Frases de josa carlos batista de pilar

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Cartas Marcadas

A morte tem um gosto de vinho, espinho

Que bebemos pra curar outra ressaca

Da nossa vida que de repente empaca

Nessa estrada que tem mais pó do que vinho



A morte tem um gosto de amar sozinho

Degustado nas noites, feito uma faca

Que nos adoece sem remédio, maca

Que atravanca, impiedosa, nosso caminho



Tem um cheiro de efêmero nossa morte

Quando, implacável, nos mata eternamente

Naquele instante em que ri de repente



E rouba nossas cartas e nossa sorte

E nos mata de manhã, com seu punhal

Rutilante, endiabrado, celestial

João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR

CARTA AO AMIGO RAUL

Meu amigo chega de viajar,
Pegue seu disco voador,
E venha nos contemplar.
Você aqui faz falta,
Quero ouvir teu cantar.
Já ouvi tanta besteira,
Meus ouvidos não agüentam,
A poesia carece de tuas letras.
Meu amigo se aprece,
Logo sai o Trem das Sete,
Venha logo pra ficar.
Nesse hospício falta alguém
Para nos alimentar.
Venha tentar outra vez
Mudar essa sociedade maluca.
Estamos órfãos com certeza,
Das tuas irreverências.
Hoje aqui está mudado,
As fardas estão guardadas,
Venha impor a tua lei,
Mudar esse mundo maluco.
Não demore meu amigo,
Nos alerte com teu grito,
Esse mundo sem você não faz sentido...
Seriedade por aqui é besteira,
Precisamos de um Maluco Beleza,
Para ativar a nossa consciência.
Precisamos de uma sociedade alternativa,
Para termos uma metamorfose todos os dias.
Por isso meu amigo volte logo,
Precisamos de você para nos fortificar,
E nos ensinar as palavras do Gita...

Luiz Carlos Rodrigues dos Santos

casa quieta -
cochila o avô e
dorme a neta

Carlos Seabra

CASADOS

De tantos sonhos já sonhados,
Agora temos um realizado
o de estarmos casados.

Agora temos uma felicidade pra manter,
Longos dias um ao lado do outro para viver.

Dormir em nossa cama juntos, grudados,
E amanhecer bem porque somos amados.

Dedicar um ao outro nossa atenção,
Manter sempre acesa a chama da
nossa paixão.

Manter essa nossa troca de carinhos,
E esse amor, ao longo do nosso caminho.

Cuidar um do outro pra que estejamos
sempre assim,
Felizes, alegres e satisfeitos nesse
amor sem fim.

Cuidar dos nossos filhos, manter nossa
família unida,
Pra que quando todos crescerem, estivermos
com a missão cumprida.

Na verdade sempre de mãos dadas com Deus andar,
E quando as dificuldades e as coisas boas vir, a
Ele sempre buscar.

Isso tudo é o que eu quero e sempre quis,
Te fazer a mulher do mundo mais feliz.

te amo vc!!!

Carlos Correia

casal trocado
juntos pulam o muro
lado a lado

Carlos Seabra

Casamento é loteria, e a maioria não ganha nem o mesmo dinheiro.

João Batista dos Santos - LondrinaPR

Casamento feliz é que nem a amizade verdadeira: uma condição divina, perfeita, maravilhosa, só que não existe.

João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR

Casamento feliz é que nem assombração, todo mundo já ouviu falar, mas nunca ninguém viu um pessoalmente.

João Batista dos Santos - LondrinaPR

Cem máximas que resumissem a sabedoria universal tornariam dispensáveis os livros.

Carlos Drummond de Andrade

Certas coisas que não consigo dizer.


Como definir o indefinível,se tudo que sinto não pode
ser expressado com palavras?
Como falar sobre algo que faz meu coração bater descompassado,
Que traz ao meu rosto aquela cara de bobo apaixonado,
Simplesmente por me lembrar de seu lindo rosto.
Tento me conter,mas a vezes me pego pensando em você,
Pensando como seria bom estar contigo,e ter o poder de parar o tempo para que
Esses momentos perdurassem para sempre.
E mesmo assim não conseguiria definir meu sentimento por Ti,
Não conseguiria dizer se Gosto,se estou Apaixonado ou se te Amo,
Pois realmente algo de bom acontece dentro de mim quando lembro-me de você.
Quero sempre tê-la em meus braços,acariciar seu corpo delicadamente,
E beijá-la bem devagar.
Quero me embriagar com seus carinhos,me deleitar no calor de seu corpo,
E navegar no profundo mar do seu olhar,que me hipnotiza e me leva á um labirinto,
No qual não me preocupo em achar a saída.
Então ao pensar sobre estas coisas percebi que te Amo,pois quem ama não consegue
Dizer o que sente,por que o Amor foge de qualquer possível explicação.

