Canção do dia de sempre
Mário Quintana
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Caminhar...
Karina Perussi
Sem rumo,
Pela estrada da vida,
Tentando encontrar um caminho,
Uma única saída,
Pra libertar minha alma...
E não mais sangrar por dentro,
Nem se amedrontar com a solidão...
Olhando para o céu,
Procurando uma resposta,
Sentindo a brisa gelada,
É só o vento...
Querendo apagar meu passado...
Só quero voltar a ser eu mesma,
Não mais sofrer com seu silêncio,
Me libertar de qualquer sentimento,
Me levar pra outro mundo,
Mudar tudo em um segundo...
Sentir a chuva cair sobre mim
Voar pra bem longe
Esquecer...
Todos os dias que choro sozinha
Implorando por sua companhia...
Eu sei, não sou a única...
Mas encontrarei outra maneira de viver,
Eu quero voltar a sonhar...
Eu só não quero morrer...
CAMINHOS DA VIDA
Fênix Faustine
Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la...
Porque murchará em tuas mãos e não se fará semente para outras primaveras.
Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará no bosque para ti e nem criará outros passarinhos em seu ninho.
Quando não arriscas tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la...
Porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.
Quando não deixas partir o teu filho para a vida,
começas a perdê-lo...
Porque nunca o verás voltar para ti livre e maduro.
Lembre-se sempre: Não existe preço
para a Liberdade, mas uma belíssima
recompensa para quem a utiliza com
desprendimento de alma ...
Ter para sempre, junto a si a Fidelidade daqueles que livres dos grilhões, se comprazem em serem seus eternos admiradores!
Quem Ama ... Liberta com a certeza
da volta espontânea ao aconchego!
Aprende no caminho da vida
A paradoxal lição da experiência:
Sempre ganhas o que deixas
E perdes o que reténs...
CAMINHOS...
abilio carlos dos santos
( Parábola )
Que bom que a vida fosse como um campo florido ou um pomar com bons frutos.
Mas não é.
Na vida encontramos caminhos com curvas e retas. Precisamos aprender a percorrer, a cair e a levantar.
Na vida percorremos estradas asfaltadas e retas, mas também caminhos de terra com subidas acentuadas... Não é fácil!
Nesta viagem há muitas placas de “Pare” ou “Proibido”. Há controle de velocidade e não podemos ultrapassar... Se desobedecer será multado.
Cuidado! Não provoque acidente... Pense! Vidas serão interrompidas.
Respeite as pessoas... Não invada o espaço que não te pertence...
Chegue a Deus sem dívidas, sem vítimas e sem dores.
abiliocarlos
*
Um abraço do Pr.Abilio... Shalon!
*
Canção De Nós Dois
Vinícius De Moraes
Tudo quanto na vida eu tiver,
Tudo quanto de bom eu fizer,
Será de nós dois,
Será de nós dois.
Uma casa num alto qualquer,
Com um jardim e um pomar se couber,
Será de nós dois,
Será de nós dois.
E depois, quando a gente quiser,
Passear, ir pra onde entender,
Não importa onde agente estiver,
Estaremos a sós.
E depois quando a gente voltar,
O menino que a gente encontrar,
Será de nós dois,
Será de nós dois.
E de noite quando ele dormir,
O silencio do tempo a fugir,
Será de nós dois,
Será de nós dois.
E por fim, quando quando o tempo fugir,
E a saudade nos der de nós dois,
E a vontade vier de dormir,
Sem ter mais depois.
Dormiremos sem medo nenhum,
Pois aonde puder dormir um,
Podem dormir dois,
Podem dormir dois,
Podem dormir dois.
Canção do exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Cansei ...
The Secret
Porque será que vivemos
Nesta VIDA por favor
Não tendo o que queremos
Nela estamos sem amor
Tenho sido um lutador
SEM conseguir o que quero
Já senti ódio e râncor
Agora me desespéro
P´ra tudo o tempo é REMÉDIO
Sára a dôr e o pranto
A vida se torna um tédio
Quando esperamos tanto
Já no tempo acreditei
Fi-lo com muito empenho
Sinto que nada alcancei
E minha fé já NÃO tenho
Por isso hoje me RESTA
O dia a dia passar
Duma vida que não presta
Mas que tenho d'aceitar
CANTADAS DESAFINADAS
João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR
- Quer dançar, querida?
