"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.
Clarice Lispector
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas,
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."
"Sou uma filha da natureza:
Clarice Lispector
quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo,
de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser.
E deixo que você seja. Isso lhe assusta?
Creio que sim. Mas vale a pena.
Mesmo que doa. Dói só no começo."
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Clarice Lispector
Ou toca, ou não toca".
TE AMO...!!!FELIZ...!!! TE AMO... !!!FELIZ...!!!!TE AMO.
"Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras; sou irritável e piro facilmente; também sou muito calma e perdôo logo; não esqueço nunca; mas há poucas coisas de que eu me lembre; sou paciente, mas profundamente colérica, como a maioria dos pacientes; as pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão; gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo; nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrando? Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo; se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz; quanto a minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz; outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim - a do mundo grande e aberto; apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza...”
Clarice Lispector
''E quero a desarticulação, só assim sou eu no mundo. Só assim me sinto bem."
Clarice Lispector
'-...E eis que não entendo o ovo. Só entendo o ovo quebrado: quebro-o na frigideira. É deste modo indireto que me ofereço à existência do ovo: meu sacrifício é reduzir-me à minha própria vida pessoal. Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. E ter apenas a própria vida é, para quem viu o ovo, um sacrifício. Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver..."
Clarice Lispector
[O ovo e a galinha - Clarice Lispector]
(...) faze com que eu perca o pudor de desejar que
Clarice Lispector
na hora de minha morte haja uma mão humana amada
para apertar a minha (...)
(...) faze com que eu receba o mundo sem receio,
Clarice Lispector
pois para esse mundo incompreensível eu fui criada
e eu mesma também incompreensível (...)
-O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão."
Clarice Lispector
...
clarice lispector
... A nossa vida é truculenta:
Clarice Lispector
nasce-se com sangue
e com sangue corta-se a união
que é o cordão umbilical.
E quantos morrem com sangue.
É preciso acreditar no sangue
como parte de nossa vida.
A truculência.
É amor também. (Nossa truculência)
... a respiração contínua do mundo
Clarice Lispector
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio. (Dá-me a tua mão)
... E descobri que não tenho um dia-a-dia.
Clarice Lispector
É uma vida-a-vida. E que a vida é
sobrenatural.
... existe a quem falte o delicado essencial. (A Hora da Estrela)
Clarice Lispector
... passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser.
Clarice Lispector
... Quero escrever noções
Clarice Lispector
sem o uso abusivo da palavra. (Quero escrever o borrão vermelho de sangue)
... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.
Clarice Lispector
...e ela cada vez maior, vacilante, túmida, gigantesca
Clarice Lispector
se conseguisse chegar mais perto de si mesma, ver-se-ia inda maior...
e em cada olho podia-se-lhe mergulhar dentro e nadar sem saber que era um olho...
...entre as aleluias e as agonias de ser...
Clarice Lispector
...estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
Clarice Lispector
...faz de conta que ela nao estava chorando por dentro -
Clarice Lispector
pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado;
ela saíra agora da voracidade de viver.
...há impossibilidade de ser além do que se é -
Clarice Lispector
no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio,
sou mais do que eu, quase normalmente -
tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação
de meu começo......
a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou? Bem, isso já é demais...
...nada jamais fora tão acordado como seu corpo sem transpiração e seus olhos-diamantes,
Clarice Lispector
e de vibração parada.
E o Deus? Não.
Nem mesmo a angustia. O peito vazio, sem contração. Não havia grito.
...Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a cada dele, e é.
Clarice Lispector
trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém
nem jamais lhe puseram rédeas nem sela -
apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo:
come às vezes na minha mão.
Seu focinho é úmido e fresco.
eu beijo o seu focinho.
quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito.
a menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo salvagem e suave.
aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome.
ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai.
se ele fareja e sente um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e ai.
aviso tambem que nao se deve temer seu relinchar:
a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera,
a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez. pg 29
...Que minha solidão me sirva de companhia.
Clarice Lispector
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.