Poesias de exaltacao do brasil escrita por jorge amado

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em vão espero
as desintegrações e os símbolos
que precedem ao sonho

Jorge Luis Borges

Enquanto lábios e línguas se roçarem de mal grado,
as flores brotarão atrofiadas e sem perfume.
Os filhos virão desamados e infelizes
e as bombas serão as únicas notas ouvidas.

Roger Amado Veloso

Encerra-se mais um ano em sua vida.
Quando este ano começou ele era todo seu.
Foi colocado em suas mãos.
Podia fazer dele o que quisesse.

Era um livro em branco, e nele você podia ter escrito um poema,
um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração.

Podia...

Hoje, já não pode mais, já não é mais seu.
É um livro já escrito... concluído.
Como foi um livro escrito por você, ele um dia lhe será lido,
com todos os detalhes e você não poderá corrigi-lo.
Estará fora de seu alcance.

Portanto, antes que termine o ano, reflita, tome seu velho livro e folheie
com cuidado.
Deixe passar cada uma das páginas, pelas mãos e pela consciência.
Faça o excelente exercício de ler você mesmo. Afinal é a sua história
escrita por suas ações. Leia tudo.

Aprecie aquelas páginas de sua vida em que usou o melhor estilo.
Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito.
Não, não tentes arrancá-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue.
Assim poderá repetir as coisas boas e evitar as ruins.

Para escrever o seu livro, você contará novamente com o instrumento do
livre arbítrio, e terá para preencher toda a imensa superfície do seu mundo.

Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije.
Se tiver vontade de chorar sobre ele, chore, mas a seguir coloque-o nas
mãos do destino, não importa como esteja.
Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga apenas duas palavras
OBRIGADO E PERDÃO
E agora, com o Ano Novo chegando está lhe sendo entregue um outro livro,
novo, limpo, branco e todo seu. No qual você novamente irá escrever o que desejar...

Jorge Reigada

Era uma véspera de Natal, havia chovido um pouco, o clima não estava tão quente, posso dizer que: até agradável. Eu corria para comprar os últimos presentes nas últimas lojas que estivessem abertas. O shopping ainda estava cheio o que quer dizer que não estava sozinho na correria.Comprei rápido as coisinhas que precisava, enquanto esperava para pagar, fiquei observando as fisionomias dos funcionários da loja... a maioria estava ansiosa, pronta para ir casa curtir o seu natal.

Paguei e saí correndo, precisava colocar o presente na árvore antes que as pessoas chegassem para a ceia.Já na rua, deparei com um menino que tentava juntar os cacos de uma bola de natal. Ele não me parecia triste, apenas distraído. Continuei meu caminho, atravessei a rua e enquanto esperava o sinal fechar para atravessar a outra parte olhei para trás para ver mais uma vês o menino que ficava perdido entre pernas e embrulhos de presente que passavam.

O que ele estará pensando? Será que tem família?...

ahhh... não vou voltar lá ... irresistível, voltei.

- Oi menino, esta precisando de alguma coisa?

- Não senhor.

- Como é seu nome?

- Noel.

- Você tem o mesmo nome do Papai Noel.

- É.

- Para que você esta colando a bola?

- Para dar de presente para um amigo muito pobre.

Legal, mas Papai Noel sempre dá um presente para as crianças, não é?

- Não. Papai Noel morreu. Por isso todos pais estão comprando presentes. Como eu não tenho pais não ganho presente.

- Mas... Papai Noel me pediu para te dar um presente, e fui escolhendo um dos pacotes para dar a ele...

- Olhei para o shopping e vi que ainda daria tempo de comprar mais um presente. Ele levantou os olhos pareceu ensaiar um sorriso meio incrédulo. Aqueles olhos lindos e honestos pareciam mergulhar dentro de minha alma e uma lágrima mais ousada rolou pela minha face.

- O Sr. quer me dar um presente? Preciso não, eu tenho um amigo sincero, mas esta muito doente, se o Sr. quiser dar para ele eu aceito!- Tirei dois embrulhos e entreguei a ele. Ele me devolveu um dizendo...

- O Sr. quer me dar um presente mesmo?

- Claro... disse eu.- Me devolva o sonho de ter apenas um Natal. Meus amigos, desejo a todos a alegria do Sonho de Natal.

Ahhh... sim, meu pequeno amigo, hoje já grande e nesta época de natal ele é o Papai Noel de vários orfanatos. Finalmente ele conseguiu ganhar o seu presente.

E você, acredita que Papai Noel tenha morrido?

Não deixe este sonho morrer! Já carregamos o peso de tantas coisas imprestáveis enquanto vamos jogando fora nossos sonhos...

Jorge Reigada

Escurece rápido.
Insistente, a corruíra
cisca no quintal.

Jorge Fonseca Jr.

