Pequeno botão rosáceo
Humberto
De tez pálida
Preste à aflorar
A doçura desenha-se em teu semblante!
Sua boca
Delicado desenho
Lábios de traços marcados
Por suaves linhas
Porém, forte, segura!
Densa e negra cabeleira
Profunda
Tal e qual o noturno céu
Ausente de estrelas e luar
Forrado com o mais macio veludo negro
Finos fios de seda, que deslizam
Por entre meus dedos!
Surgiste em minha vida, e
Tuas palavras me alegraram
Tua presença, trouxe-me à luz!
Tua terna mão
Sobre a minha repousada
Enquanto meus olhos encontram nos teus
Toda a compreensão
Saciedade
Reciprocidade
Aos quais anseio!
Adormeço ao som de teu coração
Onírica melodia...
Já não mais desejo o despertar!
Anseio, por, jamais deixar de sentir
Tua pele
Em contato com a minha
Teu olhar
Dissipando-me toda a angustia
Teu sorriso
Encantando-me
Seu existir
Me tornando plenamente feliz!
(II versão)
Em um espelho
Humberto
Há mais do que o simples reflexo
Mais do que mera contemplação narcisista!
Em um espelho
Há as cicatrizes vívidas de decepções
Mas, há o brilho de sorrisos recebidos!
Em um espelho
Há as marcas das feridas mal cicatrizadas
E, há também, alegrias compartilhadas!
Em um espelho
Há diversos "eu", que foram ( Também os que nunca chegaram à ser)
Há o que é ( também o que não é)
Há os que serão! ( também os que nunca haverão)
Em um espelho
Estou eu...
E todas as pessoas que tocaram minh'alma!
Humberto
(IIº versão)
Porque resistir?
Humberto
Porque não antecipar o fatal destino?
Há limite para a dor?
Humilhação incessante
Recaídas constantes
Certezas vacilantes
Verdades mutantes
Agonia dilacerante
Angustia cortante!
Nas chagas abertas
Pululantes vermes
Devoram mais que a alma
Aniquilam o equilíbrio!
A platéia ansiosa
À espera do primeiro fraquejo
Ao primeiro sinal de fadiga
Pronta, para em uníssono urrar!
Vejam!!
Este ser, não pertence à nossa estirpe
Não possui nossa força
Deixa-se arrastar pelas adversidades
Fraqueja ao deparar-se com contrapontos
Tem sentimentos!
Vivemos em tempos
Humberto
Em que amar e esperar ser amado
É o estranho...
Aos que dedicam afeto...
Desprezo e indiferença
É a retribuição dada!
Nestes tempos...
Adorar ao ser amado
É um "erro" imperdoável!
Quando por amar...
Nos chamam de loucos
Quando o nome do ente amado
Em uma poesia
É considerado ofensivo
Só resta...
Deixar de amar!
Ao atingir ao ápice
Da degradação
Só resta ao indivíduo...
Libertar sua'alma!
Melâncolia!
Humberto
Resquício de um passado
No qual
Conjugávamos o futuro
Na primeira pessoa do plural
Hoje
Resta conjugar
Solidão
Na primeira do singular
(IIº versão)
"-Declamas à mim teu amor?
Humberto
Por assim agires
Não terás de mim
Sequer aquilo
Ao qual aqueles
Que me desprezam
Rejeitaram!
À tí
Não dispensarei
Nem mesmo
A hipócrita piedade
Que me dedicam
Aqueles pelos quais rastejo!"
(A*T*P*M)
Junto à tí conheci o Éden
humberto
Depois, adentrei ao inferno da solidão
insensível destino
Concede-me o sublime prazer de sentir teu sabor
Em seguida, priva-me de sequer visar-te
Mesmo a certeza, de que
Novamente estarás aninhada em meus braços
Que nossos lábios se unirão em infindáveis beijos
Que nossos corpos compartilharão sensuais carícias...
Mesmo esta convicção
Não minora o penar que tua ausência me inflige!
Quando ao telefone, soa tua voz
Torna-me palpável a cruel distância
Que te separa de mim!
Então, só me resta
Fechar aos olhos e imaginar...
Estar junto à tí, com minha cabeça repousada em teu colo
Sentindo o ameno movimento de tua respiração
O intenso calor de tua pele...
Meu sonho
Minha realidade!
Humberto
(IIº versão)
Mulher, tua alma é como um rio
Humberto
Serena e ao mesmo tempo impetuosa
Pode-se afogar-se em sua correnteza
Pode-se lavar nela nossas impurezas.
