nildo lage: O LABIRINTO DA VIDA Estou no portal da vida Na ans



O LABIRINTO DA VIDA


Estou no portal da vida
Na ansiedade de conhecer o desconhecido
Deram-me passagem sem nenhuma imposição,
Fui recebido com festa
Eu acabava de nascer
Entrei para um mundo estranho e barulhento,
De seres estranhos,
Repletos de portais,
De caminhos diferentes...
Qual eu deveria seguir?
Senti frio, medo, insegurança...
... Vontade de gritar,
Chamar por alguém...
... Não suportei e comecei a chorar
Fui atendido com prontidão,
Agradado por todos,
Entretido com artifícios...
O tempo foi passando
Os meus choros não atraíam mais as atenções
Todos tinham algo importante a fazer
Dei os primeiros passos,
Oscilantes, inseguros... Caí, feri...
Alguém me levantou, indicou uma direção e se afastou.
Cresci.
Havia chegado o momento de fazer a minha escolha
Partir na busca dos meus objetivos
Ninguém poderia me ajudar
Sem orientação, trilho o caminho mais próximo
E pago pelos erros da inexperiência
Peço orientação
Recebo olhares indiferentes,
Respostas agressivas,
Gestos incompreensíveis...
Obedeço ao instinto
Que me leva para mundos distantes
Perco dentro de mim
Tento por atalhos
E deparo com miséria, dor, aflição... ... Fome, desespero...
Chamo por alguém
Ninguém me ouve...
A minha existência é ignorada
Olho para os lados
Estou sozinho
Para frente
Deparo com um túnel sinuoso, obscuro
Volto a cabeça
À procura de um ponto de referência
Uma multidão me segue arrebatada
Esquecendo do relógio
Para acompanhar os passos do tempo
Que não pára para apreciar os fatos acontecerem
Peço forças a Deus
Ouço uma voz:
“No pensamento positivo encontrarás forças para prosseguir! “
Peço a Deus que me traga de volta ao passado
Para que pudesse recomeçar sem repetir os erros
Não sou atendido
Chamo pela morte
Para aliviar a minha dor
Dar um basta na minha existência
Ela não vem
“Morrer não faz parte dessa trajetória!”
Prenuncia uma voz
“Este é o labirinto da vida!”
Pergunto num lamento de desespero:
Senhor... Porque Tiras a vida de criancinhas
Antes mesmo de nascer
E eu, que estou cansado dessa vida, não me atendes?!
Não obtenho resposta
Ouço o silêncio
Anunciando num sussurro desesperador
Que estava solitário
Sinto algo me tocar
Impelindo-me para frente
As implacáveis mãos do destino
Obrigando-me a avançar.
Desfalecido, tropeço nas próprias pernas
E vou de encontro ao chão
Busco forças para levantar
Não encontro
Chamo pela morte pela segunda vez
Mais uma vez não sou atendido
Pergunto ao vento onde está a saída
Uma brisa sussurra ao meu ouvido:
“ - Em tu mesmo
Orienta-te pela tua fé
Ela é a mola que te impulsionarás para frente
Acreditas que vai vencer
E tornarás um vencedor! “
Parei, olhei para dentro de mim.
E somente então pude ver o portal de saída
Quando conscientizei do quanto era forte
E a seqüência de derrotas
Que teria na minha trajetória
Se desistisse sem lutar.

Nildo Lage

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