Para ser poeta basta ser sincero, escrever o que sente, amar o que realmente deseja, e esquecer a beleza superficial das palavras que formam a poesia, pois se verdadeiro é o seu sentimento, puro será seu coração...e lindas serão suas palavras!
Bruno Augusto Alves Costa
Parece que nasceu para nos fazer sofrer
Ronny Teofilo da Costa
Pra nos fazer chorar
Para nos fazer acreditar em algo que as vezes é impossível
Algo que não pode acontecer
Mais pode nos fazer felizes também/Pode nos fazer sorrir.
E acreditar que esse algo maravilhosa pode acontecer
Que pode vim a terminar em final feliz
Do que falo?
Oras do Amor :)
Paz o mundo precisa de paz,e mais humanidade...
Pr Eliezer costa
Pensar duas vezes no mesmo assunto é perder tempo... E perder tempo e perder dinheiro.
Nemezio F. da Costa
Perto de vc consigo respirar o puro ar e te desejar eternamente,sem me preocupar com o futuro so vivendo o nosso presente...
ueverson costa
Pessoas loucas fazem pessoas sãs agirem loucamente
Jonas Costa
PESSOAS RARAS
Ane Costa
Amigos, pessoas raras de serem encontradas, mas quando os encontramos ficam para sempre, mesmo que não estejam sempre ao nosso lado, por motivos que os separarem de nó, embora guardados nos lugares mais preciosos que podem existir: no coração e na mente. Bom ter sempre amigos, para ter em quem confiar; desabafar; dividir os momentos, estes agradáveis ou não; para se sentir seguro nas horas difíceis, pois amigo não nos abandona jamais; bom tê-los sempre
Prefiro morrer com 40 anos do que com 100, sabe por que?
Gabriela Costa
Porque gosto de viver, sei o que é felicidade, quem vive aos 100, aff ¬¬' esse não viveu o que devia, eu tenho orgulho de dizer, sou louco, mas feliz!
Preserve-se a si mesmo acima de tudo, pois onde vivemos só existe um Deus, dois caminhos e três realidades: 1- Quero Você,2- Choro por Você,3- Amo Você!!!
ueverson costa
Primavera...
Marcelo de Castro Costa
... flores... cores... alegria...
Verão...
... calor... praia... emoção...
Outono...
... renovação...
Inverno...
... frio... cobertor... lareira...
Você...
... primavera... verão... outono... inverno...
Porque...
Como a primavera...
... transmite alegria, com seu sorriso
... irradia beleza, tal qual as flores
... chama a atenção, igual as cores
Como o verão...
... queima, mas com seu amor
... encanta, tal a praia, seu encanto
... emociona, aquele, que lhe encanta
Como o outono...
... renova esperanças, daqueles que a amam
Como o inverno...
... chama o frio, para que seja aquecida
... pelo cobertor, ou, caso, queira, pelo seu amor
... e a chama da lareira, traduz a força de sua paixão
Quando a cegueira é falta de luz, desde que tenhas interruptor é fácil.
Guilherme Costa
Quando a minha saudade os olhos cerra,
Soneto Da costa e Silva
Na grata evocação de um sonho errante,
Recordo, enternecido a minha terra,
Vendo-a mais linda quanto mais distante.
Quando se tem grana sobrando, tudo fica "bom", ao contrário, as coisas podem parecer "ruins"
Alexandre da Costa Pinto
Quando te sentes preso na vida, é quando pensas na liberdade da morte.
Guilherme Costa
Quando vem a saudade
Rahvi Costa
Tudo faz lembrar
Momentos lindos que passei
Louco pra te reencontrar
A saudade, aumenta a tristeza,
Nos deixa carentes e vulneráveis
Que mesmo sendo de nossa natureza,
Não sei se vou aguentar
Tanto tempo longe de você
E as horas que paressem nao passar
E toda essa distância
Faz o meu amor aumentar
Andamos muito tempo por caminhos opostos
Em busca de uma companheira ou companheiro
Quando, na verdade
éramos as duas partes de um inteiro
Estou só em meu quarto
Carente e longe de ti
Mas sei que vamos ficar juntos
Porisso ainda nao te esqueci
Rahvi Costa !
Quem não aprende com os pais, o mundo ensina.
Albino da Silva Costa
Renegar o passado, é não merecer o futuro.
Thierson de Melo Costa
ROMEU e JULIETA
luis henrique da costa silva
PRÓLOGO
Entra o coro.
CORO — Duas casas, iguais em dignidade – na formosa Verona vos dirão – reativaram antiga inimizade, manchando mãos fraternas sangue irmão. Do fatal seio desses dois rivais um par nasceu de amantes desditosos, que em sua sepultura o ódio dos pais depuseram, na morte venturosa. Os lances desse amor fadado à morte e a obstinação dos pais sempre exaltados que teve fim naquela triste sorte em duas horas vereis representados. Se emprestardes a tudo ouvido atento, supriremos as faltas a contento.
Ato I
Cena I
Verona. Uma praça pública. Entram Sansão e Gregório, armados de espada e broquel.
SANSÃO — Por minha palavra, Gregório: não devemos levar desaforo para casa.
GREGÓRIO — É certo; para não ficarmos desaforados.
SANSÃO — O que quero dizer é que quando eu fico encolerizado puxo logo da espada.
GREGÓRIO — Sim, mas se quiseres viver, toma cuidado para não ficares encolarinhado.
SANSÃO — Quando me irritam, eu ataco prontamente.
GREGÓRIO — Mas não te irritas prontamente para atacar.
SANSÃO — Até um cachorro da casa dos Montecchios me deixa irritado.
GREGÓRIO — Ficar irritado é pôr-se em movimento, e ser valente é estacar. Logo, se ficares irritado, pôr-te-ás a correr.
SANSÃO — Um cachorro daquela casa me fará fazer pé firme. Encostar-me-ei na parede contra qualquer homem ou rapariga da casa de Montecchio.
