A carta que não foi mandada
Luiz Fernando Verissimo
(Luiz Fernando Verissimo)
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca…
Te chama de nomes que eu não escreveria…
Não te vira com delicadeza…
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar….
Sem querer apresentar pra mãe…
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral…
Te amolece o gingado…
Te molha o instinto.
Sentir aqueles odores do outro, os fluídos…
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de
amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar
ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te
abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar para os outros e se orgulhar, pra dar o
primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: “Qui que cê acha amor?”.
É não ter companhia garantida para viajar e falar besteiras…
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho… de conchinha.
É não ter alguém para ouvir seus dengos…
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você
flutuar.
Experimente ser amado…
Experimente ser cuidado…
Experimente estar com que topa tudo por você…
E tope tudo com ela…
“A vida é a arte de tirar conclusões suficientes de dados insuficientes”
"existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
Fernando Pessoa
É preciso ser um realista para descobrir a realidade. É preciso ser um romântico para criá-la.
Fernando Pessoa
A aliança
Luiz Fernando Verissimo
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa - diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.
(Do livro "As mentiras que os homens contam)
A Família não nasce pronta; constrói-se aos poucos e é o melhor laboratório do amor.Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar,ter respeito, fé solidariedade companheirismo e outros sentimentos.
luiz Fernando
A FELICIDADE PODE DEMORAR
Luiz Fernando Veríssimo
Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer
senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente,
e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar,
tanto quanto precisamos respirar...é nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração
pela falta de uma única pessoa.
Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol,
a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.
É a força da natureza nos chamando para a vida.
Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança,
te traíram sem qualquer piedade.
Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor,
apenas transaram...
Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez.
E agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá
ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.
Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores
importantes: a relação com a família, as condições econômicas nas quais se desenvolveu.
(dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter), os relacionamentos anteriores
e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.
Não deixe de acreditar no amor. Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém
que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.
Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam. E certifique-se de que
quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra.
Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa
te deixar, então nada irá lhe restar.
Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento,
manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco.
Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda
mais intenso, do que teria sido no passado.
Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário.
Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não
esteja apenas de passagem...
A vida é curta; longa é a paixão.
Luiz Fernando Veríssimo
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive, já morreu...
Luiz Fernando Veríssimo
Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de natal é a presença de uma família feliz.
Luiz Fernando
A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.
As ligações de amizade são mais fortes que as do sangue da família.
Paz e harmonia: eis a verdadeira riqueza de uma família.
Família, tu és a morada de todos os vícios da sociedade; tu és a casa de repouso das mulheres que amam as suas asas, a prisão do pai de família e o inferno das crianças.
Família é um conjunto de pessoas que se defendem em bloco e se atacam em particular.
Observa o teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes.
Educa as crianças e não precisarás castigar os homens.
A
verdadeira família é aquela unida pelo espírito e não pelo sangue.
Toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável.
Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a família.
O
que é uma família senão o mais admirável dos governos?
Não existe família sem adúltera.
Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma família.
Do modo como a concebemos, a vida em família não é mais natural para nós do que uma gaiola é para um papagaio.
...os homens casados, os pais de família, esses grandes aventureiros do mundo moderno.
Tenho irmãos, pai, mas não tenho mãe. Quem não tem mãe, não tem família.
A felicidade está no seio da família e... No da mulher
Mais vale um PECADOR arrependido, do que um ANJO mal intencionado!!!
Não há menos tormento no governo de uma família do que no de um Estado inteiro.
Um vício custa mais caro que manter uma família.
A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos.
O génio só pode compensar o defeito de provir de uma família não deixando nenhuma.
Todas as virtudes têm irmãs ilegítimas que desonram a família.
Toda a família realmente viva segrega um certo ritual sem o qual se arrisca a longo prazo a perder o seu convívio secreto.
Considero a família e não o indivíduo como o verdadeiro elemento social (arriscando-me a ser julgado como espírito retrógrado).
NÃO DEIXE QUE A SAUDADE SUFOQUE QUE A ROTINA ACOMODE, QUE O MEDO IMPEÇA DE TENTAR. DESCONFIE DO DESTINO E ACREDITE EM VOÇÊ. GASTE MAIS HORAS REALIZANDO QUE SONHANDO, FAZENDO QUE PLANEJANDO, VIVENDO QUE ESPERANDO PORQUE , EMBORA QUEM QUASE MORRE ESTEJA VIVO, QUEM QUASE VIVE JÁ MORREU
LUÍZ FERNANDO VERÍSSIMO
O quê ?
