Somos pessoas ou objetos?


Essa pergunta ficou na minha cabeça quando entrei num banheiro de um barzinho onde frequento,
não sei o porque, mas tem muita gente que acha normal desabafar suas mágoas, dores e declarações,
escrevendo nas portas desses banheiros. Ao ler o seguinte, "ele pega uma, eu pego mil" , me revoltei
com o nível dessa pessoa, a qual acha que "pegar" é nos termos usuais, ficar, beijar, paquerar, e sabe-se la
mais o que. Portanto é revoltante ver o ser humano se rebaixando e usando as outras pessoas como se fossem
objetos, e o que é pior, usam como objetos descartáveis, nem se preocupam com sentimentos, sei la se sabem
o que é isso. Bem, analisando muitas opiniões, acho que ninguém é de ninguém, somos livres pra fazer nossas escolhas e
por isso somos responsáveis por elas. Acumulam-se pessoas solitárias e sozinhas em barzinhos, danceterias,
academias, cinemas, shoppings e em todos os cantos desse mundo. Pessoas que desconfiam de tudo e de todos, gente feliz por fora mas com uma tremenda dor no peito.
Aí você conhece uma garota bonita, bem vestida, simpática e com um sorriso lindo, logo vai dizendo para os seus amigos " hoje eu pego essa daí ", poxa... é triste ouvir isso. Eu pego um copo d'água, pego a caneta
pra escrever, pego a camiseta que vou usar pra sair... Enfim, pego coisas, pego e uso-as. Gente pasmem, revolte-se, critique, corrija e não aceite isso. Já tem muita coisa ruim, tantas gírias preconceituosas, tantos palavrões que
só de lembrar da vergonha.
Se cada vez que alguém usasse um argumento desse naipe fosse repreendido e criticado, existiria então mais
respeito entre as pessoas. Um palavrão, uma gíria nova, um termo chulo desses só é aceito porque quem
ouviu o repete e acha coisa muita criativa de quem o criou.
Triste porém é que em outras épocas poderiamos dizer que lendo ou ouvindo coisa desse tipo só poderia ser
coisa de homem, no entanto me deparo com uma frase dessas em um banheiro feminino, sabendo-se então
que é coisa de autoria de uma mulher... que tristeza saber que as mulheres baixaram o nível a este ponto.
Normalmente saem por aí falando e fazendo coisas cada dia piores. Não admito porém que falem certas coisas
perto de mim, eu tenho comigo que não sou mulher de ser pegada...mas de ser conquistada.
Abomino pessoas extremamente certinhas, certos intelectuais causam náusea, então ficarei ao meu normal,
sem muitas fórmulas e histórias mirabolantes que deixam meu cérebro confuso, mas sem essa de aceitar os
termos que a moçada acha muito normal e ainda pensam que estão abafando quando os usam em público pra
uma platéia que, convenhamos ainda são capazes de os aplaudir. Repito minha indignação aqui... ter de ouvir
certas coisas é inevitável, mais que isso é lamentável!

Dani Z

Dani Z