A liberdade é vizinha da felicidade e moram do outro lado do muro que construímos para nos defender do mundo.
Jorge Reigada
A alegria nasce da disposição íntima diante da vida. Ninguém nos dá alegria. Ela já é nossa, é um dom da vida. A alegria é o nosso “sim” a vida. A alegria não é simplesmente o riso. O riso é fruto dela. A alegria é o contato com o Universo.
Jorge Reigada
nossa necessidade de fidelidade está diretamente ligada à insegurança que sentimos em relação ao outro, em relação ao futuro.
Jorge Reigada
Alegria é a nossa energia de vida e se a perdermos constantemente e não soubermos recuperá-la, inevitavelmente cairemos em estafa.
Jorge Reigada
LOUCO
Jorge Reigada
Quero ficar só, sozinho com minhas lembranças.
Quero sentir as mil agulhadas da recordação, a suave dor da saudade.
Mas só, sozinho.
Quero que me venha a mente o passado já que no futuro não penso e o presente não vivo.
Viver para que? Para manter a recordação? E sentir a dor intensa da separação?
Não, não quero mais ter os pensamentos controlados.
Que a inexistência de idéias me permita viver absorto a tudo e a todos.
E tudo por sua causa.
Se você compreendesse meu esforço, se apercebesse que o amor por você me tolhia
nada de ruim teria acontecido.
E hoje estaríamos juntos unidos pelos laços do amor do meu amor ao menos.
Você não quis. Achou-me fraco eu sei.
Sentiu que podia me dominar.
E numa fúria indomável pôs tudo a perder.
Todo um sonho, o meu sonho. A vida, papel em que desenhei o amor perfeito.
Quando nossos olhos se espelharam a primeira vez.
Seu sorriso um amanhecer de um lindo dia me trouxe a esperança de ver meu desenho concretizado.
E na minha ingenuidade, na ânsia de realizar o meu ideal tracei as mais belas formas e em prosa cantei.
Quando vires a tarde triste
Com ar de que vai chover
Lembra-te que são meus olhos
Que choram por não te ver.
Mas, aos poucos vi desmoronar pedra por pedra aquele castelo de amor tranqüilo que tanto imaginei.
E o sonho fechou a janela pela qual olhava a vida me deixando só a realidade que vi estampada
em seus olhos ferinos.
Quis fugir, mas, não consegui.
Sentia-me preso as suas garras, aprisionado pelo seu cheiro,
hipnotizado pelo seu olhar.
E qual cão que se sujeita a vontade do dono quedei-me quieto ao seu lado aconcheguei-me aos seus pés.
Como sofri. Quanta vez tive vontade de correr, de sumir desaparecer para sempre.
Mas, quando seus olhos para mim voltava, sua voz fazia-se ouvir a meu lugar retornava
aconchegado a seus pés.
Hoje, não a vejo mais e aprisionado neste quarto sou considerado louco.
Louco porque me desprendi da coleira, da corda que me envolvia o pescoço e procurei ser livre...
Não. Louco, porque não consigo afastar de mim sua presença.
Louco por não esquecer sua vos, seu olhar.
E irado desfiro murros contra a parede e vejo as feridas abertas em minhas mãos
salpicarem o chão com gotas de sangue. E quando as gotas procuro.
Vejo o seu nome por elas escrito. então, choro...
Um louco também sabe chorar..
ME RESPONDAM SE SOUBEREM.
Jorge Reigada
Açucareiro - Guarda açúcar
Cabideiro - Guarda cabides
Saleiro - Guarda sal
Paliteiro - Guarda palito
Brasileiro - Guarda o que?
Pipoqueiro - Faz pipoca
Padeiro - Faz pão
Engenheiro - Faz prédio
Doceiro - Faz doce
Brasileiro - Faz o que?
Brasileiro, não é nacionalidade, é profissão.
Já nascemos todos com uma profissão, mas sem emprego
A memória, basicamente, é eterna o que esquecemos é o caminho que leva a ela, contudo ela continua em nosso cérebro por toda a nossa eternidade. E, segundo espiritualistas, muito além dela.
Jorge Reigada
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Jorge Reigada
Sentar numa pedra e olhar a paisagem...
Me disseram que o envelhecer nos permite a calma e a paz para cumprir a frase acima.
Porra nenhuma, primeiro a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar a pipoca. Pipoca - humpf - me lembra outra coisa que falo mais tarde.
Depois vem a condução. Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 65 anos. Olha... a analise dele é rápida leva uns 20 metros, quando resolve parar tem a discussão se você tem mais de 65 ou não.
No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo..." sou deficiente" o motorista olhou de cima em baixo e perguntou: Que deficiência você tem?
Sou broxa! Ou brocha?
Ele deu uma gargalhada e eu entrei. Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo... Eu disse bem baixinho para uma delas: "Uma mentirinha que me economizou 1,50, não fica triste não"
Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.
Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro tem sempre alguém que quer te ajudar a subir... dá a mão aqui senhor!!! Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça...
Sentar na pedra e olhar a paisagem. É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra o que me faz ter que trocar de posição a toda hora. Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz: "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair." Resmungo entre dentes: ... só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem.
