MEU (DES)CONHECIDO: A dor, ela mesma O que governa o mundo, senão a d



A dor, ela mesma

O que governa o mundo, senão a dor? Este anseio de se livrar do inesperado, de sentir no corpo ou na mente a rejeição de um amor não correspondido, de uma carta não respondida, de um grosseiro tapa que parece fremir dentro de nossos corações despedaçados, humilhados, jogados contra um vento teimoso, pueril, capaz de nos tornar prisioneiros quando estamos livres, libertados de um sistema excruciante e frio, agasalhados em casacos feitos de peles de animais, que infelizmente também sentiram em seus corpos e espíritos a dor, ela mesma, ela sempre, dona das chaves que regem o mundo, senhora absoluta dos encontros fugazes, dos comprimidos para depressão que tomamos nos dias de chuva, absoluta rainha daqueles que clamam por paz, amor, respeito, e temperança.
Ah! Mas viver sem ela é impossível! Afinal o que seria dos poetas, dos filósofos, dos hermeneutas ou até mesmo dos loucos se a dor não existisse, se fosse apenas uma invenção de nossas cabeças ensandecidas?
Por isso não importa onde andas, com quem falas ou onde tombas, pois tudo que pensas é dor e tudo que amarás será dor.

MEU (DES)CONHECIDO

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