O céu se fechou e eu saí, dava pra ver as nuvens como se fossem cortinas fechadas, trancadas..
Myrian Benatti
O vento forte varria a rua, a chuva começava a cair.
Eu estava inspirada, ouvira várias vezes os cantos gregorianos misturado com a música de Maria Bethânia.
Uma fossa total, bem depressiva.
Saí.
A chuva começou forte, com ventos derrubando tudo a sua volta.
Gosto de ver a chuva, gosto desta sensação de limpeza de rua, de telhado, como se lavasse também as almas sujas, como se purificasse tudo ao redor.
A chuva assim como veio ela se foi tão rápido, que deixou atrás de si um rastro de folhas, enxurrada de palavras, enxurrada de corpos, enxurrada de sensações.
Nada seria como antes.
Nada foi realmente como antes...