Esta porra deste sol esta demorando a descer, então eu vou descer, meus pés já estão doendo e o sol, nada.
Vou pensando - enquanto desço e o sol não - volto de metrô é mais rápido. Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, ali está um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de consegue saber a idade de todo mundo.
Olha sério para mim, segura a roleta e diz: O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem. A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos... Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam...
Desisti... lá pelo centro da cidade, eu segurando no "seca suvaco" dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o Tio Sukita... Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou...
É agora... Joguei um olhar 32 ( aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
- O sr. não quer sentar me parece tão cansado...
Olha, ficar velho é bom para a mãe dos outros...
Pensando bem...
Jorge Reigada
Sou eu quem preciso de minha bondade.
Sou eu quem preciso do meu abraço, minha caridade.
Sou eu quem preciso de me sentir seguro.
Sou eu quem preciso sair de cima do muro.
Sou eu quem eu quero que mude.
Sou eu de quem eu quero atitude.
Sou eu de quem cobro a coragem de amar.
Sou eu o inimigo a quem tenho de perdoar.
Sou a pergunta
Jorge Reigada
Que não tem resposta
simples,
Sou igual a todos e
diferente por
nascença..
Só não consigo
viver
no mundo como
indiferença...
Sou charco que
virou jardim,
Fui o jardineiro
que a plantou
em mim..
Eu sou o resultado
Jorge Reigada
de glórias
e derrotas,
lutas travadas
no campo da insanidade
humana..
Eu sou o sonho
das fadas e dos Elfos.
Sou a esperança
e a angústia da espera..
Eu sou a vida.
Eu sou...
Apenas tudo isso..
Falar mal do próximo é o mesmo que tomar veneno e esperar que o outro morra.
jorge reigada
"Faça das suas experiências uma forma de melhorar e crescer"
Jorge Reigada
Nossas pernas
jorge Reigada
Diagramas, esquadros, catetos, compassos
Nossa vida e desenhada por nossos passos.
Caminhamos em retas, curvas, tangentes
ascendente, descendente, em torno, através
Nossas pernas são pincéis...
Traçam caminhos, como o jogo do destino
Descubra o caminho da felicidade
O um; o dois; o três... são milhares, desatino.
Nossas pernas são possantes, dançantes
pena que não somos gigantes
Para enxergar mais longe e saber
o real caminho a percorrer
Nossas pernas são fatores, vetores
Nos colocam longe daquilo que desejamos
Ou caminhamos para perto do que tememos
Tremem ante amores, valores, temores.
Nossas pernas são compassos,
Desenhando curvas na valsa da vida
Giros no grande salão da ilusão, passos
Pernas, pra onde me levam agora, me diga?
Não, não me falem. Apenas andem, me levem
Não me deixem parar, continuem a caminhar
Mesmo já sem muita força, me ajudem
Fecho os olhos a cada passo, ainda quero sonhar.
Não tenham medo de tropeçar, bambear
Apenas andem, mesmo que seja devagar
Confio em cada tropeço, em cada passo torto
Me mostram que ainda não estou morto
Me postam a realidade de ter muito a andar
Aprender, passear pelos campos do que não sei
No campo dos sonhos, por um segundo,ser rei
Não quero saber para onde andar, apenas caminhar.
Nossas pernas são réguas, traçando nosso destino
Me mantém um menino, um adolescente, gente
Um retirante e um chegante, uma tangente
Minhas amigas fiéis, vocês são meus cordéis
Obrigado.
Rio, 17 de junho de 2003
Nós somos os criadores e responsáveis pela realidade, responsáveis por nossos pensamentos, nossas ações.
Jorge Reigada
Morre uma flor,nascem botões resistentes,revolve a terra e solte as sementes.
Jorge Reigada
Declaração de amor de sempre
Jorge Reigada
Declaro para os devidos fins
E a quem interessar posses:
Nunca fui na verdade nem mesmo antes
Desde o tempo que se dizia quartel de abrantes
Um desses poetas que cultivam a paixão
O amor maior que sempre tive foi pela palavra
Dela e apenas dela tenho sido fiel amante
Quase todo poema de amor é uma canção de ausência
Busca suprir a falta que sente um coração
Em relação à pessoa amada
Por isso falo tão pouco de amor
Porque meu objeto de amar está sempre
Sempre simples e presente
Ao alcance da voz num ligeiro sussurrar
Perto bem perto de mim e de meu olhar
Talvez por um triz
Eu pudesse juntar aqui e acolá
Uma estrela nova um jardim um luar
Enfeitar de seda uma mulher doce e gentil
Cobrir seu colo com conchas do mar
Seria fácil
Como seria fácil e tátil e dócil
Tomar nas mãos o suave orifício de seu ventre
E com os meus lábios dar-lhe um beijo solar
Mas a quem enganaria com essa mulher de quimera
Desenhada num inverno que se finge de primavera?
O leitor cruel e atento
Passado o breve momento
Feito de encanto e perfume
Logo notaria em algum vaciloo embuste.
