Oração do Jardineiro
Carlos Correia
Obrigado Senhor
Por me dar essa flor.
Pra eu com carinho cuidar
Todo meu amor dedicar.
Regá-la com carinho
Amor e compreensão.
E em meu jardim
dar a ela toda minha
Atenção.
Dia após dia
Dar-lhe alegria.
Cuidar para ela nunca morrer
E nunca, jamais a esquecer.
Te agradeço por essa bênção
E em mim esse cuidado confiar.
Te agradeço por essa missão
De pra todo sempre ela amar.
Obrigado Senhor
Por me dar essa linda flor.
Amém!!!
Os ateus também são filhos de Deus!
José Carlos Machado - Autor de Casos Lendas e Loro
Os erros só são proveitosos quando nos educam.
Antônio Carlos Baena
Os Guerreiros não se ajudam, não tem compaixão por ninguém. Para ele, ter compaixão significa que você desejava que o outro fosse como você, e você o ajuda b só para isso. A coisa mais difícil do mundo é um Guerreiro deixar os outros em paz. A impecabilidade do Guerreiro é deixar os outros como são, e apoiá-los no que forem. Isso significa, naturalmente, que você confia que também eles sejam Guerreiros impecáveis.
Carlos Castañeda
Olhar do Coração
Antônio Carlos Baena
Se um dia me olhares com o coração,
E ele disser: Sim.
Então saberei que sentistes o mesmo que eu,
Quando nossos olhos se cruzaram.
Se um dia me olhares com o coração,
Serei denunciado,
Pois o meu olhar revelará o que tenho em meu peito,
Desde a primeira vez que, com meu coração a vi.
Se um dia me olhares com o coração,
Terei a chance de ser compreendido.
Dizendo sem palavras,
O que tanto anseio em dizer-te.
Se um dia me olhares com o coração,
Terá a certeza,que existe alguém que te deseja,
Que te quer bem e bem ter quer,
Não querendo de maneira qualquer,mas querendo-te a qualquer maneira.
Espero agora o fitar desse olhar,
Em qualquer hora,rua, esquina ou lugar.
Ontem!
Carlos Correia
Como é bom amanhecer bem assim
E ao lado de quem sempre quis pra mim!
Após uma boa noite de sono
Sem a sensação do abandono!
Noite em que com uma gostosa conversa
Colocamos o que sentimos sem acusações
perversas!
Noite em que com um bom entendimento
Demonstramos nosso real sentimento!
E após esse diálogo já em alta madrugada
Deliciamos-nos em calor, tesão, entrega
e sem parada!
Como é maravilhoso com você amor fazer
Navegar em seu corpo deliciar-nos no prazer!
Ouvir seus sussurros e gemidos
Dizendo que me ama e nós dois em apenas
um fundidos!
O mais importante de tudo é com você me acertar
Saber que você me ama e comigo quer se casar!
Porque você pra sempre terei
E feliz pra sempre te farei e serei!
Formar nossa família na felicidade
Uma família no mundo sem igualdade!
Te amo vc minha flor...
Obrigado por existir meu amor!!!
Organiza o Natal
Carlos Drummond de Andrade
Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.
Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.
Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.
A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.
O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.
A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.
O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.
E será Natal para sempre.
Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.
Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.
Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.
Carlos Drummond de Andrade
Os homens são como as moedas; devemos tomá-los pelo seu valor, seja qual for o seu cunho.
Carlos Drummond de Andrade
Os lobos mansos vivem em rebanho para se protegerem.
Carlos Vaz
Os médicos estão fazendo a autópsia
Carlos Drummond de Andrade
Dos desiludidos que se mataram
Que grande coração eles possuiam
Viscéras imensas, tripas sentimentais
E um estômago cheio de poesia.
Os presentes dão-se por prazer de quem oferece, não por mérito de quem recebe.
Carlos Ruiz Zafón
Os tiranos do amor foram sempre reverenciados.
Carlos Malheiro Dias
ouço calado
Carlos Seabra
contigo em Alfama
cantar o fado
Ouço nos seus olhos o grito,ele chama pelo Amor,
Antônio Carlos Baena
E a chama que arde no peito,se torna a cama,
Cama essa que traz a ânsia e o desejo,o abraço e o beijo,
Mesmo quando ainda não os tem.
Pai não é aquele que fez a doação de semem, mas sim aquele que doa amor e garante a vida.
J. Carlos Gonçalves
Os Ombros Suportam o Mundo
Carlos Drummond de Andrade
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Palavras
Carlos Correia
-Palavras condenam, palavras põem tudo à perder, palavras sempre as palavras;
- Certas horas são do bem, certas horas são desagradáveis, certas horas são incompreendidas, certas horas não precisa serem ditas apenas interpretadas;
- São nossas palavras que determinam tudo, nosso caráter, estilo, personalidade e até o rumo de nossas vidas;
- Palavras, precisamos de muitas para construir algo mas, de poucas para que possamos destruir tudo aquilo que lutamos para construir.
- Palavras de dor, palavras de ódio, palavras de amor...
mais as palavras que eu nunca esqueci foi "Eu te amo" vindas da minha linda flor, do meu lindo amor.
Te amo Tati. minha eterna flor!
palhaço triste
Carlos Seabra
é como pássaro preso
sem alpiste
Para a virtude da discrição, ou de modo geral qualquer virtude, aparecer em seu fulgor, é necessário que faltemos à sua prática.
Carlos Drummond de Andrade
Para conduzir uma orquestra ás vezes é preciso dar as costas para a platéia
Luiz Carlos Ramos
Para Sempre
Carlos Drummond de Andrade
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
pardal no fio
Carlos Seabra
ouve o telefone
mas não dá um pio
pardal sozinho -
Carlos Seabra
primeira aventura
fora do ninho
Partido político é um agrupamento de cidadãos para defesa abstracta de princípios e elevação concreta de alguns cidadãos.
Carlos Drummond de Andrade