As vezes
Raphael Santos Araujo
Às vezes não é sempre, é só as vezes penso que posso ser o que não sou por ter que carregar minha exatidão fúnebre por toda minha vida.
Vida sem graça, sem jeito, com anseio de virar morte, com receio de continuar vida.
Morte! “Faz parte da vida, mas se seu peito ainda bate? Que bata forte viva”!
Fácil falar difícil fazer. Pois cada palavra com anseio de magoar, fere, rasga, dilacera a alma, ensangüenta o coração, destrói sonhos.
Sonhos! São muitos! Palavras também...
E é assim: cada palavra um sonho, cada sonho destruído, é parte de um ser, um ser frágil como todos os outros, todos assim propriamente assim classificados como: Humanos!
Dizem que a esperança é a ultima que morre... Mas, morre! E assim é esperança perdida, morta.
Ai você chega ao fim do céu, ultrapassa um buraco negro, descobre o fim do infinito, faz o fogo água e da água vinho, e do tudo se faz nada...
E entre a vida e a morte! A morte é a que mais se aproxima das minhas qualidades. Pois eu tenho o que ela quer e só ela pode me dar o que necessito: A vida!
28/02/2005