Se irada, devasta à tudo em teu alcance
Se, calma, nos alimenta e sacia à todas as sedes!
Tua essência, pode-se compreender
Mas, jamais decifrar!
A única forma de dominá-la
É abandonar a pretensão de contê-la!
Alma guerreira
Teu fruto destroe impérios!
Geradora da vida
Teu fruto ergue impérios!
Por tí , bárbaros choraram tal pueris infantes!
Por tí, santos pecaram!
A ciência desvendou cada átimo do ser humano
Mas, só tú és capaz de dar-nos à vida!
Por não compreender-te
Atrocidades foram cometidas!
Buscando compreender-te
Legaram-nos, os poetas, os mais admiráveis escritos!
Após acariciar teus cabelos
humberto
As mais finas sedas, me parecem àsperas
Ríspida se tornou a tez dos pêssegos
Depois que afaguei tua pele
Após sorver teu olor
Desnecessárias são as essências orientais
De que me vale experimentar manjares
Se a fonte de todas as doçuras, são teus lábios
Se, há beleza nas pérolas-negras...
Certamente, não se iguala ao brilho dos teus olhos!
(IIºversão)
Densa e gélida escuridão
Humberto
Sorrateiramente aproxima-se
Cobrindo à tudo e a tudo tragando
Matando aos sons do mundo
Conduzindo os seres à inércia
Tornando concreta a solidão do ser
Isolando o indivíduo em sí
Fazendo-o ciente
De que seu corpo
É seu cárcere
E algoz!
Daquilo o que fomos, o que hoje ainda há?
humberto
Somos quem pretendíamos ser?
Fomos quem imaginávamos ser?
Ainda somos capazes de sonhar?
Nossos sorrisos, ainda são francos, ou tornaram-se meras contrações faciais?
Ainda cultivamos esperanças?
Ou a ânsia, agônia é o que nos domina ao espírito?
Ainda temos compaixão?
Ou...nem mais isto!
A trinta e oito, trinta e nove, quarenta graus
Humberto
Ferve os órgãos
Febril luta orgânica
Lábios ressecados, árida língua
Chumbo nos pulmões
Lava escorrendo nas veias e artérias
O corpo luta tentando expulsar o mortal vírus...
Minh'alma!
Não mais sentir
Humberto
Já não te amo!
Já não te odeio!
Eis-me
O fruto que obraste
Com refinado esmero!
Aquele que, ao ofertar-te o coração
Transmutasse-o em granito!
Eis forjado
Aquele que
não sente
Não odeia
Não ama
Não se importa!
(IIº versão)
Quando contigo estou
Humberto
e, o irrefreável avançar das horas
Vem anunciar, que, teremos que nos afastar
Olho tua face, e, já não sei o que falar
Contudo, se me brindas com teu soriso, toda a angústia se desfaz!
Se, ao levantar-se, atravessas a porta
É como se todo o lume do Universo te seguisse
Deixando-me imerso em um abismo de trevas!
Aquí, agora, sozinho
Revolvendo lembranças, ao som de músicas, que, nada mais fazem do que tornar mais concreta tua ausência!
Me questiono:
O que acontece comigo, quando estou longe de tí?
Porque ao teu coração, não consigo tocar?
Qual enigma há de decifrar-te?
Quais palavras anseias ouvir?
Palavras...
Como enunciar a sensação que me inflama a alma, quando toco tua pele?
Que alquimia me possibilitaria transmutar em palavras, o impacto em meu coração
Quando , meio distraída
Me concedes o teu mais terno e espontâneo sorriso?
De que forma expressar, o quão agradável me é
Quando baixas à guarda e , me permites desvendas um pouco mais tua inigualável essência!
Coleciono estes momentos, como à jóias -raras
Fragmentos, aos quais, vou encadeando, como à um quebra-cabeça encantado!
Na esperança de um dia
Desvendar-te por completa!
Sem medos ou meia-verdades!
(II versão)
Noite insone...
Humberto
Desejo de descrever o amor...
Pouso sobre a alva folha, a caneta...
Assoma-me à lembrança
Camões e Poetas de igual valor
O que haveria eu de acrescentar???
Repouso sobre a alva folha, a caneta...
Escrevo teu nome
Aguardo por tí!
Convido-te à compartilhar do amor
Contido no silêncio das palavras
Não escritas!
(IIºversão)
Humberto
Ao escolher um vinho para uma ceia
Humberto
Escolhe-se algum que combine com o que será servido!