- Eu não, mas a minha avó, que tem mais ou menos a sua idade, está doidinha pra isso.
- Posso sentar nessa mesa?
- Pode. Senta bem em cima dessa garrafa de cerveja aqui.
- Sozinha?
- Infelizmente agora não mais.
- Vamos lá fora tomar um arzinho lá fora, bem?
- Vamos. Posso levar meu marido?
- E aí, gata? Que tal um rala-e-rola?
- Tudo bem. O preço é duzentão, tá?
- Qual o seu nome, princesa?
- Agora é Regina, antigamente era Tonho.
Caravelas
Florbela Espanca
Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar!Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou nesse mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada
E as torres de marfím que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar morto:
Mar sem marés,sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!
Caravelas doiradas a bailar...
Aí quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida,e não voltaram!...
Campo de Trigo Com Corvos, Contos, o Livro do Silas Corrêa Leite
silas correa leite
A ciência é grosseira, a vida é sutil
É para corrigir essa distância
Que a literatura nos importa
(Roland Barthes)
“CAMPO DE TRIGO COM CORVOS”, Contos, o que realmente é? Primeiro: é um livro de contos, ficções, histórias, causos, narrativas e as chamadas acontecências, todas no belíssimo palco histórico e boêmio de Itararé. Segundo: a maioria dos contos premiados em concursos literários de renome, ou mesmo no próprio Mapa Cultural Paulista, representando Itararé. Terceiro: a prosa poética do autor, sua linguagem típica do “Itarareês” com o peculiar e todo próprio surrealismo e mesmo o realismo fantástico, para não dizer de, aqui e ali, um chamado transrealismo. E, o melhor de tudo: papo de bar. Na calada da memória, as bebemorações (ou rememorações) e um piá...o guri Silas contando, como se trazendo a sua infância consigo na linguagem, nos parágrafos. Para não dizer dos finais hilários ou, ponhamos: encantados. Bela capa, com autorização do Museu Van Gogh da Holanda. Orelhas bem trabalhadas. O autor tem o que se dizer dele. Prefácio arrebatador. De um poeta, ficcionista e ensaísta premiado de Portugal, o Prof. Dr. Antero Barbosa, acadêmico e professor universitário. Descasca literalmente o estilo do Silas, técnicas, vôos, criações, enlevos, símbolos de perplexidade. E valoradamente dá nomes elogiosos aos criames diferenciados do autor. Última capa, as citações de lugares midiáticos em que o Silas saiu, foi reportagem, ou entrevistado, da Folha à Jovem Pan, por exemplo. Depois e finalmente, o conto Anistia. Premiado. O macro espaço-Brasil trazido à Itararé e um menino contando. Da ditadura ao fim dela com a Era Collor e suas carroças coloridas. O muro como símbolo, metáfora. Lembra J.J.Veiga mas vai em veio próprio. Guardação. Um baita causo de Itararé. Bem construído, costurado, com um final pra lá de feliz e risador, ridente, sei lá. Boêmio...um continho joiado...lindo. Mimo. Caso de notívago. Câncer... então é um papo rueiro, de bar risca-faca, de roda de contadores de palha. O Anão é tão bonito que pinta virar filme, pelo que soube. Gente de arte (teatro, rádio, música) em Itararé de olho. Mágico. Justiça, então, tem um final altamente criativo, quase um achado fora de série. Escrever é um ato de sobrevivência, disse Eduardo Subirates (filósofo espanhol). O Apanhador de Cerejas, quando revela o que está realmente havendo (narrador direto), você sofre e chora e volta a reler para compreender a dor do narrador. A pior coisa é não sentir absolutamente nada, diz o rock do U2. Campo de Trigo Com Corvos é o melhor conto do livro. E o final se revela na última palavra. Você vai lendo, seguindo na contação do menino, quando se vê? Corvos, trigais, campos e, loucura-lucidez. Azul e amarelo, como a capa. O Inventor é cênico, fílmico, e um final que arrebata, literalmente. Endoenças é conversa de filha