Não é de mulher que esse homem fala
Seu amor é pela palavra que nunca nele se cala.
Muitas vezes estamos tão carentes, tão necessitados de acreditar em um sonho que, ao ver uma folha morta cair da árvore e ser levada pelo vento, vemos uma borboleta.
Jorge Reigada
A arte de esquecer deve ser aplicada para o bom funcionamento da memória de trabalho, na qual esquecer é parte da função, para que haja "o bloqueio sensato do excesso de informações que às vezes nos inunda".
Jorge Reigada
Que seu dia seja sempre cheio de luz e paz, mesmo quando a luz maior estiver por trás das nuvens
Jorge Reigada
Se eu atendesse a consciência, seria um escravo das vaidades alheias.
Jorge Reigada
Em cada tempo a cada conhecimento novo a ciência como todas as demais condições em nossa vida ganham novos aspectos com novos conhecimentos gerando novos conceitos de cura e soluções.
jorge Reigada
O maior de todos os egoísmos é quando queremos alguém para nós. Quando queremos que as pessoas pensem e ajam relativamente a nós da maneira que desejamos.
Jorge Reigada
Juízes de plantão
Jorge Reigada
Me impressiona a quantidade de classificações e julgamentos a que somos expostos a cada minuto de nossa vida. De alguma forma foi criada uma fórmula perfeita de viver na cabeça daquele que te observa. Mas por que ele te observa?
Me parece que todos os passantes esperam de nós um comportamento a altura do lugar onde estamos e como juizes, qualquer “deslize” de nossa parte, é motivo para alguma mostra de desaprovação. Quando falo passantes, estou incluindo todos, desde aqueles que simplesmente passam pelas ruas, a massa do ônibus, metrô; desde gente que possivelmente nunca mais iremos ver e se ver não nos lembraremos, até os familiares incluindo os filhos, os quais ensinamos os valores que mais tarde, serão a base para que sejamos julgados também.
A questão, valores, é o retrato, a identidade social e psíquica que carregamos por toda a nossa vida. Em algumas pessoas estes valores são mutáveis em outras tão rígidos que consegue engessar todo o seu comportamento. Ainda existem outro tipo de pessoa que, pensando ter conseguido um “crescimento” em alguma parte da vida se coloca de uma forma tão estrondosamente idiota que passa a julgar e condenar com seus comentários aqueles que não conseguiram o tal crescimento naquele valor. Nesse caso, mesmo que ela realmente tenha conseguido este avanço, vai tudo por água abaixo, pois, ela transformou um avanço emocional ou comportamental, em um objeto e quer coloca-lo sobre a estante do mundo para que todos vejam.
Na realidade, o julgamento social vem da comparação conosco mesmos. Somos tão incapazes de manter a mente aberta que a fechamos lá na adolescência e pensamos que nos tornamos aptos para o julgamento. Não falo somente da condenação, mas também de quando admiramos. Contudo, em certo tipo de pessoa a admiração é negada e o que aparece é a inveja e não a boa inveja (que chamo de esperança ou modelo a ser seguido), mas a inveja destruidora, felizmente na maioria das vezes, destrói apenas quem a sente.
Nossos juizes são pessoas profundamente inseguras e que só conseguem sentir-se “maior” diminuindo o próximo.
O mais curioso é que na empáfia em que o juiz de plantão se coloca, apesar de querer mostrar que é melhor, que não comete erros, ele apenas está dizendo que aquele “erro” pelo menos ele não comete (ao menos naquele momento) ou que já tenham visto.
Parafraseando o mestre: em verdade vos digo que os Juizes de Plantão são pessoas atormentadas pela perfeição da aparência, escravos da necessidade e das ordens do grupo em que vivem. Com baixíssima cultura são incapazes de crescer. Não existem neles a auto-comparação e estão sempre se comparando externamente, a mais destrutiva forma de se viver, uma fonte eterna de sofrimento, um tapete vermelho que vai direto a solidão.
Se, da escada da vida consegui deixar limpo o meu degrau, ao invés de criticar quem ainda não conseguiu, o mais razoável e grande fator de felicidade e paz, é ajudar o próximo a limpar o seu.
E, sem julgamentos, ter a humildade de perguntar: - Como você quer o seu degrau limpo?
Ou, o que é para você um degrau limpo? E só depois ajudar. Assim deixaremos a bestial responsabilidade de ser o centro do mundo e sem o peso da toga que nos agrilhoa a conceitos vencidos, estaremos libertos para levar nossa vida aproveitando toda a maravilha que ela nos oferece gratuitamente.
Afinal, se nosso degrau esta limpo é sob nossa ótica. Só podemos usá-la para nós mesmos.
Por fim, quando você aponta um dedo para o “defeito” do outro, sua própria mão aponta três outros dedos contra você mesmo.
A vítima é uma pessoa que se sente inferior a realidade; é a pessoa que se sente esmagada pelo mundo externo; é a pessoa que se sente desgraçada pelos acontecimentos. É aquela que costuma ver os fatos apenas pelo seu lado negativo.
Jorge Reigada