Delírio
Evan do Carmo
Na angústia da noite te sinto ao meu lado,
A procurar-me com tua boca circunspeta.
Com uma fadiga ativa surpreende-me e me cativa
Não fujo do teu assédio, nem do teu aceno.
Teu olhar sinuoso fere-me como uma seta
Não sei sair do alcance do teu perfume
Nem me esquivar do teu veneno
Embora seja sonho, ou ilusão consciente
Eu me entrego ao teu capricho
E me curvo aos delírios da minha mente
Fujo do meu mundo, embrenho-me no teu nicho.
Nas garras vorazes do teu desejo eu fico impávido
E como se veraz fosse esse delírio, gozo acordado.
Se um tolo te aplaudir... Cuida que é tempo de forjar outro oficio...
Evan do Carmo
* Não há sucesso, nem desejo satisfeito, se neles não habitar em alto grau a presunção...
*Sem paixão não se leva a termo nenhum projeto nobre...
*É difícil ser cavalheiro no país onde as mulheres não sabem “montar”...Eu prefiro usar a “esporas”!
*O tempo que me resta é todo tempo que há daqui para frente...
*Sou mais um poeta-filósofo. Sou a soma de todos que viveram, antes de mim...(preciso explicar esta frase, digo revelar a minha intenção: a soma de todos: o que absorvi, aprendi dos grandes mestres, e não a presunção de ser igual a todos, reconheço que não seria também o que sou, se não os tivesse conhecido).
*O homem necessita de uma paixão para justificar a ilusão da existência.
*Se não te achas capaz, tão pouco serás competente para a missão...
*Para compreender o homem é preciso deixar de ser humano...
*Façamos Deus, à nossa imagem e semelhança!-disse o homem quando abriu os olhos de barro.
*Toda maldade será perdoada aos que se arriscam no abismo do exercício mental.
*Todo pecado das mulheres se resume em: dizer sim quando querem dizer não.
*Ao presunçoso a certeza da vitória - pois ele conhece o fruto,
“O gozo” antes da fecundação...
*Quem tem medo de vencer não entra em combate com os incapazes...
*Creio que sou o que penso ser, logo sou capaz de convencer pelo discurso da razão do existir, que de fato existo...
*Faz o que te vem à mente, pois em breve não tereis mais tempo para pensar, nem para fazer.
*Quem pensa demais desconhece o gosto, o prazer de novas
lições.
*Oh! Ignorância não te conheço, és para mim um cão sujo que ladra aos pés de um homem limpo e bem vestido!
*Ser racional para os “pobres” é sabedoria inútil, por não fazerem uso!
*Nunca tente trazer para tua altura, alguém que está a baixo de ti, ele pode te puxar...
*Tem que ser forte bastante para ser feliz sozinho.
*O livre-arbítrio foi o modo mais fácil que Deus encontrou para se insentar da imperfeição dos homens.
*Somos donos apenas de uma coisa: o nosso pensamento!
*Não dê ouvidos ao coração, ele é um amigo “falso”.
*É a eterna insatisfação que faz o homem correr em busca da felicidade, e é graças a esta inquietação que continua vivendo em busca do sonho, do impossível!
*O homem tem “livre-arbítrio” como é livre alguém que não pode escolher entre viver ou morrer?
*Ninguém sabe quem eu sou, nem o que penso, pois o que vejo, só aparece aos meus olhos, é meu, só meu!
*Por traz de um homem fraco, há uma mulher morta!
*Por traz de um homem forte, há uma mulher que manda!
*Sou dono de uma verdade: a minha!
*Se não aceitas o que eu digo, tão pouco saberás o que penso de ti!
*Não olhes pro lado, teu futuro está à tua frente!
*Eu apenas comecei, meu dia será eterno!
*Na dúvida, faça, então saberás escolher!
*Foi pouco o que te sobrou? Dá a tua sobra!
*A covardia é o medo da pobreza!
*Os fortes são os fracos que não suportam derrotas!
*A honra é a vaidade disfarçada de moral!
*O covarde desconhece o medo, foge do combate, por amor à vida!
*O que faz perder a luta, é o ódio do inimigo!
*Disparo minha arma mortífera, para suplantar a ilusão, enfim. No fim!