pra pai. Tudo em Itararé, chão e estrelas. E lágrimas. Congonha (ko goy – do tupi: o quê mantém o ser?), o conto mais premiado do autor. Como é que pode um final desses? Depois vem o Causo do Gibão e você tem ali uma graceza impressionante, andando com o autor pela narrativa e sua tessitura. O Enterro, então, é o melhor “causo” do livro. Por si só daria já um romance e tanto. Um pandareco, como volta e meia diz o autor, entre maleixo, cainho, guaiú, morfético, caipora lazarento (beirando um regionalismo sulino até), etc. Quando você pensa que já está bom, a mimese do O Osso. De novo você fica pensando: como pode escrever isso? Onde acha isso tudo? Técnica, estilo, domínio, condução, talento. Coió é triste, duro, o conto mais pungente do livro maravilhoso. O causo O Velho Martinho é bem contado em Itararé, o autor recupera pessoas, falas, expressões, dando registro à voz do povo, vox dei. E bota gente real: Tepa, Jorge Chuéri, lugares, bares (principalmente). Quando a Tragédia Bate à Sua Porta, foi elogiado e considerado belo e fílmico quando em debate online, pelo João Silvério Trevisaan. E O Silas Já foi premiado no Concurso Ignácio Loyola Brandão, Paulo Leminsky, Ligia Fagundes Telles, Salão de Causos de Pescadores da USP, etc. e tal. Então o conto de amor que faz você chorar. Ele Ainda Está Esperando. Um final que relembra kafka mas sem deixar de enlevar a leitura em prosa poética e ficar pensando no estupendo processo de criação com suas lógicas e ilogicidades maviosas, plangentes. Quando você pensa que acabou, um continho quase que meio infanto-juvenil, e o menino de novo que, na maioria das obras narra, conta, detalha, especifica, volta inteiro e completo com o conto sobre a bicicleta de um tio. Marquesinha, Periquitada. Você não leu? Não sabe o que está perdendo. Cada um arrasta um corpo atrás de si, debaixo do sossego das estrelas, disse Fernando Pessoa. Isso tudo e muito mais é CAMPO DE TRIGO COM CORVOS. Jóia rara.
-0-
L.C.A – Professora, Área de Designer Gráfico -E-mail: [email protected]
Blogue: www.artistasdeitarare.zip.net
Autor: Silas Correa Leite - E-mail: [email protected]
Site: www.itarare.com.br/silas.htm
Canto para Minha Morte
Raul Seixas e Paulo Coelho
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Canto para Minha Morte
Raul Seixas Paulo Coelho
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
CARTA DO AUSENTE
Vinícius De Moraes
Meus amigos, se durante meu recesso virem por acaso
passar a minha amada peçam silêncio geral.
Depois apontem para o infinito.
Ela deve ir como uma sonâmbula, envolta numa
aura de tristeza, pois seus olhos só verão a minha
ausência.
Ela deve estar cega de tudo o que seja o meu
amor (esse indizível amor que vive trancado em mim num
cárcere mirando empós seu rastro).
Se for a tarde, comprem e desfolhem rosas à
sua melancólica passagem, e se puderem entoem
cantus-primus.
Que cesse totalmente o tráfego e silencie as
buzinas de modo que se ouça longamente o ruído de seus
passos.
Ah, meus amigos, ponham as mãos em prece e
roguem, não importa a que ser ou divindade por que bem
haja a minha grande amada durante o meu recesso, pois
sua vida é minha vida, sua morte a minha morte.
Sendo possível soltem pombas brancas em
quantidade suficiente para que se faça em torno a
suave penumbra que lhe apraz.
Se houver por perto um hi-fi, coloquem o
"Noturno em sí bemol" de Chopin.
E se porventura ela se puser a chorar, oh
recolham-lhe as lágrimas em pequenos frascos de
opalina a me serem mandados regularmente pela mala
diplomática.
Meus amigos, meus irmãos (e todos os que
amam a minha poesia), se por acaso virem passar a
minha amada salmodiem versos meus.
Ela estará sobre uma nuvem envolta numa aura
de tristeza o coração em luz transverberado.
Ela é aquela que eu não pensava mais
possível, nascida do meu desespero de não encontrá-la.
