O papel da lua
Marcia ruth Kanitz
Lua mãe dos desamparados,
amiga dos aflitos,irmã do sol,
doce e suave..
incomensurável em sua candura.
Entreguei-me em seus braços
E tu, resplandecente
transpassastes, meus desejos
mais secretos...
rompeste,a escuridão sombria e turva
que há séculos habitava meu ser.
Com braços esguios,enlaçaste
o meu espiríto..
que há muito rondava os oráculos
a procura de ti..
Tormento,tentação,
elucidação,devaneios..
Arrebatados em seus seios..
Loucura e perdição.
Teu desejo, não é o desjeo da lua!
Que atua,cultua,
ilumina, afaga
E fascinada roda a roda da vida
E toca nossa valsa..
Amamenta seus filhos, com um doce
mergulho em seus rios..
Caudalosos, reluzentes e luminosos.
Lambe-lhes a pele com língua de fogo
e transmuta todas as incertezas
Em verdades absolutas..
Leva nossos sentimentos as cavernas
calmas e seguras.
E retorna em nós..
Calma, clara, doce
e tranquila...
A lua.