Essa...

Essa, que hoje se entrega aos meus braços escrava
olhos tontos do amor de que aos poucos me farto,
ontem... era a mulher ideal que eu procurava
que enchia a minha insônia a rondar o meu quarto...

Essa, que ao meu olhar parado e indiferente
há pouco se despiu - divinamente nua -,
já me ouviu murmurar em êxtase, fremente:
- Sou teu! ... E já me disse, a delirar: - Sou tua !

Essa, que encheu meus sonhos, meus receios vãos,
num tempo em que eram vãos meus sonhos, meus receios,
já transbordou de vida a ânsia das minhas mãos
com a beleza estonteante e morna dos seus seios !

Essa, que se vestiu... que saiu dos meus braços
e se foi... - para vir, quem sabe? uma outra vez.
- segui-a... e eu era a sombra dos seus próprios passos..
- amei-a... e eu era um louco quando a amei talvez...

Hoje, seu corpo é um livro aberto aos meus sentidos
já não guarda as surpresas de antes para mim...
(Não importa se há livros muita vez relidos
importa... é que afinal, todos eles têm fim...

Essa, a quem julguei Ter tanta afeição sincera
e hoje não enche mais a minha solidão,
simboliza a mulher que sempre a gente espera...
mas que chega, e se vai... como todas vão...

(Poema de JG de Araujo Jorge,
do livro - Amo – 1939)

Jg de Araujo Jorge

Esta é a mão
que às vezes tocava
tua cabeleira.

Jorge Luis Borges

Estamos sempre a espera de que nos falem a verdade. Será que nós a falamos?
No entanto, a verdade é colocada num pedestal e adorada como um Deus, porém, quando ela aparece a encobrimos com um negro manto. Somente os loucos e as crianças dizem o que pensam, dizem a verdade. Os loucos são dopados e aprisionados. As crianças são educadas.

Jorge Reigada

Eu coloquei como assunto Nós e a Velhice. Na realidade quis misturar-me à maioria. Afinal, desde pequenos aprendemos a não gostar de sermos separado do grupo. Em grupo nossa identidade fica dispersa e a responsabilidade é dividida por todos, enfim temos a bendita desculpa. Ou não erramos sozinhos...

Mudo o título: Eu e minha trajetória à velhice.

Com o passar do tempo vamos perdendo as pessoas nas quais nos espelhamos para criarmos o molde com o qual nos encaixamos na vida. Tempos atrás vim a aceitar que o molde não era o meu e que me sentia sufocado e sem muitos movimentos penso que aí começou o esforço a caminho do envelhecimento.

Esta talvez seja a parte mais conturbada da vida e a mais brilhante, quando conseguimos criar não um molde mas um espaço em que podemos ser livres. Estando dentro de um molde logicamente estamos encaixados dentro de um grupo de moldes onde existem outras pessoas dentro de cada um; uns chorando a solidão, outros reclamando que a vida assim o quis e outros ainda apenas querendo continuar lá com a certeza que a vida é este molde.

Imaginemos um grupo de moldes todos perfeitamente encaixados e em um deles a pessoa desperte para vida que flui e que dentro do molde não irá aproveitá-la ... começa o esforço para o aumento do espaço do molde em que nos encontramos. Isso faz com que incomode as pessoas dentro dos moldes mais próximos (nossa família, nossos relacionamentos) e lá vem a chuva de morais educatórias nos tentando mostrar que estamos errados ou que a vida é assim: Nos encaixamos nos moldes e esperamos a morte.

Mas, com a consciência expandida torna-se quase impossível continuar num espaço tão exíguo onde os sonhos se tornam tormentos por não termos a possibilidade de nem sequer tentar buscá-lo.

E com grande esforço nos colocamos de pé, muito lentamente abrimos os braços, as pernas e aos poucos começamos, timidamente, a ensaiar os passos da música de nossa vida.

O coro de vozes reclamatórias nos lembrando todas as ordens dadas na infância é ensurdecedor; regras são gritadas de todos os lados... Nossos ouvidos ainda soam nossa música e ainda confusos procuramos uma orientação... à nossos pés e até ao horizonte (agora maior) vemos pequenos cubículos, alguns de ouro tão cheio de coisas que mal a pessoa se move lá dentro, outros com flores, a maioria simples.

As vozes agora já conseguem ser superadas pela música que flui e sua dança aumenta e vem a grande descoberta você pode voar. Não importam mais as rugas ou o cansaço dos músculos apenas quer voar. Sentir a sanidade do vôo sentir o acalanto do vento, sentir de nosso interior a compreensão da glória da vida.

Não existem mais os grilhões das mágoas ou a culpa dos erros que nos prendem aos moldes que nos colocaram.

Você olha para baixo e vê as pessoas se acomodando no espaço que vc deixou cada um querendo um pedaço.