Ela é aquela por quem caminham as minhas
pernas e para quem foram feitos os meus braços, ela é
aquela que eu amo no meu tempo e que amarei na minha
eternidade - a amada una e impretérita.
Por isso procedam com discrição mas
eficiência: que ela não sinta o seu caminho, e que
este, ademais ofereça a maior segurança.
Seria sem dúvida de grande acerto não se
locomovesse ela de todo, de maneira a evitar os
perigos inerentes às leis da gravidade e do momentum
dos corpos, e principalmente aquele devidos à
falibilidade dos reflexos humanos.
Sim, seria extremamente preferível se
mantivesse ela reclusa em andar térreo e intramuros
num ambiente azul de paz e música.
Oh, que ela evite sobretudo dirigir à noite
e estar sujeita aos imprevistos da loucura dos tempos.
Que ela se proteja, a minha amada contra os
males terríveis desta ausência com música e equanil.
Que ela pense, agora e sempre em mim, que
longe dela ando vagando pelos jardins noturnos da
paixão e da melancolia.
Que ela se defenda, a minha amiga, contra
tudo que anda, voa, corre e nada; e que se lembre que
devemos nos encontrar, e para tanto é preciso que
estejamos íntegros, e acontece que os perigos são
máximos, e o amor de repente de tão grande tornou tudo
frágil, extremamente, extremamente frágil.
Celebração da Vida
Paulo Roberto Gaefke
Celebração da Vida
Abra um sorriso, espalhe a paz, divida a felicidade que ela vai se multiplicar em sua vida. Paulo
O mais fácil mesmo é se entregar, é cair no choro, é desesperar. O mais fácil é se arrebentar noite afora na insônia das horas que martelam a cabeça cheio de pensamentos vazios e destrutivos. O mais fácil é reclamar de Deus, é se acusar: foi eu que errei sim. Acuse-se, xingue-se, desacredite-se, reclame, fale mal de você, chore mais....destrua-se.
A dor é sua, a vida nem tanto, existem pessoas que acreditam em você e esperam mais de suas atitudes.. O mais fácil ainda é aceitar tudo que te acontece.
É duro lutar, é duro viver de bem com você mesmo se você não está nem acreditando na sua capacidade de reagir.
É duro conviver com você algumas horas quando você fica nesse estado de desânimo. Nem você se agüenta, fica louquinho para sumir, para desaparecer. Fala sério, qual o seu medo?
Porque será que você tem tanto medo de ser feliz, de ser rico, de possuir tudo que sonhas e tem real desejo?
Porque você se limita tanto?
Porque se acusa tanto?
Porque se cobra tanto?
A vida é abundância, é completamente rica e cheia de surpresas, é complexa na maneira como acontece, mas é extremamente simples de se viver, nós é quem complicamos tudo com nossos medos, nossas falsas expectativas, nossos sonhos malucos. Esperamos muito de pessoas que não merecem.
Esperamos muito de concursos, de loterias, de planos furados, fugimos da realidade, e fatalmente uma hora a realidade vem a tona e nos chama a atenção.
Porque caímos de novo? Mas, me diga afinal: do que você tem tanto medo?
Porque manter-se nessa casca de vítima, de infeliz, de coitadinho de Maria?
Assuma sua parte no Universo que é tão grandioso, tão repleto de belezas. Você cheio de carinho, de amor para distribuir e fica parado a espera de um "trem que já passou"???
Acorda, hoje é o dia.
Hoje é seu momento.
Ontem morreu, fedeu e já está guardado nas páginas do que não volta mais.
Amanhã eu nem sei se estaremos aqui para ver como ficou.
Então levanta de sua posição cômoda de "quem se julga injustiçado" e vá a luta.
Vai buscar a sua quota de felicidade, mas sem pedir, você não é mendigo, você é parte do Universo e já pode exigir a sua melhor porção.. Liga agora para todos os amigos e diz : "Vamos festejar:
Eu estou vivo e quero comemorar!" Graças a Deus que você esta vivo e pode comemorar comigo.
Celebremos a vida!!!
Paulo Roberto Gaefke
Certas Coisas
ALMEIDA Jardson Araújo
“Quem me dera eu poder saber lidar com certas coisas da vida,
Poder saber de onde vêm e para aonde vão meu sentido e desejo de viver.