GREGÓRIO — Isso prova que não passas de um escravo fraco, porque o mais fraco é que se encosta à parede.
SANSÃO — É certo; é por isso que as mulheres, como vasilhas mais fracas, são sempre encostadas à parede. Por isso, afastarei da parede os homens de Montecchio e encostarei nela as raparigas.
GREGÓRIO — A pendência é entre nossos amos e nós, seus servidores.
SANSÃO — Pouco importa; hei de revelar-me tirano: depois de lutar com os homens, serei cruel com as raparigas; arranharei a pele de todas as virgens.
GREGÓRIO — Como! A pele de todas as virgens?
SANSÃO — Perfeitamente; a pele de todas as virgens, ou sua pele de virgem. Interpreta isso no sentido que quiseres.
GREGÓRIO — As que o sentirem, que o interpretem no seu verdadeiro sentido.
SANSÃO — A mim elas terão de sentir, enquanto eu for capaz de resistir, pois bem sabes que sou um belo pedaço de carne.
GREGÓRIO — É bom que não sejas peixe; porque se o fosses, não passarias de bacalhau. Vamos; arranca teus instrumentos, que ai vêm vindo dois da casa de Montecchio.
(Entram Abraão e Baltasar.)
SANSÃO — Minha arma nua já está fora; briga tu que eu defenderei tuas costas.
GREGÓRIO — Como assim? Viras as costas e corres?
SANSÃO — Não tenhas medo de mim.
GREGÓRIO — Ora essa! Eu, ter medo de ti?
SANSÃO — Fiquemos com a lei do nosso lado; eles que principiem.
GREGÓRIO — Vou franzir o rosto, quando passar por eles; e eles que interpretem isso como entenderem.
SANSÃO — Não; como ousarem. Vou morder o polegar, o que para eles será desonroso, no caso de não retrucarem.
ABRAÃO — É para nós que estais mordendo o polegar, senhor?
SANSÃO — Estou mordendo o polegar, senhor.
ABRAÃO — É para nós que mordeis o polegar, senhor?
SANSÃO (à parte, a Gregório) – Se eu disser que sim, ficaremos com a lei de nosso lado?
GREGÓRIO (à parte, a Sansão) – Não.
SANSÃO — Não, senhor; não é para vós que estou mordendo o polegar; mas estou mordendo o polegar, senhor.
GREGÓRIO — Estais querendo brigar, senhor?
ABRAÃO – Eu, senhor, querendo brigar? Não, senhor.
SANSÃO — Porque, se o quiserdes, senhor, estou às vossas ordens; sirvo a um senhor tão bom quanto o vosso.
ABRAÃO — Porém não melhor.
SANSÃO — Perfeitamente, senhor.
GREGÓRIO (à parte, a Sansão) – Dize "melhor"; aí vem vindo um parente de nosso amo.
SANSÃO — Sim, senhor: melhor.
ABRAÃO — Estais mentindo.
SANSÃO — Desembainhai, se fordes homem! Gregório, não te esqueças de teu bote de fundo.
(Batem-se.)
(Entra Benvólio.)
BENVÓLIO — Loucos, parai com isso! Guardai vossas espadas. Não sabeis o que fazeis.
(Entra Tebaldo.)
TEBALDO — Como! Sacas da espada contra uns pobres corçozinhos sem força? Aqui, Benvólio! Vem encarar a morte!
BENVÓLIO — Procurava separar esta gente. Guarda a espada e me ajuda a acalmá-los.
TEBALDO — Como! Falas em paz e a espada arrancas? Tão grande ódio tenho a esse termo como ao próprio inferno, a todos os Montecchios e a ti mesmo. Defende-te, covarde!
(Batem-se.)
(Entram partidários das duas casas, que se misturam com os combatentes; depois entram cidadãos, armados de paus e partasanas.)
CIDADÃOS — Varas e partasanas! Derrubai-os! Descei o pau! Abaixo os Capuletos! Fora os Montecchios!
(Entra Capuleto, de roupão de dormir, e a Senhora Capuleto.)
CAPULETO —Que barulho é esse? Minha espada comprida! Ide buscá-la! Olá!
SENHORA CAPULETO — Muletas, isso sim: muletas! Por que pedir espada?
CAPULETO — A espada! digo. Chega o velho Montecchio e brande a lâmina, para fazer-me acinte.
(Entram Montecchio e a Senhora Montecchio.)
MONTECCHIO — Capuleto, Vilão!... Deixai! Tem de se haver comigo.
SENHORA MONTECCHIO — Não darás um só passo para o inimigo.
(Entra o príncipe com seu séqüito.)
PRÍNCIPE — Súditos revoltosos, inimigos da paz, que profanais vossas espadas no sangue dos vizinhos... Quê! Não ouvem? Olá, senhores, animais selvagens que as chamas apagais de vossa fúria perniciosa na fonte purpurina de vossas próprias veias. Sob ameaça de tortura, jogai das mãos sangrentas as armas para o mal, só, temperadas, e a sentença escutai de vosso príncipe irritado. Três vezes essas lutas civis, nascidas de palavras aéreas, por tua causa, velho Capuleto, por ti, Montecchio, a paz de nossas ruas três vezes perturbaram. Os provectos cidadãos de Verona, despojando-se das vestes graves que tão bem os ornam, nas velhas mãos lanças antigas brandem, vosso ódio enferrujado. Se de novo vierdes a perturbar nossa cidade, pela quebrada paz dareis as vidas. Por agora, que todos se retirem. Vós, Capuleto, seguireis comigo, e vós Montecchio, à tarde ireis à velha Cidade-Franca, à corte da Justiça, para conhecimento, assim, tomardes de quanto resolvermos sobre o caso. Já! Sob pena de morte, dispersai-vos!
(Saem todos, com exceção de Montecchio, a senhora Montecchio e Benvólio.)
MONTECCHIO — Quem reavivou esta querela antiga? Sobrinho, dize: onde te achavas na hora?
