Quando o corpo fala
Martha Medeiros
Nunca tinha escutado o nome Louise L Hay,q,pelo q soube,é uma psicóloga americana c vários livros publicados e traduzidos para diversos idiomas, inclusive para o português.¨Como curar sua vida¨e coisas do gênero. Ora,não existe fórmula mágica para nada.Fosse fácil assim,seríamos todos belos,ricos,bem-casados,desenvoltos,empreendedores,bambambãs em tudo.Mas umdos temas q ela trata é bastante interessante e já inspirou vários bate-paposentre amigos.Ela diz q todas as doenças qtemos são criadas por nós mesmos.Menos,Louise.Como assim,¨criadas¨?
Quem tem o vírus HIV sabe muito bem como adquiriu,e não foi por força da mente.
Porém, se não levarmos tudo o q ela diz ao pé da letra,se abstrairmos certos exageros,vamos chegar a um senso comum:nós realmente facilitamos certas invasões ao nosso corpo.É o q se chama somatizar,ou seja,é qd uma dor psíquica pode se manifestar fisicamente.Às vezes, acontece,sim.
¨Todas as doenças têm origem num estado de perdão¨,diz a psicóloga.¨Sempre q estamos doentes,necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar¨.Mas uma vez, o exagero ,já q ¨sempre¨é um amontoado de tempo q não sustenta nenhuma teoria.Mas ela insiste:¨Pesar, tristeza,raiva e vingança são sentimentos qvieram de um espaço onde não houve perdão.Perdoar dissolve o ressentimento¨.Pois é, o perdão.Outro dia estava lendo um verso de uma poeta q já citei em outra oportunidade,a Vera Americano,em q ela diz:¨Perdão/duro rito/da remoção do estorvo¨.É difícil perdoar, mas q faz bem à saúde,não tenho a menor dúvida.Qt mais leve a alma, mais forte o organismo.Por que não tentar?
Louise acredita tanto, mas tanto nisso, q chegou a fazer uma lista de doenças e suas prováveis causas.Exemplo:Apendicite vem do medo.Asma,de choro contido.Câncer,de mágoas mantidas por muito tempo.Derrame ,da rejeiçã à vida.Dor de cabeça,vem da auto-crítica.Gastrite,de incertezas profundas.Hemorróidas vem do medo de prazos determinados e raiva do passado.A insônia vem da culpa .Os nódulos,do ego ferido.Sinusite é irritação com pessoa próxima.
Médicos, por favor, não me esculhambem,eu sei e os leitores também sabem q não é bem assim, q isso é uma generalização e q há vários fatores em jogo, mas não custa prestarmos atenção na interferência q nossos sentimentos têm sobre nosso corpo, assim poderemos ajudar no tratamento sendo menos tensos e angustiados.
Para quem é 100%cético, tudo isso é balela.Eu sou 70%cética,e pretendo reduzir este índice, já q reconheço q meus parcos30%de crença no q não é cientificamente provado é q me salvam de uma úlcera.
Revista O Globo 22.01.2006