Meus pensamentos fazem e desfazem o meu ser. Num instante a cada dois impulsos, eu mudo. Muda-se o jeito de ser, de sentir, de crer e de agir. Como se a utilidade de ser o que eu era já não fosse mais o bastante. Não sou o que sou, porque de fato, não sou o que sou. No fundo, não sou nada mais do que pensamentos e, talvez por isso, eu não seja eu, mas sim o nada, que me completa e que me permite ser, eternamente a falta de ser. Não sou nem não sou, logo, abstrata é a minha existência. Semelhantemente, assim também o é, a minha consistência: inconsistente. Detrás de "ser" existem incontáveis "seres" e "não seres", assim como, por detrás de 'não ser" existem outros tantos "seres" e "não seres" que oscilam conforme o(s) fator(es) determinante(s). Dessa forma, acalenta saber sobre ser, sobre quem ser, definitivamente sendo eu, o nada. Mas até que se chegue a uma conclusão, afirmo diante mão, que ser eu, Andreza de Morais, não é um bem palpável, pois eu estou muito mais além do que essa coleção de cérebros humanos sejam capazes de compreender.
Andreza de Morais