Mensagem declaração de amor para a esposa

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Campainhas de pátio tocam de novas
Nuvens chuvosas vêm para brincar de novo
Ninguém lhe disse que ela não está respirando?
Olá, eu sou a sua mente lhe dando alguém para dizer.
Olá

Se eu sorrir e não acreditar,
Logo eu sei que irei acordar deste sonho
Não tente me consertar, eu não estou quebrada.

Olá,
Eu sou a mentira vivendo para você poder se esconder
Não chore,

De repente eu sei que não estou dormindo.
Olá, eu ainda estou aqui.
Tudo o que restou de ontem.

Amy Lee

Canção da América

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Milton Nascimento

CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

Cecília Meireles

Canção do amor

Talvez seja ele esse alguém
O negro dos olhos que me invade
Que não conseguirei esquecer
O sorriso que me traz paz
O sonho de toda uma vida
Um misto de prazer e dor
Talvez seja ele a canção do pássaro solitário
Que flutua no infinito, vagando
À procura da lembrança eternizada
Que traz a tona o gosto do beijo
A dor da saudade
O sopro da alma
Talvez seja ele esse alguém
O encontro do que eu havia perdido
Perdido em mim o que ele mesmo procurava
Nosso encontro
Só daí vi minha lua que voava
Indo ao desconhecido já vivido
Sentindo o desejo, o cheiro, o gosto
Com a língua do infinito
E quando o filme parecia ter acabado
Surge-me Ébano, alma da minha alma
E assim pude tocar os olhos do teu interior
E colar a boca do desejo em teu espírito
E respirar teu corpo
Estávamos sós
Estávamos nós
Canta, meu amor
Como o canto do pássaro
Que é livre e leve
Que descobriu não ser mais solitário
Meu leito te espera
Meu seio te eterna
E eu o canto nossa história

Talytha.

Canção Do Amor Demais

Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh meu amor, será que nunca hei de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade

E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz

Antonio Carlos Jobim Vinicius de Moraes

Canção do Amor Imprevisto
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E minha poesia é um vicio triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com tua boca fresca de madrugada,
Com teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos!

Mário Quintana

Canção do amor que chegou

Eu não sei, não sei dizer
Mas de repente essa alegria em mim
Alegria de viver
Que alegria de viver
E de ver tanta luz, tanto azul!
Quem jamais poderia supor
Que de um mundo que era tão triste e sem cor
Brotaria essa flor inocente
Chegaria esse amor de repente
E o que era somente um vazio sem fim
Se encheria de cores assim

Coração, põe-te a cantar
Canta o poema da primavera em flor
É o amor, o amor chegou
Chegou enfim






in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"

Vinícius de Moraes

Canção do Sonho Acabado

Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais...
Cecília Meireles

Cecília Meireles

Canção para Ana Luisa

Como te dizer?
Não sei!!!!
Não, não preciso mais falar!!!
Nem mesmo esperar.
Apenas te pensar.
Podendo sentir sempre.
Seu encanto.
Que agora é todo o meu canto!!

Jaak Bosmans

Jaak Bosmans

Cansastes das passadas
que vão caindo para trás
que insiste em não avançar
queres tanto seguir
em frente
de embaraços
mas como...
se não podes seguir sem par
se para trás é fácil
não olhar,
mas para o lado
não tens como evitar
Olhar para frente em par,
pois a natureza induz ao par
como negar...
em par de idéias
aconchego
não de escoras
que te invalidam
a vida
aprender a seguir
sem negar
negando sempre...

mfpoton

Cansei de sorrir forjadamente, ser gentil e educada para agradar alguém, não posso atuar 24h, nem se fosse atriz seria tão boa assim.
Decidi assumir: meu ego, minha persoalidade. privilegiar a sinceridade e pouco me importar para o que vão pensar ao meu respeito.
Não sei se sou melhor ou pior que os outros, mas igual tenho absoluta certeza que não. Menos mal. Tem cada indivíduo que se eu pudesse eliminava do meu redor.
Estou em busca de uma grande façanha pessoal, e como nem tudo são flores, estou pagando um preço altíssimo, obviamente visando um enorme sucesso. taí o meu erro: me transformei numa garota medrosa, com receio de lutar por um grande amor. Agora me arrependo, mas talvés tenha sido bom assim, um dia minha recompensa virá, espero que seja digna do meu esforço, não quero me vangloriar, mas eu mereço.
Que Deus glorifique as minhas palavras e faça dos meus planos uma realidade concreta, me dando forças para lutar em busca dos meus objetivos.

