Andressa Rodrigues: Eu vivia na minha estúpida decepção. A poesia e



Eu vivia na minha estúpida decepção.

A poesia era um leigo monólogo que amarelecia na estante.

As nuvens passavam e levavam consigo o brilho dos meus olhos.

Toda canção de amor fazia de mim um estraçalhar de sonhos...



Meu inquebrantável subterfúgio era a tristeza.



Até que um dia viestes ver-me.

Ao longe percebi teu reflexo no vidro – “Altivo!”.

E então, com um só toque, mudaste todo o crepúsculo!

Com estas tuas mãos macias,

Com teu olhar de quem se perde no canto dos pássaros,

Com este teu perfume de madrugada

E teus cabelos que dançavam ao vento...



Fizeste acordar meu coração latente!



E agora sou toda as pétalas das flores,

Respiro o inócuo aroma da vida que rejuvenesce...



Sou eu novamente...

Eu, com esta visão além e aquém do horizonte,

Que aspira quase às mesmas quimeras irreais

– só que agora teu nome está em todas elas!

Agora sou eu... e sou você.

Andressa Rodrigues

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