Quando você sofrer, há sempre um remédio:
Valter da Rosa Borges
Ou você se acostuma ou se anestesia.
Não faça da dor um pretexto, castigo ou purificação.
A dor é um fato e só. Merece medicação e não explicação.
A dor é uma visita incômoda. Por que pensar por que ela veio? Já não basta o próprio doer?
Só nos cabe em tais momentos nos livrar deste incômodo.
Quarto de hotel é promíscuo.
Valter da Rosa Borges
Por mais que seja limpo
por zelosas faxineiras,
permanece sempre o cisco
de emoções e pensamentos
de seus hóspedes fugazes,
nos lençóis, nos travesseiros,
nas fronhas, mesmo lavados,
diligentemente trocados,
no chão e no guarda-roupa,
na cama e nas cadeiras.
Nos cabides pendurados
problemas ali deixados
e também mágoas dormidas
fedendo nos cobertores.
Quem é Esse do qual
Valter da Rosa Borges
apenas sou personagem?
Oculto em todos os vivos
e vivo em todas as mortes.
Hóspede em todos os tempos,
embora more no eterno.
Tudo o que existe é sede
e endereço de Deus.
Quem é humilde, não busca, voluntariamente, a humilhação, mas se sujeita à humilhação, que lhe é imposta.
Valter da Rosa Borges
Há, no entanto, os que se humilham para satisfazer a vaidade de parecerem humildes.
Real é o que existe em relação a nós. Isto não importa negar o real com o qual não nos relacionamos.
Valter da Rosa Borges
O real objetivo é o real compartilhado, o chamado mundo das relações.
O real subjetivo é o real privado, com as suas peculiaridades, mas possuindo, também, conteúdos do real compartilhado.
O real é o físico e o psíquico, mesmo que este não se converta naquele.
A realidade, como significado, é uma convenção. É possível que a realidade tenha um significado, mas não o conhecemos. Por isso, criamos modelos significativos para a realidade. O convencional, porém, só é real como forma de relações humanas. O mundo social é realidade criada pelo homem e este pode modificar o mundo que criou.
Há um real independente de nós. Há um real criado para nós: é o nosso modo peculiar de perceber o real.
Tudo nos leva a crer que há infinitos níveis e formas da realidade.
Santificaram a pobreza.
Valter da Rosa Borges
Mas muitos pobres preferem
a riqueza à santidade.
Satanizaram a riqueza.
Mas os ricos não se importam
se sua riqueza é satânica.
São as tintas dos olhos
Valter da Rosa Borges
que dão as cores ao mundo.
Com elas, pintamos sonhos
e fatos nunca vividos.
Os olhos fazem os sonhos
com a matéria do visto
do não-visto e do imprevisto.
Saudade há que dura um corpo:
Valter da Rosa Borges
é chaga para toda a vida.
Sangra quando lembrada
e nunca mais cicatriza.
Se afago a madeira,
Valter da Rosa Borges
afago a árvore.
A floresta persiste
em cada móvel.
Mesas, cadeiras e armários
são árvores amnésicas.
Se estamos onde pensamos,
Valter da Rosa Borges
o que fazemos no corpo
tão lerdo e tão pesado?
Que gravidade nos prende,
se somos feitos de vácuo?
Se, pensando, somos corpo
aéreo e ilimitado,
por que este corpo de carne
segurando as nossas asas?!
Se por aqui vaguei, meu corpo sabe.
Valter da Rosa Borges
As células festejam meu retorno.
Meus pés andam sozinhos, eles sabem
onde encontrar os passos que ficaram
gravados na memória das areias.
Os átomos que fui, andam no mundo.
Um dia, me dirão por onde estive.
sem você
Rosa de saron
Minha vida,minha história,só fez sentido,quando te conheci
Seus olhos,sua face,me levam além do que pensei
Se as vezes me escondo em você,me acho,nem dá pra disfarçar
Preciso dizer,você faz muita falta
Não há como explicar
Foi sem você que eu pude entender
Que não é fácil viver sem te ter
Meu coração me diz que não
Eu não consigo viver sem você
yeah
Se as vezes me escondo,em você me acho,nem dá pra disfarçar
Preciso dizer,você faz muita falta
Não há como explicar,ahhh
Foi sem você que eu pude entender
Que não é fácil viver sem te ter
Meu coração me diz que não
Eu não consigo viver,sem você,yeah..
Sentimos a flor conforme a vemos
Valter da Rosa Borges
não pelos átomos que a compõem.
Quem disseca a flor, não vê a flor.
É procurar o homem no cadáver.
Será que foi de propósito
Valter da Rosa Borges
que Deus fez a vida
sem propósito?
Foi o homem que inventou
o propósito da vida.
Por isso, não pode entender
que a vida é sem propósito.
E sofre assim sem propósito.
Seu Carinho amenisa minha dor
Lucas Nobre da Rosa
Suas palavras são notas musicais tocando suavemente meu coração
Sua presença é a luz do sol aquecendo minha alma
Sua amizade um presente valioso,uma planta rara que cultivo com muito carinho...
Obrigado,você ja faz parte da minha vida!
Só há uma lei universal: a de que existem leis e que estas variam em universos diferentes.
Valter da Rosa Borges
Leis podem variar, mas sempre existem leis - esta é a lei.
Porque vemos as coisas acontecerem da mesma maneira, acreditamos que elas sempre acontecerão assim para sempre. A esta nossa crença demos o nome de leis da natureza.
Só os mortos não mudam.
Valter da Rosa Borges
deserdados do futuro,
exilados do presente,
são imagens estéreis,
que não mais se reproduzem.
Só os vivos são férteis,
gerando suas imagens
constantemente no mundo.
Só somos uma vez e nunca mais:
Valter da Rosa Borges
não há repetições na Natureza.
Não se confunda o som com o seu eco.
Os fantasmas são ecos que assombram
os ouvidos sensíveis da saudade.
Solitário é aquele que pensa só em si.
Valter da Rosa Borges
A sua dor é maior, porque é dele só.
A sua alegria é menor, porque não é acrescida pela alegria dos outros.
Somente quando te fizeres vazio,
Valter da Rosa Borges
experimentarás o Vazio.
Somente quando não tiveres vontade,
conhecerás a Vontade.
Somente quando deixares de ser,
encontrarás o Ser.
Somente quando te despojares
do que julgas ser teu,
possuirás o que é teu.
Somente quando te sentires vazio de tudo,
reconquistarás a Plenitude.
Somos livres para tantas coisas,
Valter da Rosa Borges
quer sejam rotineiras ou imprevistas!
E há quem diga que não somos livres.
Somos uma das infinitas
Valter da Rosa Borges
versões de Deus.
Embora diferentes,
todos somos um.
Tudo é clone de Deus.
Templos, imagens
Valter da Rosa Borges
e lugares sagrados
são necessidades do homem
para localizar Deus
no espaço.
Todo o perigo da dor
Valter da Rosa Borges
não é seu próprio doer:
é a sua anestesia.
A dor que já não se sente,
nem em si e nem nos outros.
A dor que perdeu a voz.
A dor a que falta o espasmo.
A dor que não causa espanto.
A dor que não mais revolta.
A dor que nos fez eunuco
no amargo céu da impotência.
Um ateu diria que Deus
Valter da Rosa Borges
fez esse mundo tão mal feito,
tão cheio de sofrimentos
que ficou envergonhado
e até hoje vive escondido.