Palavras ao vento
Anderson silva
Perdi a pessoa que amava e pensei em estar só, fiquei com raiva da vida e passei a olhar o mundo como um buraco fundo e escuro no qual vivo. E quando menos espero descubro que esse buraco é ainda mais fundo e escuro. Decepcionei muito com a vida, e pensei que ela já não valia mais a pena, e de repente descubro que o mundo é mais triste e mais sóbrio do que imaginava.
Me fechei, me calei, me escondi, fechei meus olhos a espera de um milagre que nem sempre acontece.
Só que um belo dia descobrir que há sim um jeito de iluminar o tão terrível buraco. E que esta milagrosa luz estar contida no amor antigo. Amor esse que transforma aquele temeroso buraco negro sem fim em um simples poço de melancolia rodeado pela imagem de minha amada quebrada em milhares de caquinhos, refletindo assim no interior deste poço, meu coração espedaçado, estracelado, amargurado e mau cuidado por minha suposta amada.
Entretanto a cada dia que passa meu coração preenchido com a força do “amor’ que ainda acho que sinto por ti entra em confronto com minha razão, soando assim vozes desafinadas de um maníaco depressivo sentimento que constantemente gritava teu santo nome. Sentimento esse que se espalha como um vírus mortal solto no sistema sangüineo do meu corpo. Porém a razão tentando não acreditar que a única solução para resgatar do interior do poço o meu ser, é entregar – se intensamente a esse antigo amor, não cansa de lembrar do dia que meu coração foi bombardeado de dor por causa desta amada.
E assim neste intenso atrito entre razão x coração me vem uma sensação estranha atingindo – me como um tiro a queima – roupa no peito, que nenhum sobre sairá ao outro [...]