A certeza
Fernando T. S.
Com certeza este não é o melhor momento para nada.
Talvez o que esteja acontecendo seja para abrir os olhos de todos a minha volta, menos os meus, que por todo o tempo se mantiveram abertos. Mas o fato de não estar acontecendo nada, me mostra que mesmo de olhos arregalados, cada vez enchergo menos e, que tudo é somente uma ilusão da minha imaginação que insiste em me pregar peças.
Com certeza hoje irei desligar-me desse mundo, nem que seja por alguns segundos, e respirar aliviado a falta dessa confusão."
A dor de perder alguém em vida é pior do que a dor da morte, porque é o nunca mais de alguém que se poderia ter, já que está vivo e por perto.
Caio Fernando Abreu
A estrela que eu escolhi não cumpriu com meu pedido e hoje não a encontrei
Fernando Anitelli
Pois caiu no mar, e se apagou
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi e hoje não a encontrei, pois caiu no mar, e se apagou. Se souber nadar, faça-me o favor, o milagre que esperei nunca me aconteceu. Quem sabe é só você pra trazer o que já é meu.
Fernando Anitelli
A Família não nasce pronta; constrói-se aos poucos e é o melhor laboratório do amor.Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar,ter respeito, fé solidariedade companheirismo e outros sentimentos.
luiz Fernando
A hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida.
Milton Nascimento e Fernando Brant
A importância de ter alguém ao nosso lado, eh sentida quando estamos, realmente, sozinho.
Fernando Cruz
A injustiça não se suprime por decreto.
Fernando Henrique Cardoso
A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender.
Fernando Brant
A Infidelidade é como apanhar o seu sócio roubando dinheiro do caixa.
Fernando Sabino
No fim tudo dá certo, se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.
Não confio em produto local. Sempre que viajo levo meu uísque e minha mulher.
Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino.
Y - Letra que devia ser abolida, como fizeram com o K e o W (ou não fizeram?) e escrever logo tudo com i.
Analfabetismo - Ninguém precisa aprender a ler para trabalhar na enxada. - Não precisamos de escolas: precisamos de médicos. - Mas a ignorância é responsável pela doença e a miséria! - Saem da escola e na roça esquecem o que aprenderam. - Não querem mais voltar para a lavoura.
A ORAÇÃO É BENÉFICA E CONVENIENTE, PORÉM PARA UM CRISTÃO, TAMBÉM É INDISPENSÁVEL UM POUCO DE ESFORÇO, PARA QUE CADA UM DE NÓS SEJA VERDADEIRAMENTE TESTEMUNHO, PRESENÇA E SINAL QUE APONTA PARA DEUS.
Fernando Costa
a policia e como remedio
reis pessoa
e ruim mais serve
A razão é como uma equação
Fernando Anitelli
De matemática... tira a prática
De sermos... um pouco mais de nós!
a saudade é uma prisão onde as paredes são de vento
josé fernando
A saudade não e
SO MAS UMA PESSOA
uma palavra triste
falando que alguem
se foi, mas sim
que tivemos bons
momento juntos
A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo?
Luis Fernando Veríssimo
A SAGRADA E O PROFANO
Fernando Só Poemas
Você me desgoverna...
Faço coisas de adolescente e nem me toco com isso; fugindo aos valores que me acompanhavam de há muito...
Você é forte, sensual, dominadora.
Vai comendo pela beirada, sem pressa e com discrição - até encaminhar a presa para o seu matadouro...
A sabedoria da conquista nasceu com você.
Hipnotiza as pessoas em todos os níveis de amizade...
Com o seu jeito de Mãe; com a sua voz de sonata!...
Estou de "boca aberta", pensando no tempo em que cheguei em suas mãos carente e sem rumo, como um náufrago do amor...
E - por sua obra e graça - em pouco tempo, senti-me o comandante do navio.
Mesmo sem navio e sem mar; sem céu e sem porto...
Não me acorde nunca mais desse sonho maior!
Nem permita que outros braços, além dos seus, embalem o meu ideal de ficar ou o meu destino de partir.
Você é a Deusa que havia fugido dos meus projetos de infância, e que voltou agora em forma de fada-mulher:
A Mulher da minha vida!!!
A útima crônica
Fernando Sabino
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.
O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."
A verdade do coração fica reprimida quando as palavras dissolvem o ímpeto da realidade.
Fernando Lapolli
A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.
Luís Fernando Veríssimo
A vida é curta; longa é a paixão.
Luiz Fernando Veríssimo
A vida não é um filme, por mais que tentamos fazer dela um, é uma novela sem roteiro pronto, onde só podemos escrever o presente, com capítulos chatos, alguns alegres, outros bem tristes.
Fernando Vieira
Acabou...mas não estou triste, estou feliz, pois aconteceu e tenho esperança de um recomeço.
Fernando Vieira
Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
Luís Fernando Veríssimo
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!
acho graça de te ver calada
Fernando Duran
e me assusta não saber o que pensar
tormenta vem em meu peito, enchurrada
no meu Âmago se vê represada
afinal isso naum é coisa que se deixa vazar
Assim tão facilmente
ainda com prazo de validade
me calo silenciosamente
é sempre um pouco de vaidade
tento sempre não esperar
nada que possa me machucar
de nosso silêncio amortizo sentimento
pois sentir demasiado
sempre foi meu pecado
desta forma me despeço
de seus olhos de seu beijo
deixo leve nossa estória
é o que dá conta nossas costas