*São as contradições dos homens que tornam os deuses imperfeitos.
*É a poesia que torna possível o existir, escrevo para suportar a poluição mental que me cerca, e me sufoca!
*Subo à superfície gelada, respiro a solidão da sapiência!
*Não existem muralhas intransponíveis, são os ataques fracos, que as tornam convencidas!
*Não suporto a tolice dos mortais, são débeis ébrios da ilusão, disparam flechas no escuro, para acertar o coração!
*Corre em busca da sorte, porque no fim da estrada encontrarás a morte!
*O despeito é a inveja dos mortais, que não suportam a luz dos homens superiores.
*O pouco que se pode ter, é muito para quem nada tem.
*Por tudo que vale à pena eu quero apenas ser.
*O pão que sustenta a alma é luz, é fogo, é carvão, é fôlego,
É hálito divino, a força da criação, é tudo que move a vida de sangue que volta ao chão.
*Não sou suficientemente bom para ser odiado pela maioria, todavia, chegarei lá, em breve terei a honra da aversão de todos os tolos.
*No tempo em que vivo, o vento não sopra na horizontal.
*Minha obra literária não é para ser compreendida, só será criticada ou elogiada...
*Sou maior que o tempo, o tempo passa por mim, o tempo não pode voltar atrás, eu posso andar em qualquer direção!
*No país da solidão quem reina é o silêncio.
*As pedras são mensageiros de boas novas.
*Meu rio límpido não corre para o mar.
*Tudo é lícito, desde que se possa escolher por conta própria!
*O ilícito é aquilo que nos é imposto, por força física, ou moral!
*O pecado é a soma dos nossos erros, dos nossos fracassos!
*O belo é algo que não alcançamos, que muito desejamos, ser, ou ter, é aquilo que não possuímos ainda.
*Só achamos belo aquilo que queremos, com paixão!
*O sucesso é o ápice da vaidade satisfeita...
*A paixão é o desejo ardente de algo que não dominamos, que não temos o poder para escravizar, é a carência da extrema pobreza do espírito...
*O futuro é o presente morto!O passado é o presente enterrado!
*O que é lícito? - É o direito de escolha!
*Somos o que fazem de nós! E não o que pensamos ser!
*Buscamos nos amigos aquilo que nos falta, e distribuímos o que nos sobra aos nossos inimigos de maneira bem generosa.
*Sobre o pilar de toda amizade, descansa o interesse recíproco...
*Constrói tu mesmo a tua estrada, então poderás escolher com quem deves andar...
*Ninguém é forte, fortes são os que têm coragem de chorar, e de admitir que são fracos!
*Não culpa teu vizinho pelo teu fracasso, ele já tem o dele para suportar...
*A vida do homem pode ser plena, se for cheia de dificuldade...
*Não é felicidade duradoura que nos faz amar a vida, e sim os dias tristes...
*É a inquietude do espírito que faz pulsar o sangue da “alma”.
*São os homens comuns que fazem-nos virar filósofos...
*Todos os poetas são espíritos ociosos, que não suportam a luta árdua do viver comum...
*O homem de opinião escuta a opinião de outro.
*Só os fracos aceitam conselhos dos outros, pois lhes faltam coragem para aplicar os seus!
*O melhor modo de levar a vida, é pegando emprestadas as suas pernas.
*O tempo passa depressa, diz o homem descuidado.
*Diz o machão inocente, é homem que escolhe a mulher.
*Deus foi engenho do homem, a mulher descuido de Deus, e o diabo a obra prima da mulher.
*A mulher enganou a Deus e ao homem, não havia serpente no paraíso.
*Havendo dúvida, haverá também um progresso na pesquisa.
*Como vencer um inimigo sem travar um combate?-Pedindo-lhe clemência...Pois só os perdedores sabem perdoar.
*Só levantará a espada, o incapaz de levantar a “caneta”.
*Não tenho medo dos meus inimigos, pois conheço as suas armas. Tenho medo do arsenal oculto dos meus amigos.
*Se te faltares o pão do dia a dia, vende tua alma a Deus, então te sobrarão doze cestos cheios de necessidades.
*A presunção diz: - já sou completa, não me falta nada, domino qualquer ciência -.
