Não sei porque me acontece a mim
Angela Violeta
Amo sempre a dobrar
Ando sempre a chorar
Um amor é doce como o Outono
É suave como a brisa
O outro é rebento de Primavera
Faz-me ver esse Outono
Com uma enorme melancolia
E todos os dias fico a pensar
- Porque é que amo duplamente
Se não posso amar frontalmente
Se tenho de amar sofridamente
Se tenho de matar um sentimento?
Ele é tão forte, que resiste
Resiste quando o fecho no peito
Quer rebentar, quer ser aceite
Mas não posso deixar que aconteça
E amarro a Primavera, tentando que esmoreça
Transformando esse amor em doença
E assim fica no meu coração
Mais um Bonsai de Amor
Mal tratado e acidentado
Para a minha triste colecção