Declaração de Amor
patricia Alves
Tentei dizer quanto te amava, aquela vez,
baixinho mas havia um grande berreiro,
um enorme burburinho e, pensado bem,
o berçário não era o melhor lugar.
Você de fraldas, uma graça, e eu pelado lado a lado,
cada um recém-chegado você em saber ouvir,
eu sem saber falar.
Tentei de novo, lembro bem, na escola.
Um PS no bilhete pedindo cola interceptado
pela professora como um gavião.
Fui parar na sala da diretora e depois na rua
enquanto você, compreensivelmente, ficou na sua.
A vida é curta, longa é a paixão.
Numa festinha, ah, nossas festinhas, disse tudo:
"Eu te adoro, te venero, na tua frente fico mudo"
E você não disse nada. E você não disse nada.
Só mais tarde, de ressaca, atinei.
Cheio de amor e Cuba,
me enganei e disse tudo para uma almofada.
Gravei, em vinte árvores, quarenta corações.
O teu nome, o meu, flechas e palpitações:
No mal-me-quer, bem-me-quer, dizimei jardins.
Resultado: sou persona pouco grata corrido a gritos de
"Mata! Mata!" por conservacionistas, ecólogos e afins.
Recorri, em desespero, ao gesto obsoleto:
"Se não me segurarem faço um soneto"
E não é que fiz, e até com boas rimas?
Você não leu, e nem sequer ficou sabendo.
Continuo inédito e por teu amor sofrendo.
Mas fui premiado num concurso em Minas.
Comecei a escrever com pincel e piche num muro branco,
o asseio que se lixe, todo o meu amor para a tua ciência.
Fui preso, aos socos, e fichado.
Dias e mais dias interrogado:
era PC < PC do B ou alguma dissidência?
Te escrevi com lágrimas , sangue, suor e mel
(você devia ver o estado do papel)
uma carta longa, linda e passional.
De resposta nem uma cartinha
nem um cartão, nem uma linha!
Vá se confiar no Correio Nacional.
Com uma serenata, sim, uma serenata
como nos tempos da Cabocla Ingrata me declararia,
respeitando a métrica.
Ardor, tenor, a calçada enluarada...
havia tudo sob a tua sacada
menos tomada pra guitarra elétrica.
Decidi, então, botar a maior banca no
céu escrever com fumaça branca:
"Te amo, assinado.." e meu nome bem legível.
Já tinha avião, coragem, brevê tudo para
impressionar você mas veio a crise, faltou o combustível.
Ontem você me emprestou seu ouvido e na discoteca,
em meio do alarido, despejei meu coração.
Falei da devoção ha anos entalada e você disse
Disse "eu não escuto nada".
Curta é a vida, longa é a paixão.
Na velhice, num asilo, lado a lado em meio a um silêncio
abençoado direi o que sinto, meu bem.
O meu único medo é que então empinando a orelha com a
mão você me responda só: "Heim?"
Sempre vou Te Amar
patricia Alves
Como vou te dizer,
que agora você faz parte da minha vida...
Que em cada pensamento meu,
a tua imagem ocupa um espaço!
Que em cada suspiro meu, teu cheiro me alcança!
Que em cada sonho meu, teu abraço me envolve...
Como vou imaginar a vida sem você...
Se minha alma caminha no espaço do teu mundo!
Se meu corpo quer a paz do teu beijo na minha pele...
E nossos olhares já se encontraram num só!
E descobrimos que nosso caminho é o mesmo...
Que nossas mãos se unem em harmonia...
E nossos pensamentos se tocam no ar...
E nossos corpos se encaixam no amar...
Como, minha vida...
Como posso deixar de te amar?
Não tem como!
Já não posso!
Te preciso...
Te quero ao meu lado...
O tempo todo!
Não, meu amado...
Não desisto, nunca é tarde!
Já não posso te deixar...
Pois sempre vou te amar!!!
Todo por quê tem uma razão; e toda razão tem um por quê. No entanto, se todos nós soubéssemos qual a razão do por quê tantas pessoas sofrerem no mundo;tentaríamos mostrar o por quê da razão!
Patrícia Alves