BENVÓLIO — Antes de eu vir aqui já se encontravam em luta engalfinhados vossos homens e os de vosso inimigo. Tencionando separá-los, saquei de minha espada. Nesse instante, porém, chegou o ardente Tebaldo, espada em punho, que, soprando-me desafios sem conta, não parava de voltear a arma em torno da cabeça, cortando, assim, os ventos que, de nada molestados com isso, só faziam assobiar para ele com desprezo. Enquanto revidávamos os botes e as estocadas, foi chegando gente que aumentou o furor de ambas as partes, até que o duque separasse as partes.
SENHORA MONTECCHIO — Oh! E onde está Romeu? Sabes, acaso? Alegra-me não vê-lo neste caso.
BENVÓLIO — Uma hora antes de haver o sol sagrado cortado as franjas de ouro do nascente, senhora, me levou o inquieto espírito a fazer um passeio lá por fora, onde à sombra de um bosque de sicômoros que se estende para oeste da cidade vi vosso filho a andar, que madrugara. Dirigi-me para ele; mas, havendo-me pressentido, esgueirou-se para a sombra mais densa do arvoredo. Eu, que seu íntimo medira pelo meu, que mais procura justamente onde nada achar consegue, demais já sendo para mim eu próprio, meu capricho segui, deixando o dele, e de grado evitei quem me evitava.
MONTECCHIO — Muitas manhãs tem ele sido visto nesse bosque, a aumentar com suas lágrimas o orvalho matutino e acrescentando com seus suspiros fundos novas nuvens às nuvens existentes. Porém logo que principia o sol, que tudo alegra, a abrir no este longínquo o véu sombroso do tálamo da Aurora, da luz foge meu filho atribulado, recolhendo-se à casa, onde se fecha no seu quarto, cerra as janelas, a luz clara expulsa, e noite artificial, assim, prepara. Poderá acabar mal todo esse enliço, se não for afastada a causa disso.
BENVÓLIO — Meu nobre tio, conheceis a causa?
MONTECCHIO — Não, nem consigo saber dele nada.
BENVÓLIO — Acaso já insististes junto dele?
MONTECCHIO — Não só eu, como alguns amigos nossos. Mas ele confidente de suas próprias inclinações – ignoro até que ponto verdadeiro se mostra – tão discreto consigo mesmo é sempre e tão distante de se deixar sondar e patentear-se como o botão que o verme escuro morde antes que no ar ostente as doces folhas e a formosura à luz do sol dedique. Se a causa eu conhecesse da tristeza deixá-lo-ia curado, isso é certeza.
BENVÓLIO — Ei-lo que chega. Ponde-vos de lado; há de falar-me ou se mostrar zangado.
MONTECCHIO — Oh! Quem dera que o ouvisses, em boa hora, em confissão! Vamos, madame, embora.
(Saem Montecchio e a senhora.)
(Entra Romeu.)
BENVÓLIO — Bom dia, primo.
ROMEU — Como assim! Já é dia?
BENVÓLIO — São nove horas.
ROMEU — A dor é um tardo guia. Não foi meu pai que se afastou com pressa?
BENVÓLIO — Perfeitamente; mas que dor as horas retarda de Romeu?
ROMEU — Não ter aquilo que, se o tivesse, as deixaria curtas.
BENVÓLIO — No amor?
ROMEU — Fora...
BENVÓLIO — Do amor?
ROMEU — Fora do amor de quem me traz cativo.
BENVÓLIO — Ah! que aparência tenha amor tão branda, mas, de fato, seja áspero e tirano
ROMEU — Ah! que, apesar da venda, amor consiga descobrir seus caminhos sem fadiga. Onde iremos comer? Oh! que batalha por aqui houve? Mas não contes nada, que já soube de tudo. O ódio dá muito trabalho por aqui; mas mais, o amor. Então, amor brigão! Ó ódio amoroso! És tudo, sim; do nada fostes criado desde o princípio. Leviandade grave, vaidade séria, caos imano e informe de belas aparências, chumbo leve, fumaça luminosa, chama fria, saúde doente, sono sempre esperto, que não é nunca o que é. Eis aí o amor que eu sinto e que me causa apenas dor. Não queres rir?
BENVÓLIO — Não, primo; chorar quero.
ROMEU — Por quê, bondoso amigo?
BENVÓLIO — Por ver que tens opresso o coração.
ROMEU — Do amor é sempre assim a transgressão. As dores próprias pesam-me no peito; mas agora redobras-lhes o efeito com mostrares as tuas; o tormento que revelaste, ao meu deu mais alento. O amor é dos suspiros a fumaça; puro, é fogo que os olhos ameaça; revolto, um mar de lágrimas de amantes... Que mais será? Loucura temperada, fel ingrato, doçura refinada. Adeus, primo. (Faz menção de retirar-se.)
BENVÓLIO — Mais calma; irei também; se me deixardes não procedeis bem.
ROMEU — Ora, já me perdi. Não sou Romeu. Esse está longe. Está não sei bem onde.
BENVÓLIO — Dizei-me seriamente a quem amais.
ROMEU — Como! Precisarei gemer o tempo todo que te falar?
BENVÓLIO — Gemer? Oh, não! Mas dizer, em verdade, quem seja ela.
ROMEU — Mandai fazer o doente o testamento. Que idéia triste para o desalento! Primo, em verdade: adoro uma mulher.
BENVÓLIO — Acertado também nesse alvo eu tinha, ao vos imaginar apaixonado.
ROMEU — Ótimo atirador! E ela é formosa.
BENVÓLIO — Primo, acertar assim é grande dita.
ROMEU — Nisso vos enganais. Ela é catita. A seta de Cupido não cogita de bater nela. Sábia como Diana, a castidade é sua soberana. Do arco gentil do amor está amparada e, assim, da lenga-lenga apaixonada. Resistir pode a todos os assaltos dos olhares morteiros, não chegando nunca a cair-lhe no regaço a chuva de ouro que os próprios santos tem vencido. Oh! é rica em beleza, mais que bela, porque a beleza morrerá com ela.