Ass: Érica Morais.

Érica Morais

CANTADAS PARA MULHER FEIA

1) Vc tem fogo?
- Sim!
- Então cospe,dragão.
2) Vc tem telefone?
- Tenho
- Então vende e faz uma plástica.
3) Uma mulher feia passa por você e quando ela estiver de costas,
grite bem alto: “volta, volta, volta...“ Quando ela
olhar pra trás toda feliz complete a frase: “Volta pro buraco de
onde tu saiu!“
4) Vc não é feia, a sua beleza que é rara!
5) Alguém já lhe disse que vc é linda?
-Não!
-Mas claro, quem conseguiria mentir tanto assim...
6) Quando três meninas estiverem andando na rua vc, diz:
“olha as 3 graças: a Sem Graça, a Desgraça e a nem de Graça“
7) Cuidado! Mulher feia e urubu comigo é na pedrada.
8) Vc é bonita... Pena que está no planeta errado.
9) Me dá seu telefone.
- Pra que?
- Pra eu nunca ligar, nem por engano!
10) Vc não é feia... Apenas nasceu diferente.
11) Olha que miss...misspanta!
12) A natureza castiga, mas o que ela fez contigo foi sacanagem

Renatinho

Cantiga para não morrer


Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Ferreira Gullar

Canto para Minha Morte


Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Raul Seixas e Paulo Coelho

CARINHO ESPECIAL...

CARINHO especial é aquele amor
que independe do "estar" junto,
basta "sentir-se" junto...
é amor que mesmo longe,
dá calor... Dá prazer e satisfação...
traz vida e alegria ao coração...
Esse é de verdade, um grande
e lindo amor...
Sentido com a alma... Com
o pensamento, o coração se
acalma... Acaba com o tormento...
Pois esse é um lindo amor,
que mesmo na ausência é sentido,
cura um coração dolorido...
É realmente... Um amor especial
Faz sentir a presença do ausente,
Diminui a saudade que se sente,
Daquela pessoa tão querida,
Tão necessária à própria vida...

Autor Desconhecido

Carta à um amor impossível

Recebi tua carta, - e ainda sob o peso
da emoção que me trouxe, eu te escrevo, surpreso,
reavivando na minha lembrança esquecida
certos traços sem cor de uma história perdida:
- falo dos poucos dias que passamos juntos...

Tão longe agora estas Quantos belos assuntos,
a que eu não quis, nem soube mesmo dar valor,
relembras com um estranho e desvelado amor...
Tua carta é tão doce, e tão cheia de cores
que, dir-se-ia a escreveste com o mel que há nas flores,
sobre o azul de um papel tão azul, que o papel
faz a gente pensar num pedaço de céu!
Impregnado nas folhas chegou até mim,
um perfume sutil e agreste de jasmim
e um pouco do ar sadio e puro de montanha!

Estranha a tua carta, inesperada e estranha!

Deixas nas minhas mãos a tua alma confiante,
ante a revelação desse amor deslumbrante
e abres teu coração, num gesto de ansiedade,
sob a opressão cruel de uma imensa saudade.
Dizes que só por mim tu vives, - que a tristeza
é a companheira fiel que tens por toda parte,
e me falas assim com tamanha franqueza
que eu nem sei que dizer receando magoar-te!
Não compreendo esse amor que revelas por mim
nem mereço a ternura e o enlevo sem fim
de um só trecho sequer de tudo o que escreveste,
- por exemplo, - de um trecho belo e bom, como este:


