Imaginando oceano, as crianças brincam na poça d água.
Carlos Novais
Inteligência é aprender com os próprios erros,
Antônio Carlos Baena
Porém,sabedoria é aprender com os erros alheios.
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Carlos Drummond de Andrade
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.
Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)
Carlos Drummond de Andrade
Impressões
Paulo Roberto Gaefke
Sentiu?
Minha presença ainda está tão forte em sua vida, não é mesmo?
Mesmo sabendo que você jogou fora as minhas cartas, os meus bilhetinhos, eu sei que as impressões que você guarda do nosso amor ainda estão muito fortes para serem apagadas com um simples gesto.
Ouvi dizer que você até arrumou outra pessoa, mas eu sinto que até na hora do beijo, sua boca ainda procura a minha.
São os meus cabelos que a sua mão tenta afagar.
É o meu cheiro que está grudado em sua pele.
Sentiu?
Não, não é o vento. Sou eu!
Sou eu, que não te esqueço um instante.
Sou eu que ainda não entende como tanto amor acabou assim?
Sentiu?
São minhas lágrimas, não é a chuva não.
Sou eu que no desespero da noite procuro em vão o teu corpo e no vazio meu braço se perde.
Sentiu?
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Que você pode ajudar a tornar realidade sendo uma das 500 pessoas que vão comprá-lo a preço de custo. Por apenas R$ 10,00 e pode indicar para os amigos, conhecidos e até os inimigos....
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São mensagens inéditas que lembram a todo o momento que podemos escolher entre o amor e a dor. Que somos capazes de reagir e conquistar nossos sonhos.
Amor, esperança, conforto espiritual, sonhos e desejos, são esses os ingredientes do livro que eu desejo entregar antes do Natal para você, com carinho, com esperança de tocar a sua alma e te ajudar nessa luta diária.
ISOLADOS DO MUNDO...
carlos
Perdidos e amantes numa praia - a mais deserta -
Por testemunha o céu, gaivotas e a areia quente,
Nada para lembrar, eu e tu vivendo este presente...
Numa manhã quente, à luz do sol, a poesia certa.
Entre olhares, desejos, nos amamos perdidamente.
E a natureza vibrando nesse instante o momento.
Em que dois corpos, eu e tu, rendem-se ao vento.,
Dando-se por inteiro nas carícias, freneticamente.
Passamos horas assim, alheios a tudo em volta,
Pondo em prática devaneios que a imaginação solta,
Espraiado o mar, vem lamber em ondas nossos corpos nus,
Sonho bom que desfrutamos, e a um Oásis nos conduz...
Ao olimpo dos amantes, sem angústias, sem revolta,
Celebração de um paraíso pleno de paz, amor e luz...
Jesus é a Alegria dos Homens
Antônio Carlos Baena
Abraça-me e aquece-me com teu Amor
Regue com tua água essa flor,
Que ressecada, precisa ser cuidada.
Endireita meus pés para andar em sua estrada,
Que é perfeita e imaculada,pois assim,
Não sofrerei nenhuma dor indesejada.
Me desfaz,lança fora as velhas vestes,
Os costumes que não me serves,
Para casar com aquilo que queres.
Meu coração outrora chorava,
Por conta da vã jornada,sabendo de ante mão
Que a morte me aguardava.
Mas hoje,a história está mudada,
Vivo o Amor que minh’alma tanto desejava,
Vida que deixou de ser minha,para ser a tua vida amada.
jornal aberto,
Carlos Seabra
café, leite e sangue:
guerra de perto
JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Lá estão elas rompendo a estrada.
Carlos Augusto Cacá
Deixam distantes seus dias risonhos.
Já desistiram dos contos de fadas.
Hoje cultivam os seus próprios sonhos.
Lá estão elas cerrando fileiras.
Trazem enxadas e foices nos ombros.
Fadas Madrinhas se tornam guerreiras.
Marcham por sobre seus próprios escombros.
Se já não têm o destino nas mãos,
Se, sob os pés, lhes retiram o chão,
Ainda assim vão em busca da vida.
Se lhes acuam, empurram pra morte,
Criam desvios, mas mantêm o norte.
Seguem marchando feito Margarida.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
letras no papel
Carlos Seabra
trazem tuas palavras
com sabor de mel
Limitação limita a ação.
José Carlos Machado - Autor de Casos Lendas e Loro
língua pendente
Carlos Seabra
cachorro com sede
sol ardente
Lira do amor romântico
Carlos Drummond de Andrade
Ou a eterna repetição
Atirei um limão n’água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.
Atirei um limão n’água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer:
Melhor é o beijo roubado.
Atirei um limão n’água,
como faço todo ano.
Senti que os peixes diziam:
Todo amor vive de engano.
Atirei um limão n’água,
como um vidro de perfume.
Em coro os peixes disseram:
Joga fora teu ciúme.
Atirei um limão n’água
mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram:
Quanto dói uma paixão!
Atirei um limão n’água,
ele afundou um barquinho.
Não se espantaram os peixes:
faltava-me o teu carinho.
Atirei um limão n’água,
o rio logo amargou.
Os peixinhos repetiram:
É dor de quem muito amou.
Atirei um limão n’água,
o rio ficou vermelho
e cada peixinho viu
meu coração num espelho.
Atirei um limão n’água
mas depois me arrependi.