São tantas dúvidas.
São tantos medos e receios.
Queria eu suprir toda necessidade de conhecimento que há em mim.
Queria eu saber responder a mim minhas dúvidas; perder todos os medos e
Esquecer todos os receios, sem precisar suplicar à vida que me abra suas próprias Portas e que me livre da indecisão.
Assim como este ser que te suplica, todos os demais erram e arrependem-se, ás vezes.
Sim, arrependo-me hoje do que fiz em outrora, pois sei o que fiz, sei do que fui capaz e Até onde meus desejos e vontades me levaram, sem se importar se haveria outra chance Para mudar tudo, e, hoje, sabendo que não há,
Mais uma vez imploro-te, ó, vida: - ‘Clareia-me o pensamento. Bate-me neste rosto, Arregala-me os olhos para que meu coração sinta e possa levar-me aonde meu suposto Destino me espera!’.”
Às 22h58min,
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Certeza implica um raciocino inquestionável.
Catarina Portela
Não podes deambular a vida inteira apenas “achando”.
Transmite a convicção dos teus actos, das tuas palavras.
Transmite a firmeza no teu olhar.
Tens que ter a força para caminhar, assumir as escolhas e as consequências das tuas acções.
Passear sem medo nesta estrada de loucos e sábios.
Tens que ser um Eu Completo, sem medo de errar. Tens que conquistar.
Viver com a certeza, é viver sem arrependimento, é não mostrar a fraqueza que aparece dentro de ti.
Se apenas achares, que evolução será a tua?
Queres ouvir sempre o professor da vida?
Cresce, não olhes para trás.
Sobrevive, e torna-te eficaz, num mundo onde as palavras e os teus actos são julgados sem dares por nada.
Não sejas manipulado pelos demais malfeitores, que se aproveitam da ingenuidade, da infantilidade, da ignorância.
Assume a tua vontade.
E agora?
Achas ou tem a certeza?
Deixa lá a tua fraqueza…
Chega De Saudade
Vinicius de Moraes
Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai
Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calada assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim...
CILADAS DA VIDA
Luiz Carlos Rodrigues dos Santos
Amo-te e nem sei porque
Como a brisa da manhã
Entra em nossas casas
Você entrou em meu coração
E nele fez morada.
Por que as coisas acontecem assim?
Sem esperarmos e sem razão.
A vida nos prega cada ciladas,
Mas sei que nada é por acaso
Se um dia cruzamos nossos olhares
E convivemos alguns momentos juntos
Seja ele qual for, é porque tinha que acontecer.
O difícil é entender o porque tão tarde,
Quem sabe um dia encontrarei a resposta.
O que hoje eu sei é que me apaixonei por ti
E isso é real dentro de mim.
Pena que não posso sentir teu abraço,
Nem o calor dos teus beijos.
Sei também que é um amor impossível,
Pois o amor que dedico a ti
Em teu coração não faz abrigo.
Como é inexplicáveis essas encruzilhadas da vida,
Mas tenho certeza que em algum lugar
Haveremos de nos encontrar,
E decifrar os enigmas dessa vida.
Coisas da vida
Gleidson Melo
Um beijo, um abraço, um aperto de mão.
União de irmão, nada é em vão.
Alegria e prazer, sensação de bem-querer.
Reflexões do passado, nada de errado.
Futuro incerto, esperança, sonho de criança.
Felicidade e gratidão, amor no coração.
Carinho e solidariedade, frutos da dignidade.
Uma paixão desmedida.
Coisas da vida.
Coisas inexplicáveis acontecem na vida de uma pessoa.
philippe cavalcanti (phi)
Jamais pensei que existisse alguém assim, tão amável e verdadeira como você.
Ontem apenas gostava de estar ao seu lado, hoje eu te amo e percebo o quanto preciso de você.
Fecho os olhos para imaginar a figura suave do teu rosto.
E então cheio de saudades, consigo escrever uma só frase: EU TE AMO!