"Teu olhar é o meu sol! Vivo da sua luz!
- e mesmo que esse amor seja como uma cruz
eu o levarei comigo em meu itinerário!
e o bendirei na dor ascendendo ao Calvário!
Sem ele não existo; e sem ti, meu destino
será vazio, assim como o bronze de um sino
que ficou mutilado e emudeceu seus sons
na orquestra matinal dos outros carrilhões!
Quero ser tua sombra até, - e quando tudo
te abandonar na vida, e o frio, e quedo, e mudo,
encerrarem teu corpo em paz sob um lajedo,
eu ficarei contigo ao teu lado, sem medo,
e sozinha e sem medo eu descerei contigo
oh! meu único amor! oh! meu querido amigo!
- para que os nossos corpos juntos, abraçados,
fiquem na mesma terra em terra transformados!"


Escreves tudo assim, - e eu nem sei que te diga
nesta amarga resposta, oh! minha pobre amiga!


Tarde, tarde demais... Bem me arrependo agora
do amor que te inspirei, daquele amor de outrora
que eu julgava um brinquedo a mais em minha vida
e a quem davas tua alma inteira e irrefletida...
Releio a tua carta, e confesso que sinto
o ter-te que falar sobre esse amor extinto,
um prelúdio de amor que ficou sem enredo
e que só tu tocaste em surdina, em segredo...


Dizes que o que eu mandar, farás... e que és tão minha
que mesmo que não te ame e que fiques sozinha
bastará para ti a lembrança feliz
dos dias de ilusão em que nunca te quis!
E escreves, continuando essa carta que eu leio
com uma vontade louca de parar no meio:


"Minha vontade é a tua! E meu destino enredo
no teu!... És o meu Deus! Teu desejo é o meu credo!
Creio na tua força e no teu pensamento,
e nem um só segundo e nem um só momento
deixarei de seguir-te aonde quer que tu fores,
seja a estrada coberta de espinhos ou flores,
te aureole a fronte a glória e te sirva a riqueza
ou vivas no abandono e sofras na pobreza!
Serei outra Eleonora Duse, e te amarei
com um amor infinito, sem razão nem lei.
Tu serás o meu Poeta imortal, - meu Senhor,
a quem entregarei minha alma e o meu amor!

Creio na tua força e no teu pensamento!
- faço dela um arrimo, e tenho nele o alento
da única razão que dirige meus atos;
- é a lógica fatal das cousas e dos fatos!
Orgulho-me de ser a matéria plasmável
onde o teu gênio inquieto, e nervoso, e insaciável,

há de esculpir uma obra à tua semelhanças!
Junto a ti sou feliz e me sinto criança
curiosa de te ouvir, fascinada e atraída
pela tua palavra alegre e colorida!
E se falas da vida ou se o mundo desvendas
os assuntos ressoam na alma como lendas
e tudo é novo e é belo, e tudo prende e atrai,
de um simples botão que se abre a um pingo d'água que caí.

Há em tudo uma alma nova! Há em tudo um novo encanto!
Tantas vezes te ouvi! E sempre o mesmo espanto
quando tu me dizias, que era tarde, era a hora
em que eu ia dormir em que te ias embora...
Muitas vezes, deitada, - eu rezava baixinho
uma prece que fiz só para o meu carinho:


com meus beijos de amor matarei tua sede,
com os meus cabelos tecerei a rede
onde adormecerás feliz, imaginado
que é a noite que te envolve e te embala cantando;
formarei com os meus braços o ninho amoroso
onde terás na volta o almejado repouso;

minhas mãos te darão o mais terno carinho
e julgarás que é o vento a soprar de mansinho
sussurrando canções e desfeito em desvelos
a desmanchar de leve os teus claros cabelos!
No meu seio, - que a uma onda talvez se pareça,
recostarei feliz, enfim, tua cabeça,
e nada, nenhum ruído há de te perturbar!
- meu próprio coração mais baixo há de pulsar...
Quando o sol castigar as frondes e as raízes
com o meu corpo farei a sombra que precises,
e se o inverno chegar, ou se sentires frio,
em mim hás de achar todo o calor do estio!

