O ABUTRE
macdennis
Quiz morder, não teve bico,
Que aguentasse a fartura.
É que a "presa" parecia mansa,
Mas p´ra roer era dura.
E o abutre não desiste,
Lá do alto do seu cacto,
Pensa demais e insiste:
(-Um dia aind´ó mato!)
Mas a "presa" não é parva,
Vive bem descontraída,
Misto de besta e de larva,
Põe esta "ave" fudida.
QUE ESTRANHA FORMA DE VIDA
Fala pouco, é macambúzio,
Vive com ar perseguido,
Parece não lêr Confúcio.
Será espiritualmente perdido?
De sentimentos contrários!
Adora pouco a beleza!...
Como pode ser tão sádico,
Quem trabalha em natureza?
Lá no fundo é bom rapaz,
Isto é só p´ra despistar,
Ainda hei-de ver o Monteiro,
Alegre, sempre a brincar.
Claro! Pouco o conheço,
Diz-me ele , p´ra se livrar,
(É capaz de ser pior),
E eu tenho de me calar.
P´ra mostrar que não é mudo,
Sorri com seu ar gozão,
Troca-me as voltas em tudo,
E eu passo por aldrabão.
Mal sabe ele que eu não me iludo...
À TÉTÉZINHA
A Teresa na primavera,
Anda de cabeça no ar,
Fica sempre de aflitos,
Pois não quer engravidar.
De sangue quente na guelra,
É assim desde menina.
Dos anticoncepcionais,
Só utiliza aspirina.
Mil beijinhos para ela,
Enviados de avião.
Se a coisa não der certa,
Índa a vemos de "balão".