A humildade diz: – engana-te, não conheces a ciência do selênico, desconheces o dom de escutar.
* Como todo homem, filósofo ou não, cabe-me o benefício divino da dúvida.
*É difícil viver no paraíso depois que se perde a inocência...
*Não há mesmo verdade rica que não se transforme em pobre mentira, ou mentira pobre que não se vista um dia de verdade-real...
Ao meu amor indescritível
Evan do Carmo
Cogitei te fazer um poema novo
E de novo atingir a perfeição,
Ascendi ao ponto alto, nas estrelas,
Para vê-la sobre a luz do coração.
És perfeita e constante ao meu prazer,
Como o sol que não perde a posição
Tua vida, teu amor, o que respiras,
Doaste-me sem nenhuma restrição.
Iranete é teu nome fidedigno,
A quem amo,
Como o máximo da minha imperfeição.
Resolvi como os homens neste dia,
Te fazer uma homenagem de doação,
Para ti, que durante toda vida
Tua vida colocaste em minha mão.
Perdoe-me a fraca poesia
Pois mereces muito mais erudição.
Há quem diga que o amor é coisa simples
Que de fato, quem escuta é o coração.
Só espero que não haja divergência,
Que tua alma esteja pronta ao perdão.
Que desculpe a minha intransigência
E a rudeza que por vezes, sem pensar,
Te jogo em vão.
Teu espírito é profundo e generoso,
O bastante pra não ver o meus erros
E defeitos sem perdão.
É noite, e perto de mim dorme a minha amada.
Evan do Carmo
Eu, à distância de mil pensamentos tento ouvir se ressonar.
Será que ela sonha?
Será que quando acordar se lembrará que vivo estou?
A minha amada tem os olhos azuis da cor da saudade
Suas mãos são finas, macias como lã de algodão.
Ela tem um corpo esculpido no mármore da perfeição.
Minha amada, quando sorrir ilumina a noite da minha solidão.
Mas, a minha amada dorme, minha amada não sabe que morro aqui,
Acordado, tentando dormir também para lhe encontrar.
Oh se ela pudesse me ouvir, oh se ela pudesse vir aqui.
Minha amada não respira o mesmo ar daqui
Onde estou não posso chegar até ela, a não ser em pensamento.
Nossa cama parece um imenso oceano, e eu só tenho as mãos para lhe abraçar.
Tudo que eu queria nessa vida era que ela pudesse ouvir meus pensamentos
Para que ela soubesse o quanto a desejo,
Oh, quem dera que ela um dia desses me acordasse com um beijo.
Mas minha amada dorme, enquanto eu escrevo e a vejo...
como criança frente ao mar
Evan do Carmo
à primeira vista
como corredor que tomba
ao fim da pista
assim me sinto,
ante a tua grandeza
e majestade
meu espírito sangra,
minha alma geme,
minha boca seca
e meu corpo treme.
como prosseguir?
Evan do Carmo
05/09/2007
Evan do Carmo
Evan do Carmo
Trair-te, não seria nada fácil,
Pois teu espírito anda ao meu lado
Trair-te, seria para mim um tanto complicado,
Um ato repugnante, cuspir no prato das delícias,
Das tuas virtudes, onde me fartei do teu sangue,
Que me garantiu vida e saúde.
Trair-te, não será para mim possível,
Entre nós não há divisão de alma ou de espaço
Não vivo sem o alcance da tua mão
Sem a proteção dos teus braços.
Trair-te, seria suicídio consciente,
Não se mata o corpo se a alma está ausente.
Trair-te, não será ação para um homem
Que se tornou um deus depois que o adoraste
Trair-te, coisa atroz que só pode ser praticada
Por um covarde, que não tenha conhecido
Tua alma clara e veraz.
Trair-te, não pode ter razão nem direito à vida
Quem em sã consciência fosse capaz.
Trair-te, eu não poderia, se é na tua lealdade
Que consigo ver motivação para minha insignificante vida.
Trair-te, é para mim algo improvável;
Pois é em tua alma que encontro frescor e ar respirável.
Trair-te, como poderia enterrar um filho vivo,
E uma mãe lactante?
Ou separar a lua dos poetas e dos amantes?
Trair-te, melhor parar com este funesto poema
Já está me faltando oxigênio para continuar,
Apenas com esta conjectura...
