Quando já não havia outra tinta no mundo o poeta usou do seu próprio sangue.
Mia Couto
Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo.
Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem voz nem nascente.
Para que as luzes do outro sejam percebidas por mim devo por bem apagar as minhas, no sentido de me tornar disponível para o outro.
MIa Couto
A nossa língua comum foi construída por laços antigos, tão antigos que por vezes lhes perdemos o rasto.
Mia Couto
O mar foi ontem
Mia Couto
o que o idioma pode ser hoje,
basta vencer alguns Adamastores.
Cada um descobre o seu anjo
Mia Couto
tendo um caso com o demônio.