Luiz Fernando
você levo bomba,e tá triste.Você deveria estar alegre,por ter tentado passar.Mas se não tentou,não leia a outa parte.Eu conheço pessoas que tomaram 3 bombas e são medicos,tem tambem o aistem que tomo bomba e foi um gênio em matematica.Mas agora se esforce e não tome recuperação ou bomba.
O quê é familia para você?
Luiz Fernando
Para mim é um conjunto de pessoas legais que sempre tenta tomar a atitude certa em um momento,formado por mãe,pai,irmão,prima,primo e outras pessoas!Na familia você não consegue falar tudo que sente por ela.
O QUASE
Luiz Fernando Veríssimo
Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, ás vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto.A resposta eu sei de cor, está estampada na distancia e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia á duvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque embora quem quase morre está vivo, quem quase vive já morreu.
Os tristes acham que o vento geme;
Luiz Fernando Veríssimo
Os alegras acham que ele canta
Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo.
Luiz Fernando Veríssimo
Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca na sua vida?
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo... Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Luiz Fernando Veríssimo
Você sabe como se comporta ?
luiz fernando
Se não sabe,crie um diario e escreva todo dia,no ultimo dia da semana leia,e pense se você se comporta bem.
A BORBOLETA E A ROSA CAIDA(DAS CANCOES PARA CAROLINA)
Luiz Islo Nantes Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
A borboleta colorida
Visitou o meu jardim
Pousou na rosa caida
Bem perto de mim
A rosa ficou feliz
E alegre se levantou
Mas presa pela raiz
Entao ela dancou
E dancou ao vento
Naquele dia
E dancou sem tempo
No tamanho de sua alegria
E a rosa se coloriu
Como a mais bela flor
E assim surgiu
O simbolo de um amor
As outras flores dancaram
Para aquela rosa linda
Outras borboletas vieram
E a pousaram mais ainda
E as borboletas coloridas
Circularam aquelas flores
E nao ha mais rosas caidas
Onde verdadeiros sao os amores
Mas a rosa dancou….
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A BUSCA
Luiz Islo Nantes Teixeira Carolina Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira/Carolina Teixeira)
A felicidade tem que morar
Dentro da alma
Se estas infeliz
Nao importa o pais
Nao tens calma
Sentes a dor constante
Machucando de mansinho
O coracao amargurado
Que luta desesperado
Pra nao chorar sozinho
Encontras Rita
Uma fogueira ambulante
Um mulata bonita
De calor de debutante
Banca a favorita
E revela um belo sorriso
O coracao palpita
E se perde o juizo
E encontras Vitoria
Uma loira dourada
Conta a estoria
De querer ser amada
Tem alguma gloria
Quando e beijada
Grita e chora
E se diz apaixonada
Encontras Giuliana
Uma europeia sofisticada
Um bela italiana
E muito perfumada
Se entrega gostoso
E te fala com o olhar
Te beija o pescoco
E promete ficar
E finalmente encontras
Sandra,uma morena linda
Parece tonta
Ao te dar boas vindas
E na verdade encanta
Muito mais ainda
Se parece uma santa
Com ar de menina
Mas onde esta a felicidade
Que se procura
Sera que ha verdade
Atras de uma jura?
