João Vitor Rocha: Maria que de tão magra não ia à praia Tão feia



Maria que de tão magra não ia à praia
Tão feia que assustava
Não se dava bem com os homens
Somente um canteiro de obras a alegrava
Nem um silvo na rua
Muito menos uma olhada mal criada
Mulher maltratada!
Baixa, esguia, cabelo trançado... Tinha chulé
Ninguém queria Maria José

Um lápis ela encontrou.
Em uma folha amarelada escreveu

Meu deus, por que me fizestes tão feia?
Que mal eu fiz pra merecer?
Porque o homem diz: Mas que horror de mulher!

Um olhar atento a observar
Escrevendo... Como és linda!
Levo-me em direção a ela
Pernas trêmulas a andar

Uma mão em teus ombros tocou
Suas mãos ele acariciou
Em seu ouvido ele murmurou

As lágrimas escorreram
Eis que... Um beijo!
Não se arrependeram

Felizes viveram!

João Vitor Rocha

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