Eliel dos Santos: Setembro de 1954. O evangelista William Branham é



Setembro de 1954. O evangelista William Branham é recebido por dezenas de líderes cristãos, no aeroporto de Bombaim. A Campanha de avivamento foi promovida pelas principais denominaçôes evangélicas da Índia. A fama mundial de evangelista, a serviço de Deus, não levando em conta nenhuma barreira denominaçional, granjeou grande respeito à William Branham. A Campanha Branham na India alavancaria o movimento evangélico na Ásia, devido à grande quantidade de pessoas que aceitaram à Cristo durante o evento, contados às centenas de milhares. Logo no aeroporto um Arcebispo da igreja Metodista dá o tom do avivamento: "Senhor Branham, eu espero que você não esteja vindo como um missionário. Sabemos mais sobre a bíblia do que vocês americanos. Além disso, este é um livro oriental. São Tomé pregou aqui há 1900 anos atrás. Mas ouvimos que Deus lhe deu um dom que faz a bíblia reviver novamente. Isto é o que nós queremos ver". "Certamente", retruca o reverendo. "Eu quero mostrar ao seu povo que Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente". Havia uma grande expectativa por parte dos pastores de Bombaim em torno do avivamento. Todos sabiam que em todos os lugares por onde William Branham e sua campanha passava, milhares aceitavam a Cristo. O dom de discernimento de espírito e cura divina manifesto por Deus em seu ministério tornava suas reuniôes um fator decisivo para converser milhares de pessoas a aceitarem a Cristo. Outro ponto que favorecia a ansiedade dos ministros, era o fato do Rev. Branham não aceitar divergências denominaçionais: unicistas e trinitarista; conservadores e pentecostais - todos que queriam participar do avivamento eram bem vindos. Por isso, centenas de ministros das mais diversas denominaçôes, uniram-se para organizar o avivamento. Já ao sair do aeroporto, o rev. Branham é levado a um jantar com o primeiro-ministro Nawaharial Nehru. O local da primeira reunião seria na maior igreja da cidade, um grande santuário pertencente à igreja Episcopal, com capacidade para milhares de pessoas em seu interior, além de espaço suficiente para dezenas de milhares em suas imediçôes. Prevendo um grande número de presentes, auto-falantes foram afixados nas ruas e praças próximos à igreja. A multidão que compareceu àquele dia foi estimada pelas autioridades em mais de 500.000 pessoas. Durante o culto, o Rev.Branham procurou convencer a audiência de que Jesus Cristo operaria da mesma forma que operara 1900 anos atrás. Logo chama a fila de oração, discernindo suas enfermidades e dizendo-lhes quem eram e o que faziam. No entanto, dom de discernimento não convenceu a audiência, acostumados aos truques inesplicáveis dos mágicos indianos. Mas, algo mudaria o ceticismo dos presente. Uma mâe dirige-se à plataforma conduzindo uma criança, surda e muda. A multidão em uníssono silenciou, à esoera do que aconteceria. " - Será que este Deus apregoado pelo evangelista seria tão poderoso a ponto de curar um surdo-mudo?", Era o pensamento comum. O povo fora informado de que este evangelista americano ostentava um dom nunca visto por um indiano. Era a hora de tirar a prova. Após orar pelo garoto, o Reverendo passa às costas dele, e bate palmas. Para surpresa de todos o garoto pula, virando-se rapidamente para o reverendo. Com o susto, o garoto profere o primeiro som de sua vida, audível para a multidão através dos microfones. Ao verem a manifestação do poder de Deus, a multidão perde o controle, encerrando-se a reunião. Este milagre alvoraçou a cidade de Bombaim. Em todos os pequenos ajuntamentos de pessoas se contava a história de como um pregador de um Deus desconhecido orava por cegos e mudos, e estes eram curados. De boca em boca, a história chegou aos líderes de diversas religiôes indianas. Devido à enorme repercussão da primeira reunião, os sacerdotes das principais religiôes indianas solicitaram um encontro com o evangelista americano, que aconteceu em um templo Janista. Os sacerdotes queriam a todo custo compreeender o que estava acontecendo. Logo de início, o sacerdote anfitrião questionou: "Se a América é uma nação cristâ, por que eles soltaram uma bomba atômica no Japão, matando 100.000 civis?" "E por quê eles permitem suas mulheres fazerem Strip-tease até ficarem nuas?", completa um Califa Mulcumano. O reverendo explica que nem todos na América viviam sob príncipios cristãos. "Se Jesus era um tal homem santo, por que ele teve que morrer?", quis saber um sacerdote Brâmane. "Jesus não era um homem comum", responde o reverendo. "O próprio Deus desceu na terra na forma de Jesus a fim de morrer pelo pecados do homem, então o homem pode viver eternamente. O unico requerimento que Deus fez foi que o homem cresse no que Jesus fêz." Um sacerdote Budista perguntou-lhe como o sacrifício de Jesus poderia lavar os pecados do homem. Usando como exemplo um inseto, o reverendo faz uma ilustração: "O pecado poderia ser comparado a uma abelha. Ela ferroa o homem, causando-lhe a morte. Mas a morte é na carne e não na alma. Depois que a abelha ferroa, ela perde seu ferrão. Deus teve que se tornar carne afim de que pudesse levar o