A pedra da rua.
Fanny Dupré
Humilham-te sem cessar.
Ah! os pés humanos...
Até os homens inteligentes confessam mais facilmente os seus erros e pecados que a sua pobreza, por mais inocente que esta seja.
Fanny Lewald
Boêmio da noite
Fanny Dupré
no portão enferrujado.
Morcego dormindo.
Bolha de sabão.
Fanny Dupré
Borboleta distraída...
Colisão no ar!
Crepita a fogueira...
Fanny Dupré
Entre nuvens mais estrelas.
Fogos de artifício.
Ilhotas boiando.
Fanny Dupré
Sob um céu vasto e sereno
este mar tranqüilo.
Laranjais em flor.
Fanny Dupré
Ah! que perfume tenuíssimo...
Esperei por ti...
Mosaico no muro.
Fanny Dupré
O gato ensaiando o pulo.
Azuis borboletas.
Noite fria, escura,
Fanny Dupré
no asfalto negro da rua
late o cão vadio.
Noite tenebrosa.
Fanny Dupré
Pia a coruja agourenta
no velho telhado.
Ruge o minuano...
Fanny Dupré
Galopa veloz nos pampas
o cavalo baio.
Saudosa de ti
Fanny Dupré
caminho só pela rua.
É noite de estio.
Sobre a laje fria
Fanny Dupré
diz adeus à primavera
uma rosa murcha.
Tremendo de frio
Fanny Dupré
no asfalto negro da rua
a criança chora.
Velho casarão.
Fanny Dupré
Iluminam o interior
raios de luar.
Vendinha de bairro.
Fanny Dupré
Ressona feliz gatinho
no saco de estopa.