Joaquim Maria Machado de Assis, foi cronista, contador de histórias, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta.
Nasceu em 21 de Junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Filho de um operário mestiço, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Perde a sua mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública. Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês.
Aos 16 anos, publica o seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo. Aos 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.
Passados não muitos anso,em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho, A Semana Ilustrada e Jornal das Famílias. Mas o seu primeiro livro só foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor.
Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial e em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. O escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.
Talvez por essa razão, veio a tornar-se um grande amigo do escritor José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, com quem teve a ideia de fundar a Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.
Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar.
Sua obra divide-se em duas fases, uma Romântica e outra Parnasianismo, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão, fazem com que se afaste de seus contemporâneos.
O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.
MACHADO DE ASSIS
"...tempo é um tecido invisivel em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisivel é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro."
Machado de Assis
"A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão"
Machado de Assis
"É melhor, muito melhor, contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir"
Machado de Assis
"Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto".
Machado de Assis