BENVÓLIO — Então jurou que sempre há de ser casta?
ROMEU — Jurou; e sua avareza tão nefasta grandes estragos fez, pois a beleza com tal severidade, de fraqueza quase veio a morrer, tendo ficado sem prole alguma. Incrível atentado! É muito bela e sábia, sabiamente formosa para estar sempre contente com me fazer sofrer. Fez juramento de não amar jamais, um só momento. E nesse voto infausto eu vivo morto só de a todos contar meu desconforto.
BENVÓLIO — Por mim guiar te deixes nisso: esquece-a
ROMEU — Oh! A esquecer-me ensina o pensamento.
BENVÓLIO — Dá liberdade aos olhos; examina outras belezas.
ROMEU — Esse é o meio certo de mais consciente me tornar ainda de sua formosura em tudo rara. Essas felizes máscaras que as frontes beijam das jovens belas, sendo pretas pensar nos fazem que a beleza escondem. Quem chegou a cegar, jamais se esquece da jóia rara que perdeu com a vista. Mostrai-me uma mulher de inexcedível formosura; para algo servir pode, senão de sugestão para que eu leia quem a excedeu em tanta formosura? Não, nunca hás de ensinar-me o esquecimento.
BENVÓLIO — Hei de nisso empregar o meu talento.
(Saem.)
Cena II
O mesmo. Uma rua. Entram Capuleto, Páris e um criado.
CAPULETO — Tanto eu como Montecchio recebemos igual penalidade. Como velhos em paz viver não nos será difícil.
PÁRIS — Ambos gozais de altíssimo conceito, sendo de lastimar que há tanto tempo vivais em desavença. Mas agora, milorde, que dizeis de meu pedido?
CAPULETO — Repito o que já disse. Minha filha ainda é uma estrangeira neste mundo; mal o curso notou de quatorze anos. De dois estios murchará o orgulho, sem que ouçamos das núpcias o barulho.
PÁRIS — Mães venturosas já são muitas outras jovens mais moças ainda.
CAPULETO — As que começam antes do tempo, também morrem cedo. Todas as minhas esperanças foram tragadas pela terra; somente essa me resta, herdeira grata do que tenho. Mas meu Páris gentil, falai com ela; nisso, minha vontade uma parcela, tão-só, é do seu querer. Sendo do gosto dela, no mesmo ponto estou disposto a dar, alegre, o meu consentimento. Seguindo agora o velho regimento, darei hoje uma festa de alegria para a qual convidei a companhia de pessoas amigas. Vós, também, sendo mais um, fazeis, como ninguém, jus ao convite. Completai a lista, sem ser preciso que eu sobre isso insista. Em minha pobre casa heis de irradiantes estrelas hoje ver, que, mui galantes, da terra lançam luz ao céu sombrio. A sensação que tem o homem sadio, quando abril ataviado segue os passos do coxo inverno, trêmulos e lassos, em casa hoje heis de ter, no mesmo instante em que virdes o bando deslumbrante de botões femininos. Sede atento para todas, mostrai contentamento com a que vos parecer mais bem prendada. Entre muitas, também, examinada minha filha há de ser, que embora possa ter mérito, a nenhuma fará mossa. Vinde comigo. (Entrega um papel a um dos criados.) Olá, rapaz! Depressa corre à bela Verona e os nomes dessa lista procura, a todos anunciando que hoje terão de minha casa o marido.
(Saem Capuleto e Páris.)
CRIADO — Procurar os donos dos nomes desta lista! Está escrito que o sapateiro se ocupará com sua jarda, o alfaiate com suas formas, o pescador com seu pincel, o pintor com suas redes. Mas a mim me incumbem de procurar os donos dos nomes escritos aqui, sem que eu jamais possa encontrar os nomes anotados pela pessoa que escreveu isto. Tenho de procurar gente instruída. Oh! Em boa hora!
(Entram Benvólio e Romeu.)
BENVÓLIO — Ora, rapaz! Incêndio a incêndio cura. Uma dor faz minguar a mais antiga. Desvirar do virar sara a tontura. Um desespero a velha dor mitiga. Deixa os olhos pegar nova infecção, porque da velha possas ficar são.
ROMEU — Vossa folha de plátano para isso fora excelente.
BENVÓLIO — Para quê, amigo?
ROMEU — Para perna quebrada.
BENVÓLIO —- Estás maluco, Romeu?
ROMEU — Maluco? Não; mas mais atado do que um louco furioso; encarcerado, morto de fome, chibateado, posto no banco de tormento e... Salve, amigo
CRIADO — Deus vos salve, senhor. Por obséquio, senhor, sabeis ler?
ROMEU — Sei, sim; minha miséria e a própria sorte.
CRIADO — Talvez tivésseis aprendido isso sem o auxílio de livros. Mas, por obséquio, sereis capaz de ler tudo o que virdes?
ROMEU — Sou, se souber a língua e vir o escrito.
CRIADO — Falais com honestidade. Passai bem. (Faz menção de retirar-se.)
ROMEU — Espera aí, rapaz; sei ler. "Signior Martino, sua esposa e filhas; o conde Anselmo com suas encantadoras irmãs; a senhora viúva de Vitrúvio; signior Placêncio e suas amáveis sobrinhas; Mercúcio e seu irmão Valentino; meu tio Capuleto, sua esposa e filhas; minha linda sobrinha Rosalina; Lívia: o signior Valêncio com seu primo Tebaldo; Lúcio e a encantadora Helena." Belo conjunto. Onde é que será isso?
CRIADO — Lá em cima.
ROMEU — Onde?
CRIADO — Na ceia em nossa casa.
ROMEU — Casa de quem?
CRIADO — Do meu amo.
ROMEU — Com efeito; é o que eu deveria ter perguntado em primeiro lugar.
