PARANÓIA II
Nelson Vitor Pereira
Será que posso
Chegar à janela ,
Agora?
Preciso trabalhar,
E
Como está
A rua?
A viatura
Que passa,
Não sei, não...
Não sei
Se levo
Pra me defender,
O meu berro
Legalmente
Instalado
No peito.
POIS É.
Aqui estamos,
Diante da barbárie,
Perdidos .
À procura
Da solução.
Mas,
Que solução?
A solução, ora!
Ah, sim!
A solução...
Uma parte
Já foi
Pro saco!..
TAPANDO O SOL COM PENEIRA
O sangue escorre na calçada,
É do Policial !
É a Lei escoando pelo esgoto.
E os “homi” lá de cima
Dizendo
Tudo está sob controle.
É NÓIS NA FITA
Num caminho torto
A passos trôpegos
Cada um vai seguindo
O seu destino torpe
Ditando regras
Maldizendo as Leis
Burlando-as, também,
E por que não?!
A quem foi dado o direito
De se intrometer
Na vida um do outro?
Mas isso é de Lei
Dirá o filósofo
E
Com razão
Todos dirão
Que de louco
Todo mundo
Tem um pouco!
LIBERDADE SOB TREVAS
Nas ruas
Semáforos desligados
Nas igrejas
Muros e cadeados
Nas casas
Muros, grades
E orações...
Agora, celulares
Desligados?!
E tudo
Por causa de...?!