Ao escolher um sapato, uma mulher, considera a bolsa que irá usar!
Um homem deve escolher uma gravata, que combine com sua camisa...
Porém, ao acolher um amor
Deve-se acolher aquele, que
Apesar de divergente no pensar
De, diferente no ser!
Ao estarmos juntos
Nos torna completos!
Coisas, objetos
Podem combinar...
Amores, amantes
Devem complementarem-se!
A História e a Mitologia
Nos mostram que
Somente Narciso
Atingiu o "àpice"
Apaixonando-se
Por seu próprio reflexo!
Humberto
(IIº Versão)
Agora!
Humberto
Depois que te foste
No negro abismo que restou!
Ressurge tua face
Tua alva tez
Teus lábios, de vivo tom carmesim
Dos quais pende
Minúscula gota
De rubro sangue!
Derradeiro vestígio
Daquilo que foi minha vida!
Do meu ser
Restou somente
Esta oca carapaça!
Marionete manipulada
Por acaso
Pelo acaso!
Humberto
(IIº Versão)
Carne afaga carne
Humberto
Carne maltrata carne!
Carne beija carne
Carne morde carne!
Carne ama carne
Carne odeia carne
Carne engole carne
Carne vomita carne!
Carne atraí carne
Carne traí carne!
Humberto
(IIversão)
És minha "droga"
Humberto
Se não te tenho
Caio em crise de abstinência
Não consigo me concentrar
Ou em outra coisa pensar
Exceto
Em te ter
Para que esta dor em meu peito, passe...
Preciso, das doses de teu sorriso
Preciso aspirar ao teu olor
Necessito, que, injetes em mim, teu olhar...
Anseio por uma overdose de tí!
E. se amanhã, eu não mais amar?
Humberto
Como respirar?
Sobre o que pensar?
Com o que sonhar?
E, se amanhã, eu não mais amar?
Para que acordar?
Sair, para passear
Sequer almoçar ou jantar
Que sentido terá?
E, se amanhã, eu não mais amar?
Por quem irei esperar?
Satisfeito, por ao lado estar
Simplesmente, para escutar ou olhar!
Se, amanhã, eu não mais te amar??
(IIº versão)
Em tuas veias corre mel
Humberto
Teus lábios, são manjares
Teus seios, doces como as maçãs-do-amor
Tua pele, rescende ao mais inebriante bálsamo!
Infinitos sabores
Variadas texturas!
Eu...
Caníbal
Devoro-te!
Humberto
(IIº versão)
Escoaram-se os sonhos
Humberto
As alegrias
As esperanças!
Foi-me impossível retê-los
Lentamente, escorreram por entre meus dedos
Enquanto
Aguardava pelo amanhã!
De amanhã em amanhã
A vida consumiu-se
E, minh'alma secou...
(IIº versão)
Cativar
Humberto
É tua forma de agir
Quando certo, sei que estarás ao meu lado
Contra o mundo, se necessário for
Se errado, serás aquela que me mostrará aonde errei
Se, me adentro às trevas da melâncolia
Teu sorriso brilhará
Mostrando-me o caminho da alegria
Quando meu coração está ferido
Tuas palavras, têm o poder de sará-lo
Se o medo me paraliza
Tua força e coragem, ajudam-me a seguir adiante
Mesmo que, tudo pareça em desordem
Que a solidão, tome ares de onipotente
Sempre haverá teu nome a ser clamado em meu auxílio
Teu nome...Amiga!
Não me aflige o noturno frio
Humberto
O que me angustia, é a falta do calor do teu corpo!
Não me importa, sozinho adormecer
Me transtorna, acordar na avançada madrugada
E, não estares ao meu lado!
Penoso, não é estar de tí distante
(mesmo porque te guardo em minh'alma, desde que pela primeira vez, meus braços te acolheram.)
O que me atormenta, é imaginar que, não mais te aninharás em meus braços
Que, meus lábios, não mais sorverão aos teus
Minhas mãos, não mais, pelo teu corpo vagarão
Meus dedos, não mais brincarão em teus cabelos
Enquanto tua cabeça, em meu peito, serena, repousa...
(IIºversão)
Há tempos busco
Humberto
Aonde está?
Onde deixei?
Revolvo min'alma
Busco meu sossego
Minha alegria
Meu prazer!
Aonde mais
Haveria de estar o meu sossego
Senão em teus braços?
Minha alegria
Fora em teus braços?
Minha alegria
Fora em teu sorriso?
Meu prazer...
Repousa em teu corpo!
(IIºversão)