CRIADO — Mas vou dizer-vos, sem que mo pergunteis. Meu amo é o grande e rico Capuleto, e se não fordes da casa dos Montecchios, peço-vos que também vades esvaziar uma taça de vinho. Prossegui alegre. (Sai.)
BENVÓLIO — Nessa tradicional festividade de Capuleto vai cear a tua formosa Rosalina, juntamente com as demais beldades de Verona. Vai também, e com olhos imparciais compara o rosto dela com o de quantas eu te mostrar por lá, que sem estorvo, verás teu cisne transformado em corvo.
ROMEU — Se meus olhos devotos falsidade tão grande sustentarem, que em fogueira de suas lágrimas morra sem piedade, como hereges passíveis de cegueira. Mais linda que ela! Nunca o sol radiante no mundo todo viu tão bela amante.
BENVÓLIO — Pesaste-a nos dois pratos da balança de teus olhos, sem outra vizinhança. Mas sopesa nos pratos de cristal tua beldade e outra qualquer vestal que eu te mostrar brilhante nessa festa, e logo a tua te será indigesta.
ROMEU — Irei; não para ver tal resplendor, mas para me ofuscar em meu amor.
(Saem.)
Cena III
O mesmo. Um quarto em casa de Capuleto. Entram a senhora Capuleto e a ama.
SENHORA CAPULETO — Ama, onde está Julieta? Vai chamá-la
AMA — Por minha virgindade quando eu tinha doze anos: já a chamei. Minha ovelhinha. Vem cá, meu coração! Deus me perdoe, mas onde está a menina? Oh, Julieta!
(Entra Julieta.)
JULIETA — Que é que houve? Quem me chama?
AMA — Vossa mãe.
JULIETA — Senhora, aqui estou eu. Que desejais?
SENHORA CAPULETO — Eis o assunto... Ama, deixa-nos sozinhas por algum tempo. Tenho de falar-lhe muito em particular. Não, ama: volta! Lembrei-me agora que é preciso que ouças nossa conversa, pois há muito tempo conheces minha filha.
AMA — É certo, posso dizer que idade tem, hora por hora.
SENHORA CAPULETO — Tem quatorze anos incompletos.
AMA — Jogo quatorze de meus dentes – muito embora, para minha aflição, só tenha quatro – em como não fez ainda quatorze anos. Para um de agosto quanto falta ainda?
SENHORA CAPULETO — Uma quinzena e pouco.
AMA — Pouco ou muito, não importa. O que é certo é que no dia um de agosto completa quatorze anos. Ela e Susana – Deus ampare as almas cristãs! – eram da mesma idade. Bem; Susana está com Deus. Mas, como disse: na noite de primeiro ela completa quatorze anos. É certo: quatorze anos. Lembro-me bem. Desde o tremor de terra, onze anos se passaram. Desmamada foi nesse tempo; nunca hei de esquecê-lo, pois nos seios passado havia losna, sentada ao sol, embaixo do pombal. Vós e o patrão em Mântua vos acháveis – Oh! que memória a minha! – Mas, como ia dizendo: quando ela sentiu o gosto de losna no mamilo e o achou amargo – coisinha tola! – como ficou brava! como bateu nos seios! Nisso, "Crac!" fez o pombal. Não foi preciso mais para eu mexer-me. Já se passaram, desde então, onze anos. De pé, sozinha, ela já então ficava. Sim, pela Santa Cruz, podia mesmo correr a cambalear por toda a casa, pois no dia anterior ferira a testa. Foi quando meu marido – Deus conserve sempre sua alma! Era de gênio alegre – levantou a menina. "Sim", disse ele, "caís agora de frente? Pois de costas cairás, quando tiveres mais espírito. Não é, Julu?" E, pela Santa Virgem, parando de chorar, a pirralhinha respondeu: "Sim". Uma pilhéria fina verti sempre a tempo. Juro que ainda mesmo que mil anos eu viva, jamais hei de me esquecer do episódio. Perguntou-lhe: "Não é, Julu?" E aquela pirralhinha parando de chorar, respondeu: "Sim".
SENHORA CAPULETO — Sobre isso, basta. Fica quieta, peço-te.
AMA — Pois não, senhora; mas não me é possível deixar de rir, ao recordar como ela interrompeu o choro e disse "Sim". No entretanto, crescera-lhe na testa, jurar posso. um calombo grande como testículo de galo. Que pancada! E ela chorava amargamente. "É certo", disse-lhe meu marido; "cais de frente, não é assim? Mas vais cair de costas, quando fores maior. Não é, Julu?" E ela, já sem chorar, respondeu: "Sim".
JULIETA — Então pára também, ama; é o que peço.
AMA — Bem, já acabei. Que Deus te tenha em graça. Foste a criança mais linda que eu criei. Se algum dia eu puder ver-te casada, é tudo o que desejo.
SENHORA CAPULETO — Pois foi para falar em casamento que te chamei. Filha Julieta, dize-me: em que disposição estás para isso?
JULIETA — É uma honra com a qual jamais sonhei.
AMA — Honra! Se não tivesses tido apenas uma ama, afirmaria que, com o leite, tinhas mamado juízo.
SENHORA CAPULETO — Pois estamos na época de pensar em casamento. Mais jovens do que vós, aqui em Verona, senhoras de respeito, já são mães. Se não me engano, vossa mãe tornei-me com a mesma idade em que ainda sois donzela. Para ser breve: o valoroso Páris requesta vosso amor.
AMA — Que homem, menina! Um homem desses... Não... Em todo o mundo... Só feito de encomenda.
SENHORA CAPULETO — A primavera de Verona não tem mais bela flor.
AMA — Sim, uma flor! A verdadeira flor.