ferrão da morte. Isto é o que Jesus fêz. Jesus permitiu a morte ferroar-lhe e assim ele tomou da morte o seu poder. Agora, se qualquer homem crer no que Jesus fêz, ele pode viver eternamente. E Jesus provou isto ressucitando dos mortos." "Se Jesus se levantou dos mortos, por quê não podemos vê-lo?", pergunta um Sikh. "Eu sei que Jesus tem sido representado a vós por missionários cristãos na forma de doutrinas bíblicas, panfletos, escolas, hospitais e orfanatos. Eu apóio cada uma destas coisas; porém, Cristo não tem sido apresentado completamente a vós. Se vocês forem esta noite à reunião, vocês verão Cristo através de seu poder, manifesto na forma de milagres." O que deixou o reverendo surpreso foi o fato dos sacerdotes aceitarem o convite, fato incomum. Depois de percorrerem Bombaim em carreata. o Rev.Branham é levado ao local do culto. A comitiva, cercada por uma companhia de policiais, gastou duas horas para atravessar a multidão até o santuário. Lá dentro, quatro fileiras de policiais foram postados à frente do púlpito. Além destes, na primeira fila de assentos, estavam os líderes religiosos indianos, convidados pelo reverendo Branham. O Templo da igreja Episcopal estava abarrotado. Do lado de fora, mais de 500.000 pessoas aglomeravam-se o mais próximo possível dos auto-falantes. O Rev.Branham inicia seu sermão com a mesma ilustração que usara no encontro com os sacerdotes, naquela tarde. E como prometido, era a hora de orar pelos enfermos. Depois de orar por uma infinidade de casos de enfermidades internas, chega a vez de um homem, vestido somente com uma tanga. Ele tinha uma deformidade visível: seus olhos eram praticamente brancos, vazios. Quando o homem se aproximou, o reverendo tem uma visão dele adorando o sol de tal maneira, que passara o dia inteiro com os olhos fixados no astro celeste. Isto destruíra completamente sua retina. O reverendo o viu, também em visão, mendigando nas ruas. "Você é um homem casado e tem dois filhos, ambos meninos", diz o reverendo. "Seu nomem é...". O reverendo não consegue pronunciar seu nome. "Você é um homem muito sincero. Você adora o sol o dia todo e isto o cegou completamente. Isto é verdade?" O mendigo confirma. Já que na visão não estava claro o que Deus faria com aquela enfermidade, o reverendo resolveu fazer uma simples oração para liberá-lo. Mas inesperadamente a visão voltou. Nela, o reverendo se viu colocando as mãos no mendigo, vendo tembém o que aconteceria a seguir. Indicando os sacerdotes indianos, o reverendo pergunta-lhes: "Cavalheiros das religiôes da India, nesta tarde vocês estavam me dizendo quão grande são seus deuses e quão insignificante é o Deus dos cristãos. Agora, quero vos perguntar: o que podem seus deuses fazerem por este homem?...certamente o Deus o qual fez este homem pode restaurar sua visão? Então qual Deus é real? Se um dos deuses representados aqui nesta noite puder curar este homem, vocês comncordarão que adorarão a Deus e somente Deus? Se concordarem, levantem suas mãos." Milhares de mãos foram alçadas. "Cavalheiros de religiôes da india, aqui está sua oportunidade. Pode algum de seus deuses dar a este homem sua visão de volta? Se qualquer uma das religiôes é verdadeira, eu desafio a virem à frente e provar isto." Todos silenciaram. O santuário ficou tão silencioso que se podia ouvir o menor ruído. Do lado de fora, ao longo das praças e ruas, pais silenciaram seus filhos para poderem ouvir o desenlance do desafio aos seus sacerdotes. Os líderes religiosos não se moveram. "Vocês, sacerdotes e monges, estão estremamente quietos. Por que não curam este homem? Por que eles não podem fazer isto e nem eu. Mas Jesus Cristo pode. Jesus não somente pode dar a este homem vida eterna, como ele pode provar isto agora mesmo devolvendo-lhe sua visão. Ele mostrou-me uma visão disto acontecendo então, se isto não acontecer, eu sou um falso profeta e vocês tem o direito de expulsar-me da india. Mas, se isto acontecer, vocês estão obrigados a aceitarem e crerem no ressurreto Jesus Cristo. Vocês farão isto?" Um oceano de pessoas levantaram suas mãos. O Rev.Branham coloca uma das mãos nos olhos do mendigo e ora:"Pai celestial, eu sei que tu darás à este homem sua visão, poque tu me mostraste uma visão disto. Eu tenho feito cada um aqui prometer que eles o receberão como salvador pessoal se tu fizeres isto. O Deus o qual fêz céus e terra. e ressucitou Jesus dos mortos, possa agora ser conhecido que tu és Deus. Eu peço isto no nome de Jesus Cristo." Ao tirar a mão de seus olhos, ouve-se um grito. A multidão descontrola-se: "O mendigo podia ver!!!" Este abraça o reverendo e sai correndo pela plataforma, abraçando um policial pelo caminho e o prefeito de Bombaim, enquanto exclama em alta voz:"Eu posso ver! Eu posso ve! Os policiais rapidamente cerram suas fileira para conter uma multidão de enfermos, que queriam aproximar-se do reverendo. Os policiais percebem que não conseguirão conter a massa de pessoas, todas empurrando-se em direção à plataforma, então agarram o evangelista americano e o retiram dalí, não sem antes deste perder partes de seu terno.

Eliel dos Santos

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