pensar.
Podendo sentir sempre.
Seu encanto.
Que agora é todo o meu canto!!
Jaak Bosmans
CAMINHOS DA VIDA
Fênix Faustine
Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la...
Porque murchará em tuas mãos e não se fará semente para outras primaveras.
Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará no bosque para ti e nem criará outros passarinhos em seu ninho.
Quando não arriscas tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la...
Porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.
Quando não deixas partir o teu filho para a vida,
começas a perdê-lo...
Porque nunca o verás voltar para ti livre e maduro.
Lembre-se sempre: Não existe preço
para a Liberdade, mas uma belíssima
recompensa para quem a utiliza com
desprendimento de alma ...
Ter para sempre, junto a si a Fidelidade daqueles que livres dos grilhões, se comprazem em serem seus eternos admiradores!
Quem Ama ... Liberta com a certeza
da volta espontânea ao aconchego!
Aprende no caminho da vida
A paradoxal lição da experiência:
Sempre ganhas o que deixas
E perdes o que reténs...
Canção da América
Milton Nascimento
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.
Cansastes das passadas
mfpoton
que vão caindo para trás
que insiste em não avançar
queres tanto seguir
em frente
de embaraços
mas como...
se não podes seguir sem par
se para trás é fácil
não olhar,
mas para o lado
não tens como evitar
Olhar para frente em par,
pois a natureza induz ao par
como negar...
em par de idéias
aconchego
não de escoras
que te invalidam
a vida
aprender a seguir
sem negar
negando sempre...
Cansei de sorrir forjadamente, ser gentil e educada para agradar alguém, não posso atuar 24h, nem se fosse atriz seria tão boa assim.
Érica Morais
Decidi assumir: meu ego, minha persoalidade. privilegiar a sinceridade e pouco me importar para o que vão pensar ao meu respeito.
Não sei se sou melhor ou pior que os outros, mas igual tenho absoluta certeza que não. Menos mal. Tem cada indivíduo que se eu pudesse eliminava do meu redor.
Estou em busca de uma grande façanha pessoal, e como nem tudo são flores, estou pagando um preço altíssimo, obviamente visando um enorme sucesso. taí o meu erro: me transformei numa garota medrosa, com receio de lutar por um grande amor. Agora me arrependo, mas talvés tenha sido bom assim, um dia minha recompensa virá, espero que seja digna do meu esforço, não quero me vangloriar, mas eu mereço.
Que Deus glorifique as minhas palavras e faça dos meus planos uma realidade concreta, me dando forças para lutar em busca dos meus objetivos.
Ass: Érica Morais.
CANTADAS PARA MULHER FEIA
Renatinho
1) Vc tem fogo?
- Sim!
- Então cospe,dragão.
2) Vc tem telefone?
- Tenho
- Então vende e faz uma plástica.
3) Uma mulher feia passa por você e quando ela estiver de costas,
grite bem alto: “volta, volta, volta...“ Quando ela
olhar pra trás toda feliz complete a frase: “Volta pro buraco de
onde tu saiu!“
4) Vc não é feia, a sua beleza que é rara!
5) Alguém já lhe disse que vc é linda?
-Não!
-Mas claro, quem conseguiria mentir tanto assim...
6) Quando três meninas estiverem andando na rua vc, diz:
“olha as 3 graças: a Sem Graça, a Desgraça e a nem de Graça“
7) Cuidado! Mulher feia e urubu comigo é na pedrada.
8) Vc é bonita... Pena que está no planeta errado.
9) Me dá seu telefone.
- Pra que?
- Pra eu nunca ligar, nem por engano!
10) Vc não é feia... Apenas nasceu diferente.
11) Olha que miss...misspanta!
12) A natureza castiga, mas o que ela fez contigo foi sacanagem
Cântico
Hélio Pereira Banhos
A Linda
Linda, linda este amor que me envolver
Eu quero te amar, te amar, para sempre
Linda, linda este teu jeito de menina
Deixe- me aproximar, aproximar dos seus carinhos ou, o, o
Linda a linda eu te amo meu amor ho, ho, ho
Eu quero sentir você, mais perto de mim
Linda o linda
Você é o meu amor ho,ho,ho
Sabe que o meu amor, meu amor por você é para sempre, hi, hi, hi
Linda eu te amo, e quero ser de você, He, He
Linda o lindo eu sinto a sua voz me chamar para o amor
Chama-me, me chama
Linda o lindo eu te amo meu amor, ho,ho,ho.
Hélio Pereira Banhos 27/10/2007.
Cantiga para não morrer
Ferreira Gullar
Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Canto para Minha Morte
Raul Seixas e Paulo Coelho
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Canto para Minha Morte
Raul Seixas Paulo Coelho
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Caríssimo Amigo,
Fátima Bindes
Essa premissa maior é para agradecer por ter você comigo,
a sua amizade, a sua sensibilidade, e a sua sutileza em atos e atitudes.