SENHORA CAPULETO — Que dizeis? Sois capaz de amar o jovem? Hoje à noite vê-lo-eis em nossa festa. Folheai o livro de seu jovem rosto, que nele encontrareis doces encantos escritos pela pena da beleza. Examinai-lhe os traços delicados e vede como se acham bem casados. E se no livro achardes algo obscuro, encontrareis nos olhos o esconjuro. Esse manual de amor só necessita de uma capa adequada e bem bonita. Vive no mar o peixe; é muito certo que deva o amor ficar algo encoberto. As letras de ouro da lombada a glória terão em parte da formosa história. Ficareis, pois, com ele associada sem que vos diminuais, com isso, em nada.
AMA — Oh! não diminuirá. Pelo contrário; as mulheres com os homens sempre aumentam.
SENHORA CAPULETO — Enfim, que me dizeis do amor de Páris?
JULIETA — Vou ver se prendo nele os meus olhares. Mas a vista chegar além não há de do que me consentir vossa vontade.
(Entra um criado.)
CRIADO — Senhora, os hóspedes já chegaram; a comida está na mesa; estais sendo procurada; reclamam a presença da senhorita; na copa amaldiçoam a ama. Tudo está de pernas para o ar. Tenho de voltar para servir. Por obséquio, vinde logo, vinde logo.
SENHORA CAPULETO — Já te sigo. Julieta, o conde espera.
AMA — Belas noites te almejo; sou sincera.
(Saem.)
Cena IV
O mesmo Uma rua. Entram Romeu, Mercúcio, Benvólio, com cinco ou seis mascarados, portadores de tochas e outras pessoas.
ROMEU — Por escusas faremos um discurso, ou entramos sem nenhuma apologia?
BENVÓLIO — Muito falar destoa deste dia. Não precisamos hoje de Cupido com venda sobre os olhos e arco tártaro de ripa multicor, que infunde medo, como espantalho o faz, no mulherio. Não; nem também de prólogo matado, que o ponto diz antes de nossa entrada. Que nos tomem por quem melhor acharem; mediremos com todos alguns passos e, após, saímos.
ROMEU — Dai-me uma das tochas; não me acho hoje disposto para saltos. Estando enfarruscado, aclaro a estrada.
MERCÚCIO — Não; tereis de dançar, gentil Romeu.
ROMEU — Não; podeis crer-me: tendes sapatinhos de sola leve, própria para dança. Eu, tenho alma de chumbo que, prendendo-me à terra, não me deixa dar um passo.
MERCÚCIO — Sois um apaixonado. Por empréstimo tomai as lestes asas de Cupido, que heis de pairar por sobre a mediania.
ROMEU — Tão traspassado estou por suas setas que suas lestes asas não conseguem transportar-me para o alto: tão peado, que não posso deixar a dor obscura, sob o fardo do amor gemendo sempre.
MERCÚCIO — Mas para estar sob ele, é necessário que carregueis o amor, peso excessivo para coisa tão terna.
ROMEU — Coisa terna julgais que seja o amor? Não; muito dura: dura e brutal, e fere como espinho.
MERCÚCIO — Se o amor convosco é duro, sede duro também com ele, revidando todas as pancadas que der. Ponde-o no chão. Dai-me uma cobertura para o rosto. Em cima de uma máscara ponho outra. Que me importa que o olhar curioso possa perceber a feiúra? Por mim hão de corar estas salientes sobrancelhas.
BENVÓLIO — Vamos bater e entrar e, uma vez dentro, que bom uso das pernas todos façam.
ROMEU — Dai-me uma tocha; que esses rapazolas de leve coração cócegas façam com os sapatos nos juncos insensíveis. Já meu avô dizia sentencioso: seguro a luz e fico a observar tudo. Fora, muita algazarra; eu, triste e mudo.
MERCÚCIO — Mudo é o rato no charco, diz o guarda. Se mudo te tornares, arrancamos-te do charco – com licença! – de Cupido, onde estás enterrado até às orelhas. Sigamos, que isto é acender luz de dia.
ROMEU — Não, não é isso.
MERCÚCIO — Minha alegoria, senhor, indica que, como de dia, gastamos nossa luz inutilmente. Conservai esse dito sempre em mente, que mais saber contém do que, reunidos, todos os nossos cinco ou seis sentidos.
ROMEU — Sim, é o que faço nesta mascarada; mas é absurdo.
MERCÚCIO — Por que não vos agrada?
ROMEU — Tive um sonho esta noite.
MERCÚCIO — Oh! eu também.
ROMEU — Sobre quê?
MERCÚCIO — Sonho algum verdade tem.
ROMEU — Quando dormimos, tudo neles cabe.
MERCÚCIO — Oh! Visitou-vos a Rainha Mab.
BENVÓLIO — Quem é a Rainha Mab?
MERCÚCIO — É a parteira das fadas, que o tamanho não chega a ter de uma preciosa pedra no dedo indicador de alta pessoa. Viaja sempre puxada por parelha da pequeninos átomos, que pousam de través no nariz dos que dormitam. As longas pernas das aranhas servem-lhe de raios para as rodas; é a capota de asa de gafanhotos; os tirantes, das teias mais sutis; o colarzinho, de úmidos raios do luar prateado. O cabo do chicote é um pé de grilo; o próprio açoite, simples filamento. De cocheiro lhe serve um mosquitinho de casaco cinzento, que não chega nem à metade do pequeno bicho que nos dedos costuma arredondar-se das criadas preguiçosas. O carrinho de casca de avelã vazia, feito foi pelo esquilo ou pelo mestre verme, que desde tempo imemorial o posto mantém de fabricante de carruagens para todas as fadas. Assim posta, noite após noite ela galopa pelo cérebro dos amantes que, então, sonham com coisas amorosas; pelos joelhos dos cortesãos, que com salamaleques a sonhar passam logo; pelos dedos dos advogados, que a sonhar começam com honorários; pelos belos lábios das jovens, que com beijos logo sonham, lábios que Mab, às vezes, irritada, deixa cheios de pústulas, por vê-los com o hálito estragado por confeitos. Por cima do nariz de um palaciano por vezes ela corre, farejando logo ele, em sonhos, um processo gordo. Com o rabinho enrolado de um pequeno leitão de dízimo, ela faz coceiras no nariz do vigário adormecido, que logo sonha com mais um presente. Na nuca de um soldado ela galopa, sonhando este com cortes de pescoço, ciladas, brechas, lâminas de Espanha e copázios bebidos à saúde, de cinco braças de alto. De repente, porém, estoura pelo ouvido dele, que estremece e desperta e, aterrorado, reza uma ou duas vezes e, de novo, põe-se a dormir. É a mesma Rainha Mab que a crina dos cavalos enredada deixa de noite e a cabeleira grácil dos elfos muda em sórdida melena que, destrançada, augura maus eventos. Essa é a bruxa que, estando as raparigas de costas, faz pressão no peito delas, ensinando-as, assim, como mulheres, a agüentar todo o peso dos maridos. É ela, ainda...
