A CARREIRA DA VIDA
GILSON ALVES
Muitas vezes fui questionado a respeito de minha vida, sobre como eu a levava, minha felicidade e tristeza nela vivenciada... Daí, eu comecei a observar, que as pessoas sempre quando tocavam no assunto de como levavam suas vidas, se contrastavam com suas carreiras. Será que tudo que somos em vida é o que desempenhamos em profissões? E por essas profissões que exercemos definimos nossa vida?
Vejamos que quando estamos em excelentes trabalhos e bem remunerados, falamos que estamos de bem com a vida. Por outro lado, se você for uma pessoa querida pelos outros e amada, não tendo por algum motivo a carreira que almejou e não recebendo o salário de suas pretensões, logo, você esquece que é querida e amada, e diz que sua vida é infeliz ou de alguma forma incompleta... Se olharmos uma pessoa que conseguiu montar o seu próprio negócio aos “trancos e barrancos”, e se tornou um grande empresário, de cara, falamos que essa pessoa é feliz. Porém, analisamos sua vida feliz em primeiro lugar, pelos bens que ele tem, e pelo seu poder, nunca pelo lado emocional ou vocacional que contribuíram para seu sucesso, pois, para se conquistar a vitória, também é preciso de amor (dedicação) e dom para gerir negócios. Aí, esquecemos o passado que a pessoa teve, e só lembramos que o trabalho foi e é a felicidade de sua vida.
Quando conhecemos uma pessoa que só veste roupas de grif famosa, desfila em carros luxuosos e vive em ambientes de diversões exclusivos para a alta sociedade. Logo, afirmamos que essa pessoa tem uma vida feliz! Pois concluímos de imediato que deve ter uma boa carreira profissional. De fato, tudo isso pode ocorrer, mas será mesmo que a vida de tal pessoa é feliz?
Pelo que vemos mesmo, é que o senso capitalista sujeita as pessoas a essa dúvida, através da satisfação de seus desejos e necessidades, impossibilitando-as diferenciar sua própria vida a de sua carreira. E dessa forma, coloca na mente do indivíduo, que só vale a pena trabalhar para acumular, dormir para poupar, viver para gastar... E por ser um meio bem eficaz de prosperidade, o pensamento se confunde com o que é viver.
Então enquanto você fica aí se questionando, eu vou levando minha carreira de vida... Ou será vida de carreira? Iiiiiiiii...Sei lá!.