Faz tempo que você tem "marcado" presença em meu viver seja em pensamento, coração, imagem, gestos palavras(poucas não?),
mas acima de tudo na demonstração de um grandioso e terno carinho por mim.
Normalmente não sou muito afeita a declarações do meu interior. Sou mais ouvinte, gosto de entender e passo horas a ler, a ouvir o que o outro tem a me relatar. Às vêzes chego a pensar que deveria ser psicóloga e não ter-me graduado em biblioteconomia,
mas sinto que em matéria de entender o próximo a interdiciplinariedade das ciências é o que vale.
Veio a inspiração e com força total, desde muito cedinho, logo ao levantar-me, onde preparo um gostosinho café "preto", alguns acordes sonoros de música clássica, o espiar da janela, ouvir pássaros cantando, as árvores, sim aqui na minha rua(ora minha), maneira de dizer tem tudo isso e claro pensei, refleti, lembrei, questionei e surge (Você), no meio de todo esse despertar de mais uma dia de vida e para a vida. Por isso meu amigo, hoje especialmente hoje quero enviar um gostoso e borbulhante beijo do fundo do meu CORAÇÃO PARA O SEU LINDO E SENSÍVEL CORAÇÃO.
Carta ao meu pai
Fátima Bindes
Ela é singela. É para o meu pai/ ou mais ainda/ para todos os pais
Que doam em generosidade o amor aos filhos.
Há algumas epígrafes sobre o meu pai,
O meu amado João Maciel de Azevedo/ o Senhor “Zeca Sapateiro” /.
Um artesão da arte de moldar os pés humanos/ e a cela dos animais /
No dia a dia, o cotidiano engole as possibilidades de intimidades/.
O filho cresce/ torna senhor de sua história/ não reserva momentos de encontros, homenagens e não diz.
OBRIGADO!
Transcorrem anos a imagem de algo que deixou de ser dito/
Revelado e reconhecido passa...
Bate então à nossa consciência o coletivo espiritual, o falar ao nosso pai.
Ainda hoje sinto a ausência do papai/ de nossas conversas sobre política/ filhos/espiritualidade/ de sua amável companheira( claro, minha mãe - Dna. Nessy)/
Que juntos nos educaram dentro de princípios e valores
Da honradez, da moral e da dignidade.
Papai possuía uma personalidade forte, destemida, ousada, humana e fraterna.
Sua genética? Ótima. Sua origem? Índio/ Negro/ Branco.
Mas de face tranqüila e traços delicados e bonitos.
Pai, obrigado pelo Senhor Ter Existido.
Que Deus, em sua infinita misericórdia, o ampare sempre.
Um dia nos encontraremos.
Abraço grande,
De sua querida e amada filha,
Fátima
CaRta De MiM pArA Ti
Miwara
Estas são as palavras que nunca te direi meu amor, quero apenas que escutes as palavras que o meu coração em silêncio te diz.Falar nunca foi o meu forte (tu sabes disso), mas hoje não me conti...Ontem a noite perguntas-te me se sei quem sou, e eu..subitamente aterrorizada desviei o olhar. Não, não sei...e também não ouso dizer-te em palavras, nem ouso deixar nos teus olhos, o reflexo das minhas lágrimas. Nem nas tuas mãos, as minhas mãos frias e trémulas...então triste procurei a ambiguidade relachante do vazio, e fiz o que sempre faço, tranquei-me no meu quarto, mesmo sabendo que o teu abraço seria o meu porto seguro, fiquei calada, pois tinha medo...pois so tu sabes as tempestades que juntos enfrentamos..tu disseste para eu nao fugir, e que juntos venceriamos, mas eu precisava do silêncio...o silêncio desde miuda me ajudou a perceber onde estou desafinando na vida...fui pra janela, senti conforto no vazio da noite, dúvidas invadiram a minha mente...Duvidas e mais duvidas denunciam-me os gestos, desajeitados, demasiado rápidos e nervosos. Como sempre! E como sempre, refugio-me por detrás das paredes, do meu sepulcral silêncio! Não sei mentir…Perguntaste-me se sei o que procuro nas subtérreas e escusas gavetas da minha perene inquietação e eu, uma vez mais, disfarçei com um sorriso leve, tão neutro quanto possível e um rápido piscar de olhos…Tudo me veio a lembrança, e o meu olhar aflito ainda perdido no meu eu, no vazio da distância, em busca de um ponto onde se fixar. Minhas mãos trémulas, cada vez mais inquietas, a remecher continuamente o labirinto do meu coração.Se ao menos te soubesse responder…se ao menos não parasse de pensar na decepção ao descobrir, o homem, imperfeito, por detrás do modelo que inventaste,e te ajudei a inventar sem saber...quando consentidamente te anulaste pelo prazer de me agradar.Se ao menos não tivesses escondido de mim, por tanto tempo, as mascaras que por intuição, uns e outros desejavam, ao ponto de me habituar a elas e