Cada peixinho assustado
me lembra o que já sofri.
Atirei um limão n’água,
antes não tivesse feito.
Os peixinhos me acusaram
de amar com falta de jeito.
Atirei um limão n’água,
fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
da pedra no meu caminho.
Atirei um limão n’água,
de tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.
Atirei um limão n’água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
a minh’alma dolorida.
Atirei um limão n’água,
pedindo à água que o arraste.
Até os peixes choraram
porque tu me abandonaste.
Atirei um limão n’água.
Foi tamanho o rebuliço
que os peixinhos protestaram:
Se é amor, deixa disso.
Atirei um limão n’água,
não fez o menor ruído.
Se os peixes nada disseram,
tu me terás esquecido?
Atirei um limão n’água,
caiu certeiro: zás-trás.
Bem me avisou um peixinho:
Fui passado pra trás.
Atirei um limão n’água,
de clara ficou escura.
Até os peixes já sabem:
você não ama: tortura.
Atirei um limão n’água
e caí n’água também,
pois os peixes me avisaram,
que lá estava meu bem.
Atirei um limão n’água,
foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.
louco desafio:
Carlos Seabra
comer fubá e cantar
o sole mio!
LIXO DO LUXO
Luiz Carlos Rodrigues dos Santos
Vi esse descaso na televisão,
Pessoas comendo lixo,
Nesse país sem coração,
Onde tem muito desperdiço,
Onde o poder anda na contramão.
Do outro lado alheio a tudo isso,
Pessoas passeando de iates de luxo,
Longe dos que passam fome, omissos,
Nem querem saber se alguém come lixo.
País de desigualdades evidente,
Pessoas sofrem sem trabalho, sem alento,
E poucos acumulam fortunas, exploram essa gente,
Que vivem sem teto ao relento.
Bilhões serão gastos num evento,
Construções faraônicas serão erguidas,
E o povo com fome e sem leito,
Assiste a tudo isso como eremitas.
Hipócritas roubam o país, feliz,
Andam em seus carrões, homem vil,
Ignoram a miséria desse país,
Essa é a podridão, Brasil...
Lutar com palavras
Carlos Drummond de Andrade
é a tuta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
[...]
Palavra,palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.
madura no ramo
Carlos Seabra
vou colher a fruta
da mulher que amo
Mãe
Olavio Roberto
Mãe...São três letras apenas
As desse nome bendito;
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer.
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamenho do céu
E apenas menor que Deus!
MÃE MYRTHES,VOÇÊ É INSUBSTITUÍVEL, VOÇÊ É ÚNICA, VOÇÊ É LUZ."
CARLOS FÁBIO VIEIRA COUTINHO
MÃES MÁS
Dr. Carlos Hecktheuer - Médico Psiquiatra
Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:
– Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer vocês saberem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto a vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade por suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
"Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo..."
– As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails).
Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violava as leis do trabalho infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho, que achávamos cruéis.
Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por qualquer crime.
FOI TUDO POR CAUSA DELA.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como minha mãe foi.
EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS.
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando, senão Deus sabe quando
Roberto Gomes Bolaños
MANEIRA DE AMAR
Carlos Drummond de Andrade
O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora,depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "VOCÊ O TRATAVA MAL, AGORA ESTÁ ARREPENDIDO?" "NÃO, RESPODEU, ESTOU TRISTE PORQUE AGORA NÃO POSSO TRATÁ-LO MAL. É A MINHA MANEIRA DE AMAR, ELE SABIA DISSO, E GOSTAVA".
mãos que se tocam
Carlos Seabra
olhos que se encontram
beijo na boca
Memória
Carlos Drummond de Andrade
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Marcas da Vida - Impressões
Paulo Roberto Gaefke
Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis.
(Thomas De Quincey)
Cuida da imagem que você anda deixando por onde passa. Que lembrança você anda gravando nas pessoas?
Você é o símbolo da alegria, da bondade, da esperança ou vive amargurada e passa para todo mundo a dor, a revolta, o desespero, a falta de esperanças?
Por onde você passa você fala de realizações, de boas energias, tem sempre uma boa notícia, uma palavra amiga, um gesto de esperança, ou leva contigo a reclamação, a a gonia, o gemido constante, os olhos sempre úmidos de lamentação?
Onde você chega as pessoas se aproximam para cumprimentar e querem te abraçar com festa ou se afastam com mil desculpas pela sua negatividade?
Se alguém te der um espelho agora, seu rosto vai mostrar a alegria de quem tem a certeza da vitória, ou a tristeza de quem se acostumou com a dor e a derrota?
Seu rosto é a expressão de quem espera alguém ou alguma coisa para ser feliz, ou de quem já vive feliz com o que tem?
Marca a tua caminhada pela Terra com marcas que nunca se apagam, escreve com o coração tudo o que fizer, assim, as dores serão passageiras rápidas na tua vida.
Carrega em você a semente da alegria e distribua para todos que se aproximarem de você, assim nunca te faltarão amigos dispostos a dividir o peso da sua jornada.
Conquiste amigos em todos os lugares por onde andar e conquistará um tesouro eterno, que nenhum ouro poderá pagar.
Que a sua marca de vida seja a alegria, assim, deixarás para sempre, uma lembrança suave de quem será amado para sempre.
Eu acredito em você!