AMIZADE É MAIS QUE AMOR
Gustavo Mendez
É sempre muito difícil comentar de uma forma nova um assunto que já conhecemos. Temos uma forte tendência conservadora, que nos leva a rejeitar, ao menos num primeiro instante, qualquer idéia que não esteja em concordância com o que já sabemos. Vou falar de amor e, então, parece mais difícil ainda que as pessoas consigam ver seus aspectos menos simpáticos.
O amor corresponde a uma busca de completude. Todos nós, desde o início da vida, temos a sensação de sermos incompletos. Parece que só nos sentimos inteiros e em paz quando estamos com o nosso eleito. Assim, é óbvio que nosso primeiro amor é nossa mãe, e todos os outros objetos de amor que venhamos a ter ao longo das nossas vidas serão substitutos dela.
As crianças são extremamente dependentes de suas mães, com as quais têm a sensação de estarem fundidas. Sentem-se inseguras quando estão longe delas e vivem atormentadas pelo pesadelo de que ela poderá abandona-las ou morrer. Quando refletimos sobre as relações amorosas entre adultos, percebemos que o modo como se unem é muito semelhante ao sentimento que liga uma criança à sua mãe. A grande verdade é que os ingredientes negativos relacionados ao ciúme também se manifestam de uma forma muito intensa. É por causa disso que costumamos perceber o amor como um sentimento que acaba se opondo de modo mais ou menos definitivo aos desejos de individualidade.
O amor adulto é uma cópia do que se passa na infância. O discurso é mais racional, mas as reações são idênticas às das crianças. Casais apaixonados se tratam por diminutivos infantis e gostam de receber agrados também infantis. Esses pequenos detalhes não seriam importantes se não viessem acompanhados de noção de que aqueles que se amam têm direitos sobre seus amados. A mãe se acha com direitos sobre seus filhos e isso, até uma certa idade, faz sentido. Agora, que o marido possa dizer à esposa se ela pode ou não usar determinada roupa, ir ou não a um dado lugar, é uma ofensa aos direitos individuais.
O outro tipo de relacionamento íntimo que vivenciamos é o da amizade. Aqui, o prazer da companhia é tão importante quanto o que existe nas relações chamadas amorosas. A confiança recíproca e a cumplicidade costumam ser até maiores do que as alianças encontradas entre os que se amam. Somos mais respeitosos e menos dependentes de nossos amigos.
Qual a conclusão? Para mim, fica claro que o amor é um processo infantil que costuma se perpetuar ao longo da nossa vida adulta. A amizade é um tipo de aliança muito mais sofisticada porque não busca a fusão e sim a aproximação de duas criaturas que tenham importantes afinidades e interesses em comum. Nossa parte adulta estabelece vínculos respeitosos e ricos em intimidade, que correspondem à amizade. Nossa parte infantil tende a estabelecer um elo único com outra pessoa, em relação à qual passamos a ter expectativas similares àquelas que tínhamos de nossa mãe. Não tenho dúvidas a respeito:
amizade é um processo muito mais adulto do que chamamos de amor.
Mudanças.......
Gustavo Mendez
Tudo é uma constante mudança. As pessoas mudam, o mundo muda... Tudo se transforma com o tempo, e nada permanece igual. O que nos resta são os bons momentos que foram vividos e que ficaram guardados para sempre em nossa lembrança.
Devemos viver cada segundo intensamente. Nada é perfeito e em nossa vida, surgem obstáculos e muitas vezes nos vemos sem saída e sem solução para nossos problemas. Aí pensamos e surge a dúvida: Será que existe luz no "fim do túnel"?
Para tudo existe uma solução e o maior e principal problema está em nós mesmos, em nossa dificuldade de encarar os fatos e lutarmos por aquilo que realmente desejamos. Toda pessoa possui dentro de si um certo medo, uma insegurança de não conseguir e de ser um perdedor; mas a vida é uma intensa provocação, e devemos encará-la de "peito aberto" para poder vencer e mostrar a nós mesmos que somos capazes de lutar e sermos os melhores. Devemos sempre seguir a voz de nosso coração e seguir sem medo de viver.
A palavra nunca, não existe no vocabulário da vida, pois nós podemos tudo o que quisermos. A auto confiança e a segurança devem ser as principais armas nessa batalha que se chama vida. Mas o que a vida representa? A vida é feita de momentos muitas vezes ruins e bons, tristes e alegres e de presente, passado e futuro. O passado foi vivido e as recordações restam; para o futuro termos esperanças de uma vida feliz.
Mas e o presente? Devemos vivê-lo ao máximo, para podermos fazer desses momentos os melhores de nossas vidas. Um conselho: Viva e aprenda com a vida. A cada dia, aprendemos novas lições e com elas tiramos proveito para não errar novamente, não "tropeçar" no mesmo erro. Todos os dias acordamos e fazemos praticamente o mesmo, e às vezes o cotidiano cansa. Mas mesmo assim, olhe para o céu e para o sol. Enquanto ele brilhar para nós, ainda existirá esperança.
Podemos ser felizes com pequenas coisas. Sempre faça de sua vida uma eterna primavera com flores sempre a nascer. Vida é renovação, é esperança e temos que ter força para lutar. Não importa que tipo de vida você tenha, apenas viva e tente ser feliz, lute até o fim, busque seus sonhos e ideias com toda a força que puder, pois com certeza alcançará; e no fim de sua vida, você poderá olhar para trás e dizer com orgulho: "Eu lutei, eu vivi, eu busquei, eu venci." E os pequenos e grandes obstáculos que enfrentou, você perceberá que foram como "espinhos " que se foram e se perderam com o tempo.
Acostumar.....
Gustavo Mendez
Eu sei que a gente se acostuma.Mas não devia.Agente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que as janelas ao redor.E pq não tem vista,logo se acostuma a não abrir as cortinas.E pq não abre as cortinas,logo se acostuma a acender mais cedo a luz.E à medida que se acostuma,se esquece o sol,esquece o ar,esquece a amplidão...Se acostuma a:acordar de manhã sobressaltado porque tá na hora;tomar café correndo pq tá atrasado;ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem;comer sanduíche porque não dá para almoçar;sair do trabalho porque já é noite;cochilar no ônibus porque tá cansado;deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia;a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:“hoje não posso ir”;sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta;ser ignorado quando precisa tanto ser visto.Se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita;a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar,a ganhar menos do que precisa,a fazer fila para pagar,a pagar mais do que valem as coisas,a saber que cada vez mais pagará,e a procurar mais trabalho,para ganhar mais dinheiro,para ter mais com que pagar nas filas em que se cobra.Se acostuma a andar na rua e ver cartazes,abrir as revistas e ver anúncios,ligar a TV e assistir a comerciais,ir ao cinema e engolir publicidade.A ser instigado,conduzido,desnorteado,lançado na infindável catarata dos produtos.Se acostuma a coisas d+,para não sofrer.Em doses pequenas,tentando não perceber,vai afastando uma dor aqui,um ressentimento ali,uma revolta acolá.Se o cinema tá cheio,agente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoç;se a praia tá contaminada,molha só os pés e sua o resto do corpo;se o trabalho tá duro,se consola pensando no fim de semana.;e se no final de semana não há muito o que fazer,vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.Se acostuma pra não se ralar na aspereza,pra preservar a pele.Se acostuma pra evitar feridas.Se acostuma pra poupar a vida.Que aos poucos se gasta de tanto acostumar,se perde de si mesmo.