PRIMEIRO AMOR
Ana Flávia Corujo
Todo mundo já teve um primeiro amor... o último a gente nunca saberá qual é, mas o primeiro será sempre inesquecível. O primeiro amor é aquele que faz você suar frio, ficar quente, eloqüente, inconseqüente. Ele é sempre jovem, forte e vibrante. Por mais que tudo tenha dado errado e tenha sido mais que desajeitado, o primeiro amor é sempre cor de rosa, traz boas lembranças, promessas, poemas e prosas. Alguns também trazem boas risadas... o meu primeiro amor, tem o som de Kenny G, por isso inevitavelmente quando estou em salas de espera, dentistas e ambientes afins, fico com cara de boba e apaixonada, com aquele sorriso no rosto do privilégio de ter vivido um grande e incondicional primeiro amor e mais nada. O primeiro amor é saudável, é moleque, é pivete, é quando se joga confete, masca chiclete ao som de Ivete. É aquele que você se perde, se acha, transa na sala, no sofá, na cama de solteiro, na escada, no carro, no banheiro e também no chuveiro. O primeiro amor é uma explosão de hormônios, sentimentos inconstantes, intrigantes, interessantes, porque é a descoberta do desconhecido, o desbravamento do território virgem e nunca explorado com tantas sensações de prazeres. O primeiro amor é eterno, é um marco, mas no primeiro momento que achamos que não é, o primeiro amor é a morte, um sofrimento de posse e quase um deboche. O primeiro amor pode ser uma breve, eterna ou única história, pode ser até mesmo a última esperança, no espaço de um hiato, perdido no espaço, que liga a juventude à velhice na luxúria de amar um amor que é só meu, e é só seu... primeiro amor.