Dor
Cristiane Ornelas
A dor dilacera minha alma e mesmo que eu procure controlar as lagrimas percorrem meu rosto, como se quisesses banhar minha alma...
Uma tentativa de tirar do meu corpo essa dor que agora toma conta de mim, o coração bate descompassado, a respiração ofegante por entre soluços o filme de nosso amor passa por minha mente como se quisesse fugir de mim...
Num grito desesperado imploro, não vá embora...
Mas este filme que insiste em passar não me deixa dúvidas, necessitamos da alegria para se reconhecer a tristeza.
Procuro um lugar calmo e tranqüilo onde eu possa interioriza toda essa dor, queria recolhê-la e guarda-la em meu peito para que ninguém percebesse o que sinto agora...
Mas os olhos são as janelas da alma e minha alma agora chora, não sei o quanto posso suportar essa dor que me correi.
Quisera eu não ter reconhecido em ti o meu amor, assim jamais teria que sentir o que agora sinto.
Sinto-me cansada, tomada por todas as emoções que abrigam meu ser, sinto-me fraca para lutar, consigo apenas gritar, na esperança de que este grito leve consigo toda a dor que se torna quase insuportável a alma.
Agora meu corpo parece não ser mais moradia minha, sinto que observo ao longe este ser que outrora foi meu habitat, como se quisesse privar o corpo da dor...
Uma voz parece baixinho sussurrar que tudo irá passar, o corpo parece leve feito pluma, como se nada mais tivesse verdadeira importância, pois o que de mais importante que se tinha, perdeu-se em meio à dor...