Antônio Carlos Baena

cerveja gelada
amigos no boteco
palavra molhada

Carlos Seabra

Chamamos céu
àquele azul, depois
do primeiro beijo

María Pilar Alberdi

chão de caruma,
crepitar no pinheiral -
passos ou fogo?

Carlos Seabra

Chapeuzinho Vermelho,
quando sonha seu sonho,
tem o lobo no meio
e um medo medonho.

Mas também tem vontade
de seguir seu caminho.
E encara a verdade,
modifica o destino.

Se perder a esperança,
ao olhar-se no espelho,
não verá a criança
e desbota o vermelho.

Se não é confiante,
já não come nem sonha.
Tem o lobo distante
e a cara tristonha.

Mas, se grita o vermelho
e o sonho se solta,
tem o lobo no meio
e alimenta a revolta.

(do livro Fadas Guerreiras, com adaptação do autor)

Carlos Augusto Cacá

Chora Coração


Tem pena de mim
Ouve só meus ais
Que eu não posso mais
Tem pena de mim

Quando o dia está bonito
Ainda a gente se distrai
Mas que triste de repente
Quando o véu da noite cai
Aqui fora está tão frio
E lá dentro está também
Não há tempo mais vazio
Do que longe do meu bem

Olho o céu, olho as estrelas
Que beleza de luar
Mas é tudo uma tristeza
Se eu não posso nem contar
O relógio bate as horas
Diz baixinho ela não vem
Ai de mim de tão altivo
Fiquei só sem o meu bem

Chora coração
Ouve só meus ais
Eu não posso mais
Chora coração

Antonio Carlos Jobim Vinicius de Moraes

chora poeta -
musa obesa pensa
só em dieta

Carlos Seabra

chuva lá fora -
os pássaros, molhados,
foram embora

Carlos Seabra

Clara manhã, obrigado. O essencial é viver.

Carlos Drummond de Andrade

Coloquei mais de duzentos textos aqui. Quando tento algum tag meu, como bosta, por exemplo, não sai nada. Que sacanagem, pô! Ganham um dinheirão com publicidade com as obras da gente e fazem uma bosta dessas? Não publico mais merda nenhuma aqui.

João Batista dos Santos Rua Amapá LondrinaPR

Caso do Vestido



Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?

Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.

Passou quando, nossa mãe?
Era nossa conhecida?

Minhas filhas, boca presa.
Vosso pai evém chegando.

Nossa mãe, dizei depressa
que vestido é esse vestido.

Minhas filhas, mas o corpo
ficou frio e não o veste.

O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado.

Nossa mãe, esse vestido
tanta renda, esse segredo!

Minhas filhas, escutai
palavras de minha boca.

Era uma dona de longe,
vosso pai enamorou-se.

E ficou tão transtornado,
se perdeu tanto de nós,

se afastou de toda vida,
se fechou, se devorou,

chorou no prato de carne,
bebeu, brigou, me bateu,

me deixou com vosso berço,
foi para a dona de longe,

mas a dona não ligou.
Em vão o pai implorou.

Dava apólice, fazenda,
dava carro, dava ouro,

beberia seu sobejo,
lamberia seu sapato.

Mas a dona nem ligou.
Então vosso pai, irado,

me pediu que lhe pedisse,
a essa dona tão perversa,

que tivesse paciência
e fosse dormir com ele...

Nossa mãe, por que chorais?
Nosso lenço vos cedemos.

Minhas filhas, vosso pai
chega ao pátio. Disfarcemos.

Nossa mãe, não escutamos
pisar de pé no degrau.

Minhas filhas, procurei
aquela mulher do demo.

E lhe roguei que aplacasse
de meu marido a vontade.

Eu não amo teu marido,
me falou ela se rindo.

Mas posso ficar com ele
se a senhora fizer gosto,

só pra lhe satisfazer,
não por mim, não quero homem.

Olhei para vosso pai,
os olhos dele pediam.

Olhei para a dona ruim,
os olhos dela gozavam.

O seu vestido de renda,
de colo mui devassado,

mais mostrava que escondia
as partes da pecadora.

Eu fiz meu pelo-sinal,
me curvei... disse que sim.

Sai pensando na morte,
mas a morte não chegava.