Não te rias, - bem sei que te digo tolices,
mas ah! se compreendesses tudo, ou se sentisses
a alegria que sinto ao te falar assim,
talvez que não te risses, meu amor, de mim...
Isto tudo, - é obra apenas da fatalidade,
- quando o amor é uma doença e é uma febre a saudade."

Tua carta é uma frase inteira de ternura,
como uma renda fina, cuja tessitura
trai a mão delicada e a alma de quem a fez
Ela é bem a expressão da mulher, que uma vez...
(mas não, não recordemos estas cousas mais,
- para o teu bem, deixemos o passado em paz
se o não posso trazer num augúrio feliz
para a prolongação de um sonho que eu desfiz...)

Tua carta é o reflexo da tua beleza,
e há no seu ofertório a singela pureza
desse amor que te empolga e te invade e domina!
(Uma alma de mulher num corpo de menina!)
Reli-a muito, a sós... - Mais adiante tu dizes,
com esse místico dom das criaturas felizes:


"Amo, para a alegria suprema e indizível
de humilhar-me aos teus pés tanto quanto possível,
e viverei feliz, como a poeira da estrada
se erguer-me ao teu passar, numa nuvem dourada
cheia de sol e luz, - nessa glória fugaz
de acompanhar-te os passos aonde quer que vás!
Não importa que eu role depois no caminho,
não importa que eu fique abandonada e só,
- quem nasceu para espinho há de ser sempre espinho!...
- quem nasceu para pó, há de sempre ser pó!"


Faz-me mal tua carta, muito mal... Receio
pelo amor infeliz que abrigaste em teu seio,
e uma angústia mortal me oprime e me castiga,
deixa que te confesse, oh! minha pobre amiga!


Não pensei... Não pensei que te afeiçoasses tanto,
nem desejava ver a tristeza do pranto
ensombrecer teus olhos... Quando tu partiste,
não compreendia bem por que ficaste triste
nem quis acreditar no que estavas sentindo...
Hoje, - hoje eu descubro que o teu sonho lindo
era mais do que um sonho, - era mesmo, em verdade
uma grande esperança de felicidade!

Me perdoarás no entanto... ah! não fosses tão boa!
E eu insisto de joelhos a teus pés: - perdoa!
Se eu soubesse, ou se ao menos eu adivinhasse
o que não pude ver além de tua face
e o que não soube ler velado em teu olhar,
não teria deixado esse amor te empolgar...

Perdoa o involuntário mal que te causei!
A carta que escreveste, e há bem pouco guardei,
um grande mal também causou-me sem querer:
- é bem rude e bem triste a gente perceber
que encontrou seu ideal, - o seu ideal mais belo,
- e o destruir, tal como eu, que agora o desmantelo!
É doloroso a gente em mil anos sonhá-lo
e inesperadamente ter que abandoná-lo!

Se algum amor eu quis, esse era igual ao teu
que tudo me ofertou e nada recebeu;
ingênuo e puro amor, simples, sem artifícios,
capaz como bem dizes "de mil sacrifícios,
e de mil concessões, chorando muito embora,
só para ver feliz o ente que quer e adora!"

E pensar que isso tudo que tu me ofereces:
-teu raro e imenso amor, teus beijos tuas preces,
a tua alma de criança ainda em primeiro anseio;
e o teu corpo, onde a forma ondulante do seio
não atingiu sequer seu máximo esplendor;
tua boca, ainda pura aos contatos do amor;
- e dizer que isso tudo, isso tudo afinal
que era o meu velho sonho e o meu maior ideal,
abandono, desprezo, renuncio e largo
com um gesto vil como este, indiferente e amargo!

Enfim, já estás vingada... E porque ainda és criança
há de este falso amor te ficar na lembrança
como uma experiência... (a primeira vencida
das muitas que talvez ainda encontres na vida... )

E um dia então... - quem sabe se não será breve?
- descobrirás na vida aquele amor que deve
transformar teu destino e realizar teu sonho...
Antevendo esse dia de festa, risonho,
comporei, como um véu de noiva, para as bodas,
a mais bela poesia, a mais bela de todas...
(... Recebendo-a, dirás, esquecida e contente:
- "quem teria enviado este estranho presente?")