Onde esta a sinceridade
No beijo que machuca
Ja passei da idade
De me perder nesta busca
A felicidade tem que morar
Dentro de nos
Nao importa o lugar
Ou o que destino diz
Pode se achar
O amor que faz feliz
Ou viver pra chorar
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A ITALIA NAO E O PAIS DA PIZZA
Luiz Islo Nantes Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
Soldado mata jovem inocente em frente de boate
E fica preso menos de um mes numa cadeia da cidade
E a mae chorara a vida inteira a dor de uma saudade
E esta sua dor cruel durara por uma eternidade
Banqueiros e politicos defraudam os cofres do Brasil
Mas suas liberdades estao nos valores de seus taloes bancarios
E os pobres filhos desta “terra adorada entre outras mil”
Sao os unicos que sao confinados nos sistemas carcerarios
E os grandes promotores que nao serviriam num jardim de infancia
Decidem soltar os corruptos por suas proprias autoridades
Insultando o povo com tanta ignorancia
A Italia nao e o pais da pizza, mas o Brasil sim e o que parece
O povo grita por fim da impunidade e mais justica
Mas a tudo acaba em pizza como sempre acontece
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A MISTURA DAS ALMAS
Luiz Islo Nantes Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
Sabe, voce bem que poderia misturar sua vida na minha
Assim como se mistura um feijao e arroz
Assim como os cabelos dos amantes
Se trancam mais que os amantes
E saem vadiando e se largando nos lencois
Sabe, voce bem que poderia colar seus labios nos meus
Assim como sao os irmaos siameses
Assim como sao os nossos dentes
Que mais parecem vizinhos contentes
Que vivem agarradinhos meses apos meses
Sabe, voce bem que poderia copiar minhas digitais
Assim como se copia uma pintura
Assim como o sorriso da Mona Lisa
Mas que me perdoe a Mona Lisa
O seu e de maior formosura
E depois voce bem que poderia me dizer
O que voce ganhou desta boa mistura
A nao ser um amor atencioso e puro
A atencao de um homem seguro
De que voce e a unica com que eu me realize
E perduro.
Sabe, voce bem que poderia misturar sua alma na minha
Assim como se mistura os mares
Assim como se mistura as nossas almas gemeas
Na torrente de nossas noites espontaneas
E nos consentimentos gentis de nossos olhares.
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A SOLIDAO COMO COMPANHIA
Luiz Islo Nantes TeixeiraCarolina Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira/Carolina Teixeira)
Hoje te vejo desiludida
Tentando me falar de sua vida
E me chamar a atenção
Mas meu coração ficou vazio
E ficou ate mais frio
Sem nenhuma emoção
Pois não vejo razão
Te abrir meu coração
Para alguém que já me machucou
Não quero entrar no seu jogo
E brincar com um fogo
Que um dia já me queimou
As vezes tenho vontade
De te falar a verdade
Que você ainda não percebeu
Não quero ouvir o seu nome
Nem te falar ao telefone
Nosso caso já morreu
Já enfrentei chuvas fortes
Rios que causaram mortes
E ventos que destruíram cidades
Mas sofri mais do que tudo
Sentindo suas saudades
Por isso hoje já curado
Prefiro ter ao meu lado
A solidão como companhia
Pois prefiro ficar sozinho
Do que mal acompanhado no caminho
Do meu dia a dia.
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ABRA A GAIOLA DESTE PASSARINO(DAS CANCOES PARA CAROLINA)
Luiz Islo Nantes Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
Abra a gaiola deste passarinho
O menino
Passarinho nasceu livre
Para voar
Passarinho nao pode ficar preso
O menino
Senao passarinho fica triste
E nao pode cantar
Abra a gaiola deste passarinho
O menino
Abra seu coracao tao duro
E colha a paz
Abra a gaiola deste passarinho
O menino
Para que ele voe alem do muro
E nao chore mais
Temos sanhacos,coleiros,curios
Azuloes,bicudos e cardeais
Bigodinhos,canarinhos,pichochos
Patativas,pintasilgos e brejais
Trinca-ferros, corrupioes ,gaturanos
Tico-ticos, tizis e tangaras dancarinos
Sabias, gambaxiras, xexeus, tucanos
Sairas sete cores, guaxes, ouca menino!
Deixe-os cortar os ceus azuis
E dar razantes nos nossos corpos
Que nao os podem proibir
Os que andam as dezenas
Conhecendo outros portos
Bem distantes daqui
Ou os que voam em pares
Para os altos lugares
Que so nossos olhares
Podem ir
Entao abra……
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ALEM DA COR
Luiz Islo Nantes Teixeira
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
Por que te julgas o melhor
E bem superior ao teu vizinho?
Por que e a pele branca a cor
Que te cobre o corpo em desalinho?
Ou nao sabes que tudo que e vivo
Esta sujeito a decadencia e a morte?
Se na verdade es prisioneiro e cativo
No teu corpo que envelhece, apanha e sofre?
Por que nao aprendes ver alem da cor
Nos olhos de teus semelhantes?
E encontraras o teu interior
Pois a unica verdade e o amor
Que construira todas as pontes
Para que te libertes de tua dor
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USA
Amei-te e por te amar...
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...
Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.
Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.
Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora...
Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?
Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.
Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...
[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...
Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!
E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...
Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?
Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos - tão sinceras...
Meu gesto - tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...
Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...
Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.
Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?
Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...
Somos a nossa bruma...
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...
Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...
E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.