Arturo Angelin: SOBRE PECADOS quantas vezes sinto o meu corpo assi



SOBRE PECADOS

quantas vezes sinto o meu corpo assim,
essa mistura de odio, paixão, desejo,inveja, medo,
misturados com uma votade intensa
de me luxuriar aos teus braços,
cometer os pecados capitais
mais frequentes da carne humana,
me deliciar com seus beijos,
sentir as tuas unhas rasgando as minhas costas,
sentir o cheiro do teu corpo
invandindo as minhas narinas
e em minha lingua
sentir o gosto salgado do teu pescoço,
temperado pelo suor que teu corpo exala,
olhar em teus olhos e ver o prazer
tomando conta de todo o teu corpo,
enquanto o meu se aquece acolhido por teu colo,
esperando o hora exata de explodir em um duplo
(mas quase que um só)
sentimento que os anjos desconhecem,
que os demonios fogem ao ouvir a sua pronuncia,
que a mulher acredita que será o seu ultimo,
que o homem tem a certeza de que será o primeiro,
mas que todos, entre anjos e demonios, mulheres e homens,
entregam seus corações (porque demonios tem coração)
a espera do que de mais sublime existe
debaixo dos céus e acima dos oceanos...

amor, eis o que mantem a ordem nos corações do mundo,
o eterno, mas amaldiçoado por todo poeta, o maldito amor...

Arturo Angelin

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