Sé feliz, minha amiga ... eu me despeço aqui...
Lamento o meu destino, porque te perdi
e maldigo esta carta pelo que ela diz...
Não chores, - porque eu sei que ainda serás feliz...

E que as lágrimas de hoje, - enxuguem-se ao calor
de um verdadeiro, eterno e imorredouro amor!

P. S. - Sê feliz. Amanhã tudo isto será lenda ...
E pede a Deus, por mim, - que eu nunca me arrependa...


( Poema de J.G . de Araujo Jorge
do livro " Eterno Motivo " - 1943)

( Poema de J.G . de Araujo Jorge

Canto para Minha Morte

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Raul Seixas Paulo Coelho

Caríssimo Amigo,

Essa premissa maior é para agradecer por ter você comigo,
a sua amizade, a sua sensibilidade, e a sua sutileza em atos e atitudes.
Faz tempo que você tem "marcado" presença em meu viver seja em pensamento, coração, imagem, gestos palavras(poucas não?),
mas acima de tudo na demonstração de um grandioso e terno carinho por mim.
Normalmente não sou muito afeita a declarações do meu interior. Sou mais ouvinte, gosto de entender e passo horas a ler, a ouvir o que o outro tem a me relatar. Às vêzes chego a pensar que deveria ser psicóloga e não ter-me graduado em biblioteconomia,
mas sinto que em matéria de entender o próximo a interdiciplinariedade das ciências é o que vale.
Veio a inspiração e com força total, desde muito cedinho, logo ao levantar-me, onde preparo um gostosinho café "preto", alguns acordes sonoros de música clássica, o espiar da janela, ouvir pássaros cantando, as árvores, sim aqui na minha rua(ora minha), maneira de dizer tem tudo isso e claro pensei, refleti, lembrei, questionei e surge (Você), no meio de todo esse despertar de mais uma dia de vida e para a vida. Por isso meu amigo, hoje especialmente hoje quero enviar um gostoso e borbulhante beijo do fundo do meu CORAÇÃO PARA O SEU LINDO E SENSÍVEL CORAÇÃO.

Fátima Bindes

Carta ao meu pai


Ela é singela. É para o meu pai/ ou mais ainda/ para todos os pais
Que doam em generosidade o amor aos filhos.
Há algumas epígrafes sobre o meu pai,
O meu amado João Maciel de Azevedo/ o Senhor “Zeca Sapateiro” /.
Um artesão da arte de moldar os pés humanos/ e a cela dos animais /
No dia a dia, o cotidiano engole as possibilidades de intimidades/.
O filho cresce/ torna senhor de sua história/ não reserva momentos de encontros, homenagens e não diz.
OBRIGADO!
Transcorrem anos a imagem de algo que deixou de ser dito/
Revelado e reconhecido passa...
Bate então à nossa consciência o coletivo espiritual, o falar ao nosso pai.
Ainda hoje sinto a ausência do papai/ de nossas conversas sobre política/ filhos/espiritualidade/ de sua amável companheira( claro, minha mãe - Dna. Nessy)/
Que juntos nos educaram dentro de princípios e valores
Da honradez, da moral e da dignidade.
Papai possuía uma personalidade forte, destemida, ousada, humana e fraterna.
Sua genética? Ótima. Sua origem? Índio/ Negro/ Branco.
Mas de face tranqüila e traços delicados e bonitos.

Pai, obrigado pelo Senhor Ter Existido.
Que Deus, em sua infinita misericórdia, o ampare sempre.
Um dia nos encontraremos.

