Não consegui guardar-te num momento para sempre.
Catarina Portela
Procurei prender-te a mim num pensamento constante. Até que me cansasse de ter a mente desperta, mas tive medo de adormecer.
Quando acordei não estavas a meu lado, senti mais uma vez a tua falta.
Rebolei por entre os lençóis brancos, olhei para o teu lugar vazio…
O relógio estava casmurro em não querer retroceder para o tempo em que estava presa em ti.
Não havia som, palavras, ou companhia que substituísse o lugar que ocupavas.
É a hora.
De comermos na mesma mesa, partilharmos o mesmo tecto, de te roubar os cobertores, de reclamar a desorganização, de pensarmos para Nós.
É o tempo de sorrir de manha, e sorrir ao deitar.
De dormirmos agarradinhos, como se ao não houvesse amanha.
De pensar em tarefas diárias banais, que darão imenso gosto, fazer a dois.
Ansiosa de olhar para ti e ver defeitos e qualidades que só as paredes podiam mostrar.
Quero que os meus sonhos sejam os teus, quero ouvir a tua voz mal o sol espreite, e sentir o teu toque mal a lua se levante.
Quero-te onde preciso de ti, a meu lado.