Andei pelas cinco ruas,
passei ponte, passei rio,

visitei vossos parentes,
não comia, não falava,

tive uma febre terçã,
mas a morte não chegava.

Fiquei fora de perigo,
fiquei de cabeça branca,

perdi meus dentes, meus olhos,
costurei, lavei, fiz doce,

minhas mãos se escalavraram,
meus anéis se dispersaram,

minha corrente de ouro
pagou conta de farmácia.

Vosso pais sumiu no mundo.
O mundo é grande e pequeno.

Um dia a dona soberba
me aparece já sem nada,

pobre, desfeita, mofina,
com sua trouxa na mão.

Dona, me disse baixinho,
não te dou vosso marido,

que não sei onde ele anda.
Mas te dou este vestido,

última peça de luxo
que guardei como lembrança

daquele dia de cobra,
da maior humilhação.

Eu não tinha amor por ele,
ao depois amor pegou.

Mas então ele enjoado
confessou que só gostava

de mim como eu era dantes.
Me joguei a suas plantas,

fiz toda sorte de dengo,
no chão rocei minha cara,

me puxei pelos cabelos,
me lancei na correnteza,

me cortei de canivete,
me atirei no sumidouro,

bebi fel e gasolina,
rezei duzentas novenas,

dona, de nada valeu:
vosso marido sumiu.

Aqui trago minha roupa
que recorda meu malfeito

de ofender dona casada
pisando no seu orgulho.

Recebei esse vestido
e me dai vosso perdão.

Olhei para a cara dela,
quede os olhos cintilantes?

quede graça de sorriso,
quede colo de camélia?

quede aquela cinturinha
delgada como jeitosa?

quede pezinhos calçados
com sandálias de cetim?

Olhei muito para ela,
boca não disse palavra.

Peguei o vestido, pus
nesse prego da parede.

Ela se foi de mansinho
e já na ponta da estrada

vosso pai aparecia.
Olhou pra mim em silêncio,

mal reparou no vestido
e disse apenas: — Mulher,

põe mais um prato na mesa.
Eu fiz, ele se assentou,

comeu, limpou o suor,
era sempre o mesmo homem,

comia meio de lado
e nem estava mais velho.

O barulho da comida
na boca, me acalentava,

me dava uma grande paz,
um sentimento esquisito

de que tudo foi um sonho,
vestido não há... nem nada.

Minhas filhas, eis que ouço
vosso pai subindo a escada.


Texto extraído do livro "Nova Reunião"

Carlos Drummond de Andrade

Chego em casa
Encontro apenas seu perfume
Alimento certo, nutritivo pro ciúme
Um bilhete escrito com batom me diz assim:
"Entre um take e outro eu telefono pense em mim"
Pra me relaxar ligo a televisão
Mas que tolice a minha
Triste tentativa em vão
Ela me aparece com alguém que não sou eu
Vejo noutros braços tudo aquilo que é meu.

Vejam só vocês que foi que eu fiz
Fui me apaixonar por uma atriz.

Outra vez eu tento controlar meu coração
Mas meu controle é mais remoto
Que o que eu tenho em minha mão
Fecho os olhos, tento não pensar
Mas não consigo
Com ou sem controle
É sempre nela que eu me ligo.
Vejam só vocês que foi que eu fiz
Fui me apaixonar por uma atriz.

O telefone toca, ela me chama
Me lembra que me ama
Aquela voz macia
Diz que tem ciúme e quer saber
Se nela eu pensei
Durante todo o dia.

Roberto Carlos

Coloquei tantos haikais aqui. Tento em Pesquisar. Cadê que aparecem os meus? Nada. Ganham uma fortuna em propaganda aqui, não me pagam um centavo de direitos autorais e ainda fazem essa palhaçada...

João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR

Coloquei tantos pensamentos sobre casamento aqui. Procurei no "Pesquisar" e... nada. Bem dizem que não se deve confiar em empresas de internet... E pelo jeito estão querendo é me retirar da jogada e não consertar o erro, que é deles... Tudo bem, eu sempre soube que não iria ganhar nada aqui (quem ganha uma nota em publicidade são eles...), mas pelo menos deveriam me avisar de alguma modificação (a favor deles, claro), né?

João Batista dos Santos - Rua Amapá - LondrinaPR

com alicate
abre o maluco
um abacate

Carlos Seabra

Começar é fácil; o difícil é prosseguir a obra.
Será necessário, então, acostumar-se a converter em fáceis as coisas difíceis.

Carlos Bernardo González Pecotche


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