Abraço grande,

De sua querida e amada filha,
Fátima

Fátima Bindes

Carta ao meu amor

Será que elas sabem que quando você goza é comigo que você está? Que os beijos foram pra mim e cada gota de suor? Será que sabem que nos seus silêncios é comigo que você conversa e na hora dos seus mistérios, estamos de mãos dadas lembrando do passado e sonhando pro futuro? Que sou eu a Dulcineia que te acompanha nas lutas quixotexcas contra os moinhos de vento de suas fantasias, elas sabem? E sabem que você é um caipira turrão que mente a idade e é pão duro de doer? Não bobo, isso elas não sabem porque você não entrega o ouro tão cedo, aliás, melhor contar que você não entrega nunca. E você sabe que eu nem consigo deitar com outro, porque meu corpo grita NÃO, e me chama de prostituta? Tem um buraco que fica entre os dois peitos, parece uma moleira mas chamam de plexo solar. Pois por ali me entra cada coisa. Outro dia entrou o mar inteiro, subiu até a garganta, apertou tudo, e está lá - não quer sair.

Vou te mandar um pouco. Cabe aí, ou você continua empanturrado pela terra toda que engoliu pra não morrer de fome da falta de mim? Até quando será, vida minha, que o destino espera a gente se cansar de andar em círculos? Será que ele vai ter uma paciência infinita com essa mania da gente se amar de longe? Ou um dia ele nos puxa pelas orelhas, bota os dois juntos e diz "Acabou o Tom e Jerry. Estão perdendo muito mais do que jamais vão encontrar. Um olhando pro outro, já! Viram?" E tocados pela varinha do cosmos nos saberemos que era ali que sempre quisemos estar. você fará um abrigo pro nosso amor, tô até vendo, ficou bonito, você sempre teve bom gosto.

Eu te puxo pra rede, faço um cafuné sem fim e conto estórias pra gente dormir. Ai que bom... Já pensou o cansaço que vai bater quando finalmente a gente parar com isso? Ah, você contou pr'alguma delas que pensa em mim todos os dias, e que há dias em que pensa sem parar? Perturba não é? A gente não consegue fazer as coisas, tocar o barco. Nem fingir direito que gosta de outro dá. Eu também acordo todos os dias tomada por você. E ando acordando de madrugada. Você parece que pula em cima de mim, eu dou aquele salto e pronto, é risada, conversa fiada, lágrimas, de um tudo, mas nada de dormir de novo. Você não deixa. Depois passo o dia bocejando e não tem como explicar, vou dizer o quê? Passei a noite com meu amor que não estava comigo porque... Porque? Outro dia eu acordei querendo morrer de saudade. Tinha palpitações, era grave, liguei pro médico. "Doutor, estou sofrendo de amor, não paro de chorar, meu coração vai sair pela moleira do peito, e hoje não é um bom dia pr'eu morrer. Tenho oito cenas pra gravar doutor, um artigo pra escrever, minha filha chega de viagem e eu vou buscar no aeroporto, socorro, preciso de uma pílula poderosa! Ele me conhece bem, fez a receita na hora. Vou te passar porque num momento de apuro, evita uma ida ao médico. Anota aí: Inderal para as palpitações, Buspar pra dor de amor, e Sonata pra... Puxa, como gostei desse nome, lembra mamãe tocando Chopin ao piano - tão romântico. Onde eu estava? Ah sim, Sonata pra insônia, porque desculpe mas eu tive que contar pra ele que Você não me deixa dormir. Ele falou pr'eu te mandar embora. Mas eu já fiz isso, nós sabemos quantas vezes não é? E você não vai. Quando vai, não sai de dentro de mim do mesmo jeito, entranhou, é praga da vida. Ai que praga boa... Boa nada, imagine eu, naturalista, tendo que me entupir de comprimidos, francamente! Sabe o que o Tururu pequeno falou? Minha filha te adora, sempre gostou desde neném, você sabe. Mas outro dia me vendo tão triste ela perguntou, "Mamãe porque você fica com quem te faz sofrer assim?" E eu, "Porque acho que no amor a gente tem que fazer tudo, tudo que puder pra dar certo"

Passaram-se meses.

"Você fez tudo o que podia?"
"Acho que agora sim"
"Então presta atenção, da próxima vez que ele cruzar a sua mente, você pensa, "que bom que eu me livrei desse cara!'"