ROMEU — Paz, Mercúcio! Paz!
MERCÚCIO — Sim, só falo de sonhos, prole ociosa de um cérebro vadio, a qual de nada provém senão da inútil fantasia, que é tão firme como o ar, mais inconstante do que o vento que faz a corte ao frio seio do norte e, sendo repelido, volta de lá bufando e o rosto vira para o sul orvalhoso.
BENVÓLIO — Pois o vento de que falais nos toca para longe de nós próprios. A ceia está acabada; chegamos muito tarde.
ROMEU — Oh! muito cedo, tenho receio. Apreende meu espírito algo que ainda pende das estrelas e que vai iniciar seu fatal curso na festa desta noite, pondo termo à vida desprezível que eu carrego no peito, com qualquer delito absurdo de morte extemporânea. Mas Aquele que se acha no timão de minha viagem vai dirigir-me a vela. Adiante, amigos
BENVÓLIO — Tocai, tambor!
(Saem.)
Cena V
O mesmo. Um salão em casa de Capuleto. Músicos esperam. Entram criados.
PRIMEIRO CRIADO — Onde está o Caçarola, que não vem ajudar a tirar a mesa? Aquele troca-pratos! Olá, Raspa-pratos!
SEGUNDO CRIADO — Retira esses tamboretes, arrasta o aparador. Cuidado com a baixela! Amigo, separa para mim um pedaço de massapão. E se me tens amizade, dize ao porteiro que deixe entrar Nell e Susana Grindstone. Antônio! Caçarola!
TERCEIRO CRIADO — Aqui, rapaz! Estamos prontos.
PRIMEIRO CRIADO — Estão vos chamando, estão vos procurando, reclamam vossa presença na sala grande.
TERCEIRO CRIADO — Não podemos estar aqui e lá ao mesmo tempo.
SEGUNDO CRIADO — Alegria, rapazes! Ficai lépidos pelo menos uma vez na vida. Quem viver mais tempo, ficará com tudo.
(Afastam-se para o fundo.)
(Entram Capuleto, Julieta e outras pessoas da casa, que se encontram com hóspedes e mascarados.)
CAPULETO — Cavalheiros, bem-vindos. As senhoras que não sofrerem no dedão de calos hão de dançar convosco. Olá, senhoras! Qual de vós há de agora recusar-se a dar uma voltinha? A que mimosa se mostrar por demais, faço uma aposta em como terá calos. Como! Agora ficamos juntos? Sede aqui bem-vindos, meus senhores! Já vi também os dias em que punha uma máscara e sabia cochichar uma ou duas palavrinhas nuns ouvidos bonitos. E agradavam! Mas já lá vai o tempo... Tudo passa. Sois bem-vindos, senhores. Vinde, músicos! Tocai logo! Licença! Abri caminho... Com licença! Meninas, ligeireza! (Música e dança.) Mais luz, marotos! Arrastai as mesas e apagai esse fogo, que está muito quente aqui dentro. Ah! essas brincadeiras inesperadas chegam sempre a tempo. Sim, sentai-vos, sentai-vos, caro primo Capuleto; nós dois já não estamos na idade de dançar. Há quanto tempo deixamos de pôr máscara?
SEGUNDO CAPULETO — Trinta anos, pela Virgem; trinta anos.
CAPULETO — Como, primo! Não, não faz tanto tempo; é muita coisa. Foi desde o casamento de Lucêncio. Venha quando quiser o Pentecostes, serão vinte e cinco anos.... Nós, de máscara...
SEGUNDO CAPULETO — Muito mais! Muito mais! O filho dele, senhor, tem mais idade; tem trinta anos.
CAPULETO — Que dizeis! Pois se esse filho dele há uns dois anos maior não era ainda!
ROMEU — Que dama é aquela que enriquece o braço daquele cavalheiro?
CRIADO — Desconheço-a, meu senhor.
ROMEU — Oh! ela ensina a tocha a ser luzente. Dir-se-ia que da face está pendente da noite, tal qual jóia mui preciosa da orelha de uma etíope mimosa. Bela demais para o uso, muito cara para a vida terrena. Como clara pomba ao lado de gralhas tagarelas, anda no meio das demais donzelas. Vou procurá-la, ao terminar a dança porque a esta rude mão possa dar ansa de tocar nela e, assim, ficar bendita. Meu coração, até hoje, teve a dita de conhecer o amor? Oh! que simpleza! Nunca soube até agora o que é beleza.
TEBALDO — Pela voz este aqui é algum Montecchio. Rapaz, vai buscar logo minha espada. Como! Esse escravo atreve-se a, com máscara grotesca, vir aqui, para de nossa festividade rir e fazer pouco? Pela honra do meu sangue e nobre estado, dar-lhe a morte não julgo ser pecado.
CAPULETO — Que tens, sobrinho? Que se dá contigo?
TEBALDO — Tio, aquele é um Montecchio, nosso inimigo; um vilão que aqui entrou por zombaria, para nos estragar toda a alegria.
CAPULETO — Não é o jovem Romeu?
TEBALDO — O mesmo, o biltre Romeu.
