Escrevo-te, para quebrar a solidão dos meus dias,
Sônia Schmorantz
para espantar a solidão das minhas noites,
abraçada nesse mar de estrelas que entra pela janela.
Escrevo-te na busca da perfeição,
na onda distante que a alma agita,
como um poema sem rima.
Escrevo-te porque hoje me deixaste só,
sem a luz que ilumina a minha alma ainda triste,
a companhia que na distância procuro.
Escrevo-te, embora te sintas magoado comigo,
escrevo-te simplesmente por instinto,
pelo sabor que provo no vento, pois tem teu gosto quando que me toca.
Escrevo-te para que saiba que, mesmo em silêncio,
desenho-te sabendo-te de cor,
como se ainda não tivesse desistido de mim.
Desistido de me entender e de me amar.
Escrevo-te inventando gestos e carinhos,
para que sejas real nos sonhos
da noite que não consegui dormir, e,
escrevo-te, mesmo sabendo que já não me sentes,
ainda assim te escrevo,
com todas as fantasias que conheço,
buscando em cada palavra pedir perdão,
perdão pelas minhas ausências,
pelas minhas ansiedades,
por não ter sabido demonstrar o amor que sempre tive.