Não sei onde ela arrumou essa vivência - aos doze anos puxa! Mas é que ela não agüenta me ver sofrer por tanta contradição. Podia ser simples. Romeu e Julieta andaram pras barreiras familiares, o príncipe largou seu reino pela Wally e até o João aqui da minha esquina dorme na calçada agarrado com sua Maria.

Minha filha tem razão, podia ser bem mais simples. Mas aí..., pra quem eu ia escrever esta carta?

Maitê proença

Carta de Amor

Quando vejo minha vida como era sem você, não acredito que vivia.
Respirava... dormia...acordava...me nutria ...
Hoje vejo que era só a parte física que era alimentada...
...eu estava morrendo e não sabia...
Você chegou como uma brisa fresca numa tarde quente de verão !
Entrou como quem não quer e tomou conta do meu coração.
Hoje faz parte minha vida como se sempre lá estivesse estado.
Como era mesmo que eu vivia?
Só consigo me lembrar do agora, do antes, não me lembro, não vivia!
E... Pior... eu não sabia !
Hoje você existe dentro de mim.
Faz parte de minha pele... Do meu cheiro... do meu coração...
E não há o que eu não pense que não venha impregnado de você.
Você existe e me espera...
e...eu espero que a vida, um dia, nos dê a carta de alforria
e nos deixe viver esse grande amor !
Hélio Pereira Banhos

Hélio Pereira Banhos

Certa vez alguém mandou-me escolher, entre:
"o amor"
"o sorriso de uma criança"
"o perfume de uma flor"
"o brilho das estrelas"
"o orvalho das manhãs"
"a brisa do mar"
e "você"
É claro que escolhi o amor, pois sem ele:
Não compreenderia o sorriso de uma criança,
não me deliciaria com o perfume de uma flor,
não enxergaria o brilho das estrelas,
não sentiria o orvalho das manhãs,
não apreciaria a brisa do mar,
e o mais importante:
"não teria você"

Autor Desconhecido

Carta de amor
Bom dia meu sonho. Hoje acordei com tanta saudade de você, pensei nas coisas que me disse, que devo ser grata a Deus pelas bênçãos que tem me dado, É verdade são muitas e vejo você entre elas. Desejo que seja eterno enquanto dure e sabendo que pode acabar a qualquer momento, venho mais uma vez expressar o quanto és importante pra mim. Crescemos e mudamos muito mas o sentimento que tenho no coração hoje é o mesmo de muitos anos atrás, porém agora mais feliz, não tenho mais medo nem vergonha de dizer que te amei e ainda amo, talvez de uma maneira diferente que antes mas ainda te amo muito. Não espero nada de vOcê, muito menos que me sinta o mesmo por mim, nem quero tirar sua paz. Só peço que acolha em seu coração todo o desejo e todo carinho que dedico a você. Tem me feito feliz pelo simples fato de existir, tem me feito pensar nas coisas que sonhei pra mim e que já tinha desistido delas. Obrigada por ser tão carinhoso.
Que Deus te cubra com ricas bênçãos, que guie seus passos pra fora dessa solidão, que te de saúde pra continuar lutando e que te presenteie com a felicidade que tanto busca.
Me preocupo contigo, não vou estar perto pra cuidar de você, então se cuide por mim.
Te amo!

Mara Avancini

Certamente hoje é grãos de terra. Olha para cima, para o céu, durante todo o tempo.
Às vezes chove, ela fica cheia e redonda nos seus grãos.
Depois vai secando com o estio e qualquer vento a dispersa.
Ela é eterno agora.

Clarice Lispector

Chaves do Coração
Se queres meu amor, teimosa dama,
Terás que me provar que és diferente
De tudo que já vi, de toda a gente,
Nas ruas, nos botecos e na cama.

Terás que ser vadia e ser decente,
Ser como o lótus que nasce na lama,
A voz da consciência que me chama,
Ser tola às vezes, mas inteligente.

Não quero para mim alguém comum,
Alguém assim igual a qualquer um:
Eu quero a mente louca e os pés no chão.

Se conseguires ser o que eu proponho,
Tu poderás ser dona do meu sonho
E ter as chaves do meu coração!

SILVIA SCHMIDT


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