Com um sorriso você apenas se deixa voar em direção ao envelhecimento em direção a luz da vida

Estou envelhecendo e me sinto jovem nesse novo plano.

Jorge Reigada

Eu sou o resultado
de glórias
e derrotas,
lutas travadas
no campo da insanidade
humana..
Eu sou o sonho
das fadas e dos Elfos.
Sou a esperança
e a angústia da espera..
Eu sou a vida.
Eu sou...
Apenas tudo isso..

Jorge Reigada

Eu sou só e sou tudo.

Toda dor, toda alegria, todo momento e eternidade, navegam dentro de mim, verdade...
Dentro de mim não tenho sangue, tenho gente. Meu coração não bate, sente.
Cada terra e cada ar. Todo o sentimento, tudo o que pulsar.
Cada mundo e cada sonho, é em mim que ponho.
Sou gente?!?!
Eu sou pai, sou filho, sou irmão, sou meu parente.
Quase a totalidade de mim é mar e cada gota um ser, um viver, um sonhar.
O meu corpo não é feito de carne, mas de emoções, ações, colher e plantar.
Agricultor de meu próprio campo inexistente?!?!
Sou criador e criatura. Não sou nada, ninguém, sou todos, tudo enfim.
Eu não vivo dentro do mundo, é o mundo que vive dentro de mim.

Jorge Reigada

Eu, chego ao tempo que o tempo passar,mais ñ passo ao passar do tempo.(A velhice é a maturidade do homem.)

JORGE LUIZ DOS SANTOS 041650

Falar da inveja é falar da comparação, é falar sobre o processo de nos comparar com as outras pessoas. Quando nos comparamos com os outros e nos sentimos inferiores a eles em algum aspecto, estamos com inveja. Não estou dizendo que todas as vezes que nos comparamos, sentimos inveja. Estou afirmando que nunca poderá haver inveja sem que antes tenha havido uma comparação.

Jorge Reigada

Falar mal do próximo é o mesmo que tomar veneno e esperar que o outro morra.

jorge reigada

Falta de Ar


Há dias que posso passar sem sol, sem luz,
sem pão,
sem tudo enfim...

( Tenho até a impressão de que não preciso de nada...
... nem mesmo de mim...)

Mas há dias, amor... ( e parece mentira)
- nem eu sei explicar o porquê
de tão grande aflição -

em que não posso passar sem Você
um segundo que seja!
- de repente preciso encontrá-la, é preciso que a veja -

- Você é o ar com que respira
meu coração !

J. G. de Araújo Jorge

Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.

Jorge Luis Borges

Feliz você que há de coroar seus jovens cabelos pela alvura da idade.
Sua face jovem pela palidez da velhice.
Conquistar todo o saber possível com a liberdade de viver, avançar, e envelhecer.
E assim você rirá, balbuciando: Deus! Como fui criança!
E olhando pra trás você será bem mais feliz.

Roger Amado

Fica-se enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única.

Jorge Borges

Fique de olho em três dos seus amigos. Se eles parecerem normais, o doido é você.
Os psiquiatras dizem que uma em cada quatro pessoas têm alguma deficiência mental.

Jorge Reigada

Fizeram tanta coisa pra nos ver sofrer
Contaram tanta história de mim pra você
Brindaram nosso drama
Ao som da nossa valsa
Uma platléia fria, tão falsa
Mas o pior de tudo é que ficamos sós
Ouvindo uma canção que falava de nós
Armaram uma trama
Trocaram nossa valsa
Uma platéia fria, tão falsa

Bem que te avisei que no nosso abraço
Tinha um coração fora do compasso
Mas, você nem ligou
Bem que te avisei que no nosso abraço
Tinha a mão do mal desatando o laço

E não deu outra foi o fim
no gravador do meu telefone
a sua voz embargada
De pavor
Pede clemência
Jura inocência
com minha ausência
Diz que aprendeu a dar valor

Jorge Aragão

Fomos educados para pensar que a realidade esta lá fora e que nós não temos nada a ver com ela, estamos isentos na criação da realidade. Isso é uma grande mentira, porque não existe realidade lá fora sem que antes exista dentro de nosso cérebro

Jorge Reigada

Forjamos a máscara que sorri e mente
Na fornalha, cujo o óleo é a alma da gente
Enfeitamos a máscara que sorri e mente
Com cacos de um ser incompetente

Jorge Reigada

Fundo de quintal...
Silêncio. No velho muro,
uns cacos de sol...

Jorge Fonseca Jr.

Grande é o homem na armadura de uma criança!!! Sem o espirito da simplicideda o homem setorna um ser incapaz de amar.

Jorge luiz 041650

Hoje não me alegram
as amendoeiras do horto.
Me lembro de ti.

Jorge Luis Borges


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