Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez”
Caio Fernando Abreu
Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar.
Caio Fernando de Abreu
Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa .me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo. Um amor susto. um amor raio trovão fazendo barulho. me bagunça. e chove em mim todos os dias.
Caio Fernando Abreu
Tudo em nós está em nosso conceito do mundo; modificar o nosso conceito do mundo é modificar o mundo para nós, isto é, é modificar o mundo, pois ele nunca será, para nós, senão o que é para nós..
Fernando Pessoa
Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.
Fernando Pessoa
Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa.
Fernando Pessoa
Um dia a maioria de nós irá se separar!!!Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim do companheirismo vivido. Bem eu sempre pensei que as amizades continuassem para sempre!!!Hoje não tenho mais tanta certeza disso :(Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens..Aí os dias vão passar, meses..anos..até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas? Diremos...Que eram nossos amigos!E isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida. E a saudade vai apertar.Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixemos que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Fernando Pessoa
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'
caio fernando de abreu
Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Fernando Pessoa
[...] sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus...como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!
Caio Fernando Abreu
“Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”
Caio Fernando Abreu
• Palavras não descrevem os olhos, as bocas, os braços e abraços, nem a alegria até então desconhecida, surgida de um (re) encontro. Pra quem, há dias atrás, refletia tanto as obras do acaso, hoje compreende que realmente, o acaso não passa de um simples nada, e acredita em algo bem maior que isso. Que levará à um próximo reencontro, sem sombra de dúvidas. Mas até lá, todas as músicas cantadas estarão na mente, todos os sorrisos que ainda não acreditavam no que estava acontecendo, todos os olhares que transpareciam toda a magia do momento.
Caio Fernando Abreu
A Fernando Pessoa
Álvaro De Campos
Depois de doze minutos
Do seu drama O Marinheiro,
Em que os mais ágeis e astutos
Se sentem com sono e brutos,
E de sentido nem cheiro,
Diz rima das veladoras
Com langorosa magia
De eterno e belo há apenas o sonho.
Por que estamos nós falando ainda?
Ora isso mesmo é que eu ia
Perguntar a essas senhoras...
Álvaro De Campos
Álvaro de Campos
Àlvaro de Campos
A Fernando Pessoa
(Depois de ler seu drama estático "O marinheiro" em "Orfeu I")
Depois de doze minutos
Do seu drama O Marinheiro,
Em que os mais ágeis e astutos
Se sentem com sono e brutos,
E de sentido nem cheiro,
Diz rima das veladoras
Com langorosa magia
De eterno e belo há apenas o sonho.
Por que estamos nós falando ainda?
Ora isso mesmo é que eu ia
Perguntar a essas senhoras...
Fernando Collor foi eleito Presidente do Brasil,
Deputado Federal Tiririca
"Notório Saber" em política, "Pleno Domínio" em
oratória, além de curso superior. Recebeu o diploma
de presidente e logo após o diploma de ladrão.
Fernando Pessoa
eu
por Mauro Gompertz - [email protected]
Tenho me deparado no decorrer da minha vida com muitas críticas e julgamentos, tanto proferidas por mim, como em meu desfavor. Sei que essa atitude não é meu privilégio, já que esse é o padrão de comportamento da humanidade.
Acredito que isso ocorra porque, de certa forma, as pessoas se sintam agredidas com as diferenças de pensamento e atitudes existentes entre os seres humanos. Mas é bom que exista mesmo pensamentos divergentes porque caso contrário, a vida nesse planeta se tornaria aborrecida. Que graça haveria se todos concordassem em tudo? Seria como se existissem vários robozinhos programados apenas para fazerem exatamente as mesmas coisas. Não devemos ter medo das divergências, mas das unanimidades que podem esconder muita repressão. Aliás, já ouvi uma frase dizendo que “toda unanimidade é burra”. Mais do que isso, é muito saudável haver divergências de idéias, de gostos, de atitudes. Imaginem vocês se todo mundo gostasse de ser médico, como ficaria a sociedade, que precisa também de engenheiros, advogados, professores, pedreiros, dentre outros. Isso quer dizer que todos, absolutamente todos, têm suas funções sociais.
Da divergência de pensamentos surge a crítica. Uma palavrinha que quando usada na proporção inadequada pode causar muitos estragos na vida das pessoas. Muitos dizem que existe crítica construtiva e destrutiva. Eu discordo, para mim a crítica jamais é construtiva, porque se assim o fosse, seria um conselho. Bem, de qualquer forma, a crítica tem duas utilidades. A primeira é exatamente para percebermos que existem outros pensamentos além dos nossos. A segunda é notarmos que podemos sempre melhorar o nosso desempenho.
Confesso que nunca agi bem diante de críticas porque sempre achava que estava errado e os outros certos. Hoje, pelo autoconhecimento consigo conviver melhor com isso porque já não me sinto tão culpado pelas minhas imperfeições como em outros tempos.
“De mãos dadas” com a crítica vem o julgamento. E esse é o maior problema, na medida em que podemos ser extremamente duros com as pessoas pelo singelo fato de não concordarmos com as opiniões e atitudes das mesmas. Sempre tive em mente que os criticados de hoje, são os ovacionados de amanhã. Imaginem quantas críticas e julgamentos não receberam Einstein que até a terceira série era tido como um “burro”. Outros que ousaram discordar do pensamento dominante também sofreram as conseqüências de suas posições, tais como Galileu, Gandhi dentre outros, mas que hoje são tidos como pioneiros e revolucionários.
