[...] sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus...como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!
Caio Fernando Abreu
[Ao ser perguntado por que costuma o número dezessete tantas vezes em suas crônicas]
Luis Fernando Veríssimo
Dezessete é um número cabalístico e, sendo cabalístico, eu não posso revelar. Brincadeira, não tem nenhum significado. Dezessete é uma palavra bonita.
[Uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço....
Caio Fernando Abreu
[...]
Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender.
“Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”
Caio Fernando Abreu
“O meu castigo
Daniel Fernando Setila
é o desterro das minhas idéias,
o desamparo das vozes famintas,
o som do desabafo das desilusões.”
“O meu grito é mudo e surdo
A minha palavra, o silêncio.
O silêncio dos meus anseios”
“Para os pobres, é dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei.
Fernando Sabino
Para os ricos, é dura lex, sed latex. A lei é dura, mas estica”
• Palavras não descrevem os olhos, as bocas, os braços e abraços, nem a alegria até então desconhecida, surgida de um (re) encontro. Pra quem, há dias atrás, refletia tanto as obras do acaso, hoje compreende que realmente, o acaso não passa de um simples nada, e acredita em algo bem maior que isso. Que levará à um próximo reencontro, sem sombra de dúvidas. Mas até lá, todas as músicas cantadas estarão na mente, todos os sorrisos que ainda não acreditavam no que estava acontecendo, todos os olhares que transpareciam toda a magia do momento.
Caio Fernando Abreu
A melhor medicina contra a saudade é a falta de memória.
Carlos Drummond de Andrade
A saudade pelos vivos é dor suave.
Camilo Castelo Branco
Saudade é um afeto, excelso amor, o melhor amor e o mais incorruptível que o passado nos herda.
Camilo Castelo Branco
Sem a saudade, o amor irá embora.
Allan Petermann
A saudade é o alimento vão de um espírito desocupado. É preciso, acima de tudo, evitar a saudade ocupando sempre o espírito com novas sensações e novas imaginações.
Gabriele D Annunzio
A saudade é o passar e o repassar das memórias antigas.
MACHADO DE ASSIS
A saudade é um pouco dessa incerteza da separação.
José Américo de Almeida
A saudade é um sentimento do coração que vem da sensibilidade e não da razão.
Dom Duarte
Aos olhos da saudade como o mundo é pequeno.
Charles Baudelaire
Nem o ácido do tempo dissolve a dura saudade em que o amor se tornou.
Valter da Rosa Borges
O meridiano da Gaivota - (Haicai)
Melina Coury
Agora deriva,
dos olhos de outono,
deixa o olhar.
Melina Coury
http://souriresetlarmes.blog.fr/
Para sempre é muito tempo. O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.
Mario Quintana
Por onde vogo (Haicai)
Melina Coury
O mundo curvo,
vôo além da gaivota,
longe demais.
Melina Coury
http://souriresetlarmes.blog.fr/
Saudade é uma coisa que não tem medida, é um vazio que a gente só pode preencher com a lembrança.
Irene de Albuquerque
Saudade tem algo de auto-acusação e arrependimento.
Carlos Drummond de Andrade
Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.
Carlos Drummond de Andrade
Uma verdade singular ( Fib Haiku - Fib Haicai )
Melina Coury
Ai,
dor
de ser
poema,
ser lida que seduz
veste, reveste, despe.
Melina Coury
http://souriresetlarmes.blog.fr/
O padrão silábico dos versos de fib haiku é: 1/1/2/3/5/8
O Fib Haiku típico é um poema de 20 sílabas distribuídos em seis linhas baseado na seqüência de Fibonacci.