me refugiar de mim...Se ao menos pudessemos começar do zero, depois de nos termos perdido no teatro do nosso namoro...Perguntas-me se sei porque contraponho sempre tantas dúvidas às certezas que ja alcancei...acreditas mesmo nisso? Como se tivesse alguma certeza...Não sei! Não, não sei... Grito, em surdina, dos confins do meu corpo e tudo em mim, respira e se agita, vivendo a angústia desse grito. Nem sei, sequer, porque padeço e desespero e ainda assim, insisto sempre na descoberta do que não é vísivel…Não sei, mas sinto que me desdobro, que há pelo menos mais uma vida, feita de incongruências, de singulares imperfeições e de verdades inconfessáveis, a pulsar dentro da vida que irreflectidamente escolhi viver… Não sei, mas sinto, com o latejante e sofrido coração desta alma vagabunda que carrego de vidas para vidas, que o que é vísivel aos olhos, não tem que ser, infalivelmente, verdadeiro nem, tão pouco, necessário para se ser feliz. E é o pressentimento vivo e sagaz dessa segunda presença de vida, em mim, que me faz cogitar e suspeitar que, hoje, talvez a única coisa realmente válida e importante na minha vida, seja este incessante e tumultuoso mar de dúvidas que transporto numa, cada vez mais, alucinante viagem ao interior da minha própria identidade…Esta é uma carta sem resposta..de mim pra ti. Eu sou parte de ti, juntos nos somos o todo.
Carta do amor que te dei, do amor que recebi.
Certamente hoje é grãos de terra. Olha para cima, para o céu, durante todo o tempo.
Clarice Lispector
Às vezes chove, ela fica cheia e redonda nos seus grãos.
Depois vai secando com o estio e qualquer vento a dispersa.
Ela é eterno agora.
CERTEZAS ? Só as Delas, de que Tinha Um Amor
PP M Lourde L Mello
Na Medida Certa Para o Coração Dele.
Pois Sempre Teve a Coragem, para Vencer
os Obstáculos em Nome dos Que Amava.
Leve, Vento..., Ao Meu Amigo,O Meu Amor...!!!Te Amo...!!!
CARTA PARA O HOMEM QUE MORREU E UM POUCO DE VERDADE VIVA
Tati Bernardi
"(...)Eu passo quieta por você, você passa quieto por mim, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz.
(...)E você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu.
(...)Não morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê.
Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim.
Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena.
Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz.
De tanto treinar acostumei.
(...)Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, transar para sempre. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor. Matei você.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não."
Carta para um Deus tão distante.
Fabiana Gonçalves
Onde está você senhor que não me responde? Que não me dá um sinal ou uma luz para guiar esse coração perdido e amargurado. Já não existe a esperança, nem a fé, Me sinto um saco vazio.
Sei que estou sendo injusta. Logo você que sempre me presenteou com uma vida perfeita, saúde, conquistas, mas neste momento, o que eu preciso é o que mais tens: amor! E esse me falta há tempos.
Lembra do nosso acordo? Aquele feito entre tantas lágrimas e sangue? Então, por que mais uma vez brincou com o que me era tão sagrado? Eu confiei em ti!
Sei que é ocupado, que o mundo tá virado, que as pessoas estão enlouquecendo, mas eu também estou enlouquecendo e não sei mais a quem gritar!
Sei que não sou digna dessas palavras. Sei que seu coração se feriu ao saber que penso que me esqueceu, mas se não disser a você, não seria leal ao nosso amor.
Esteja onde estiver, acalma meu coração. De tantos retalhos, tenho medo que ele se rompa novamente. Não quero trocá-lo por um de aço.
Dei-me fé! Tenho medo de caminhar sem ela.... e nunca mais voltar!
Assim seja.
cénario
Autor Desconhecido
Caberia um pincel
Na ponta do lápis
Para pintar palavras
Àquele tempo
E àquele lugar.
»«
Caberia a composição da cena
Nas reverberações da memória
Para reproduzir o sopro
Do vento em maresia
A dança das casuarinas
A festa do luar
Na folia verdejante.
»«
Caberia a remissão das horas
Para dizer do mar em espelho
E do sussurro das ondas
Cochichando sabe-se lá o quê
Aos personagens nocturnos.
»«
Precisaria, ainda
Da mesma areia sob os pés
E ao lado
A mesma doce testemunha que
Comigo vibrou em extase
Refletindo-me em liberdade
Como o mar à lua.
»«
Caberia em mim a certeza de que
Nem as casuarinas sussurrarão
Nem o vento soprará
Nem a lua brilhará
Como então…