CAPULETO — Gentil sobrinho, fica quieto; deixa-o tranqüilo. Ele se tem mostrado perfeito gentil-homem. Para ser-te franco, Verona tem orgulho dele, como rapaz virtuoso e mui polido. Nem por toda a riqueza da cidade quisera que ele aqui fosse ofendido. Acalma-te, portanto, e fica alegre; essa é a minha vontade. Se a acatares, fica alegre e desfaze essa carranca que não vai bem com nossa alacridade.
TEBALDO — Vai, sim, quando um vilão se mete nela. Não o suporto.
CAPULETO — Terás de suportá-lo. Como, rapaz! Estou mandando: deixa-o! Quem manda aqui, acaso; vós ou eu? Ora, não o suportais! Deus me salve a alma. Quereis fazer barulho entre meus hóspedes? Provocar briga? Ser mandão na festa?
TEBALDO — Mas, tio, é vergonhoso...
CAPULETO — Ide, ide. Sois petulante, não? Prejudicar-vos ainda pode esta história. Sei de tudo. Procurais contrariar-me? Eis o momento. – Muito bem, corações! – Sois um fedelho. Ide acalmar-vos – Luz! Mais luz! – Que opróbrio! Já vou deixar-vos quieto. – Assim, meus caros! Alegria! Alegria!
TEBALDO — A paciência e o furor, equilibrados, inativos me deixam com seus brados. Vou sair; mas o intruso que hoje é mel, será amanhã o mais amargo fel. (Sai.)
ROMEU — (a Julieta) – Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.
JULIETA — Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.
ROMEU — Os santos e os devotos não têm boca?
JULIETA — Sim, peregrino, só para orações.
ROMEU — Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.
JULIETA — Sem se mexer, o santo exalça o voto.
ROMEU — Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados. (Beija-a.)
JULIETA — Que passaram, assim, para meus lábios.
ROMEU — Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos.
JULIETA — Beijais tal qual os sábios.
AMA — Vossa mãe quer falar-vos, senhorita.
ROMEU — Quem é a mãe dela?
AMA — Ora essa, cavalheiro! A dona desta casa, certamente, uma digna senhora, honesta e sábia. Amamentei-lhe a filha, a senhorita com que falastes. E uma coisa eu digo, com certeza: quem vier a desposá-la, ficará cheio de ouro.
ROMEU — É Capuleto? Oh conta cara! Minha vida é dívida de hoje em diante no livro do inimigo.
BENVÓLIO — A festa já acabou; vamos embora.
ROMEU — Acabou? Para mim começa agora.
CAPULETO — Não, cavalheiros, não saiais tão cedo; ainda teremos uma ceiazinha. Mas partis mesmo? A todos, obrigado. Muito obrigado, honesto cavalheiro. Boa noite. – Trazei-me aqui mais tochas! Sendo assim, vou deitar-me. É certo, amigo: já está ficando tarde. Vou deitar-me.
(Saem todos, com exceção de Julieta e a ama.)
JULIETA — Ama, quem é aquele gentil-homem?
AMA — Herdeiro e filho de Tibério, o velho.
JULIETA — E aquele que ora passa pela porta?
AMA — Se não me engano, é o filho de Petrucchio.
JULIETA — E aquele que ali vai, que não dançou?
AMA — Não sei quem seja.
JULIETA — Então vai perguntar-lhe como se chama. Vai! Se for casado, um túmulo será todo o meu fado.
AMA — Romeu é o nome dele; é um dos Montecchios, filho único do vosso grande inimigo.
JULIETA — Como do amor a inimizade me arde! Desconhecido e asnado muito tarde. Como esse monstro, o amor, brinca comigo: apaixonada ver-me do inimigo!
AMA — Como assim? Como assim?
JULIETA — Isso é uma rima que aprender fui com quem dancei há pouco.
AMA — Já vamos! Um momento! – Está na hora; já se foram os hóspedes embora.
(Saem.)
Rotina que nos cercam
Ronny Teofilo da Costa
Que nos enchem de manias
Que ao muda-lás
Estranhamos mais ao mesmo tempo gostamos.
Sabe porque Jesus é realmente meu amigo??? Em vários vestibulares da minha vida eu tirei zero...mas mesmo assim, Jesus ainda me ama.
Alexandre da Costa Pinto
saber perdoar é o segredo da vida
joana pinto da costa
SABES QUEM SOU EU? SOU O AZUL DO CÉU
Luciene Costa
SOU AS ONDAS DO MAR
SOU O VORDE DAS FOLHAS
SOU O PRAZER DO AMAR
SOU UMA CRIANÇA CARENTE
SOU UM VELHO DESPROTEGIDO
SOU UM LEÃO À ATACAR
SOU UM RECÉM-NASCIDO
SOU A AVE QUE CANTA
SOU O OPOSTO DA MORTE
SOU A MÃO QUE SEMEIA
SOU O AZAR E A SORTE
SOU O PECADO DA PELE
SOU A LUZ QUE CLAREIA
SOU A GOTA DO ORVALHO
SOU A ARANHA E SUA TEIA
SOU O MOTIVO DA EXISTÊNCIA
SOU O PULSAR DO CORAÇÃO
SOU A DOR DO PARTO DE UMA MÃE
SOU O MEDO DO TROVÃO
SOU A POESÍA VIVA
SOU A LUZ NA ESCURIDÃO
SOU AS MÃOS CALEJADAS
DO HOMEM DO SERTÃO
NA ESPERANÇA DO FUTURO
SOU A FORÇA QUE CONDUZ
SOU A PROVA DE AMOR MAIS SUBLIME
DEMONSTRADA POR JESUS
SABES QUEM SOU EU?
A VIDA!
se amar....
karen costa
se amar é crime
e brincar fosse pecado
o céu estaria vazio
e o inferno lotado!!!
Se o nosso amor for um filme, acredito que ele não terá um final feliz pra mim.
Thierson de Melo Costa
Se pudesse
Ana Maria Costa
comia as cores
falava arco-íris.