CLAMOR PELA VIDA
Autor Desconhecido
A noite veio mais rápida. Não vi o sol se pôr com todo seu aparato como eu o via todos os dias, pois a chuva, a finíssima chuva que durante todos os dias molhou o solo, não nos permitiu distinguir o astro que partiu ao entardecer, tampouco aqueles que viriam alegrar a noite. Está escuro, pouco vejo à minha frente. Dentro de mim se confundem a noite com o dia que não mais há; o concreto com o abstrato, a crença com ateísmo. Não tenho muita noção do que se passa à minha volta, nem eles, apenas sei que mergulho sem destino, num mundo que não existe. Sei apenas que a chuva continua, pois a sinto escorrer em meu corpo, como tentando despertar-me do sonho profundo. Em minha mente ressurgem momentos de alegria, mas de tristeza mais ainda. Não sei se realmente os estou relembrando ou se são criações do meu subconsciente. Sei apenas que tudo se passa em minha mente como se há segundos houvessem acontecido.
Vejo gente que se debatem contra suas mentes retardadas, tentando libertar-se para um mundo diferente onde haja vida e inexista a pouca esperança do homem. Vejo vidas em chamas debatendo-se em busca da permanência, esboçarem sentimentos de dor e agonia, na esperança de refortalecimento da vida e nada conseguirem.
A garoa continua a inundar-me a face. Escorrem-me pingos d’agua, talvez com eles deslizem as gotas de lágrima da minha dor. Ou alegria? ! Não sei. Tudo é confuso. Sinto medo. De quê? Não sei. De enlouquecer talvez. Sim enlouquecer em meios aos meus pensamentos que, às vezes, se tornam diabólicos e não permitem à minha mente controlá-los. Volto a pensar, relembrar ou sonhar, quem sabe....
Vejo com isso, mais uma vez na minha vida, o enorme desejo do homem de viver, de sugar até a última gota de vida. Vejo a fé negando que cada minuto de vida seja sempre menos.
Tenho a impressão de acordar. Sim, de fato desperto do mundo de sonhos que havia arrebatado. Passo, depois, a refletir sobre o que sonhei. Traduzo para mim mesmo, em linguagem real, e compreendendo que tudo não assa do amor e carinho que deixamos de oferecer ao próximo cada vez mais distante e sedento de humanidade.
Coisas da vida
Ryzynhelf
Quisera ser poeta, romancista, evangelista;
Quem sabe doutor, cantor, compositor;
Ou até mesmo artista, pianista, cientista.
Alguém de renome como Fernando Pessoa,
Casimiro de Abreu, Antônio Vieira;
Talvez Freud, Tom Jobim, rei Davi;
Quem sabe Michelangelo ou Leonardo, Chaplain;
Surdo, mas Beethoven; louco, porém Eisten.
Riqueza, Glória, poder;
Status, méritos, autoridade;
Aparência, orgulho, vaidade.
Ser ou não ser, eis a questão...
Se sou o que sou, qual a motivação?
Fazer ou deixar de fazer, depende do galardão.
Ganhar ou perder, o importante é aparecer.
Vaidade! Tudo é vaidade diz Salomão.
Coração soberbo...
Olhar altivo...
Anjo caído.
Quisera ser alguém, sim!
Cujas fontes não estão em mim;
Cujo fim não está em si mesmo;
Cujo amor não pede, dá.
Quisera ser como Jesus...
Simplesmente como Jesus.
É isso que quero ser.
Coisas que a vida ensina depois dos 40
Artur da Távola
Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...
Colada à tua boca a minha desordem.
Hilda Hilst
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas
escomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te
ôfrega
Como se fosses morrer colado à
minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do
amanhecer.
Colheita farta
Autor Desconhecido
Na seara da vida, cada um colherá exatamente aquilo que plantou.
Se plantou amor, não irá colher ódio nem se plantar ódio, irá colher amor.
Cada um colherá aquilo que plantou.
Jesus nos ensinou:
“Não se colhe figos dos espinheiros, nem se colhe uvas dos abrolhos”.
Uma boa árvore não produzirá maus frutos; nem uma má árvore produzirá bons frutos, pois é pelos frutos que se conhece a árvore!
Assim, um homem bom tem boas atitudes e um homem mau tem más atitudes, externando, cada um, aquilo que tem dentro de si.
Um lindo dia pra você!