Muitas das críticas vêm exatamente de diferenças culturais. Isso quer dizer que o conceito de certo e errado depende de qual civilização estamos nos referindo. Um exemplo disso é que para a cultura esquimó quando um viajante vem visitá-lo é costume oferecer a esposa para passar a noite com ele. Se o viajante não aceitar essa oferta, o esquimó se sentirá profundamente ofendido. Outro exemplo é o costume oriental de arrotar após a refeição, como sinal de satisfação.
Mas, pior do que julgar os outros é quando nos julgamos e por conta disso nos condenamos a um profundo sofrimento. Aquelas velhas questões que nos assombram sobre o que fizemos ou deixamos de fazer, em nada nos ajudam na construção do futuro. O que passou, passou. Não podemos mudar o passado, mas com certeza, podemos transformar o futuro através do presente. No máximo, podemos utilizar o passado como experiência para não repetirmos os erros. Claro que não é fácil acabar com a culpa, mas precisamos entender que quando erramos, no dizer dos Mestres, é por ignorância, jamais por maldade.
Quero finalizar com uma mensagem sobre o julgamento, canalizada por Maria Silvia Orlovas:
“Quando você julga, você também afasta as pessoas. Quando você olha alguém e acha que este alguém está errado e imediatamente faz críticas, olha o lado negativo, vê as coisas feias que essa pessoa fala, faz, demonstra para você, você está colocando um enorme foco nessa questão.
Quando você olha o erro sabendo que é um erro, mas não se prende ao julgamento, você evolui, você se liberta e você segue o seu caminho, porque não é necessário se envolver em todas as coisas erradas que o mundo lhe mostra. Não lhe compete julgar as pessoas, não lhe compete apontar as falhas dos demais, não lhe compete dizer onde os outros estão errando. Ao contrário, as suas obrigações antes de serem obrigações com a comunidade, são obrigações pessoais.
Esteja em dia com você. Cuide do seu equilíbrio, cuide de gerar paz interior, cuide de se organizar, cuide de limpar a sua casa e os seus arredores, cuide de manter a sua energia e sua vibração em ordem. Você é responsável pelo seu bem estar, pelo equilíbrio do seu organismo, pela sua saúde. Quando algo em você não está bem, naturalmente você sentirá que algo não está bem e é desse algo que você deve cuidar; fisicamente, quando já está no corpo físico, mas mentalmente olhe para você mesmo, veja a natureza dos seus pensamentos e observe onde você está colocando a sua energia, porque o seu pensamento é o produtor do céu e do inferno no seu corpo e na sua vida. Olhe para si mesmo sem se julgar, sem ficar constantemente buscando as falhas e apontando as suas falhas, as falhas dos seus pais, dos seus irmãos, dos seus amigos, as falhas que vocês cometeram consigo mesmos. Vocês são muito cruéis no julgamento e quanto mais cruéis vocês são com o julgamento, mais cruéis vocês são com o mundo, com a vida e se fecham num mundo, num mar de crueldade, de sofrimento e de dor.
A Chama Rubi, a Chama do amor cheio de compaixão está nesse momento sendo derramada, dissolvida, diluída em luz para que todos vocês possam receber junto com a Minha mensagem, junto com Meu amor de Mãe, de irmã, de companheira no mundo espiritual. Eu também envio a vocês a sabedoria da libertação, da liberdade: O não julgamento.
O Homem deve ter o seu intelecto, a sua mente a seu serviço, não algo contrário à sua natureza.
Quando vocês se julgam de forma pesada e se prejudicam, vocês aniquilam a sua força e a possibilidade de ascensão e de libertação.
Trabalhem a sua luz, enxerguem as suas belezas, vejam a sua inteligência como um ponto luminoso com o desejo de crescer, com o desejo de evoluir, com o desejo de aprender com a vida. Isso é altamente positivo e construtivo. Não sejam escravos de suas mentes, não sejam escravos do seu corpo dolorido, não sejam escravos de seus julgamentos. Façam da vida de vocês uma vida de paz e de libertação.
A serviço da Fraternidade Branca e do Raio da compaixão, Eu Sou Mestra Nada.
Estamos no astral do Planeta emanando essa vibração de consciência, emanando essa luz.
Bênçãos e paz”.
Texto revisado por: Cris
Gosto de sentir minha lingua roçar
Caetano Veloso
A ligua de Luís de camões
Gosto de ser e estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia esta para a prosa
Assim como o amor esta para a amizade
E quem ha de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem a mingua
"Minha patria é minha lingua"
Fala mangueira!
Fala!
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos sufistas
Sejamos imperialistas
Vamos na velô de dicção chao chao de Carmem Miranda
E que Chico Buarque de Holanda nos resgate
E -xeque-mate- explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da teve globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
(...)
Flor de Lácio Sambódromo
Lusamérica Latim em pó
O que quer
O que pode
Esta lingua?
(...)
SONETO DO ESPELHO DE DEUS
Bruno Bezerra
(ao mar de Fernando de Noronha)
Mar que reflete o céu
Colírio do triste olhar
Onde a onda faz-se véu
Na união íntima entre terra e mar.
Onde o mar tem a cor de Deus
E Deus tem a cor do mar
Que não se cansa de batizar
O paraíso no meio do mar.
De um mar que é espelho
E perpetua-se a banhar
Um arquipélago no meio do mar.
Mar de Noronha, espelho de Deus
Hei de te amar, ó divino mar
Presente que Deus nos deu.