Evan do Carmo 04/10/2006
O brilho do sol
Evan do Carmo
O brilho dos teus olhos ao me fitar
Apagou a luz do sol
Então me vi em densas trevas
Em profunda escuridão.
Em trevas viverei
Até que, em outra vida
Em outro encontro
Devolva-me a luz dos olhos meus.
Tornei-me errante
Sem pátria
Sem porto
Sem descanso
Nada vejo
Nem alcanço a direção
Cego, persigo,
Apenas a tua voz suprema
Que diz
Como quem brinca de esconder
Ta frio!
Ta quente!
Como um demente
Sigo atrás do não
Como se fosse um sim.
O brilho dos teus olhos ao me fitar
Apagou a luz do sol
Então me vi em densas trevas
Em profunda escuridão.
Em trevas viverei
Até que, em outra vida
Em outro encontro
Devolva-me a luz dos olhos meus.
Tornei-me errante
Sem pátria
Sem porto
Sem descanso
Nada vejo
Nem alcanço a direção
Cego, persigo,
Apenas a tua voz suprema
Que diz
Como quem brinca de esconder
Ta frio!
Ta quente!
Como um demente
Sigo atrás do não
Como se fosse um sim.
Látego
Evan do Carmo
Sobre as ignóbeis marcas do meu flagelo
vez por outra, passas as tuas mãos infames a me acariciar,
e as tuas caricias doem tanto como doem
os açoites das palavras de tua boca sinuosa
a repulsar quem tanto te ama.
Serve-me tanto um afago teu repleto de hipocrisia
como serviria um chute em meus órgãos genitais.
Com a tua sensibilidade de hipopótamo pisas
sobre o meu coração, como quem anda em fétida lama.
Assim parece-me a tua satisfação, o teu regozijo
ao ver-me em tão triste abismo, em tão escuro cárcere,
onde o sol nunca brilha e nem por descuido às vezes bate
Evan do Carmo 09/10/206
Sou um destino
Evan do Carmo
Quanto romance há num poema?
Faço poesia como quem conta história,
Disse-me certa vez uma alma triste
Que não falo só de amores,
Conto as mágoas e as alegrias
Dos espíritos sonhadores.
Eu concordo com essa moça,
Que me ler como um profeta,
Ou como um contador de piadas,
Dos malditos perdedores.
Mas, eu ainda tenho mais
Pra dizer para meus leitores,
Para desconstruir um corpo frágil
Para edificar com esmero
Uma fortaleza indestrutível
Onde habitam os vencedores.
Sou uma ponte entre o ser e o não ser,
Eu sou um destino,
Para os homens que se aventurarem
Nas minhas águas de profundezas.
Uma vez lançado ao mar um barco frágil,
Não poderá mais voltar à praia de origem.
Tempestade de saraiva caiará,
Impreterivelmente naufragarás
Para seres arrastado pela ressaca
De um aborto natural de um ser comum.
Deuses e homens em vão tentarão te seduzir
Com seus discursos, mas tu não os ouvirás.
Todavia, não deves te confundir, não és um deus.
Precisas ainda ter fé, para transportar uma montanha,
Para transformar teu saber em alento para os pecadores,
Para encontrar teu escopo final,
Tua espinha dorsal,
Para te sentares “à direita de Deus.”
Eis aí o teu destino meu irmão.
Sou um destino para os homens
E um fim para os “meninos”.
Brasília 20/11/2006 Evan do Carmo
Tradução da poesia..
Evan do carmo
Poema para mim é vida...tudo em que pulsa o sangue...onde existe um coração latente...há sempre uma emoção mesmo que diferente; dentre todas as almas que respiram...poema é em síntese, uma maneira de expessar setimentos, contradizendo uma regra natural de que não se pode definir a arte...muito menos a criação...só o Creador tem o direito de explicar a criatua...o próprio universo físico é um magnifico poema...toda essência humana advém desse epicentro de inteligência Superior..Deus.. que dá plenitude a tudo que respira...são suas creações que nos inspira a criar algo semelhante, mas nunca com perfeição...somos o fato oriundo da realidade Suprema...Deus Sumo-autor de tudo que possa dar à luz nossa van filosofia...poema-música...poema- vida...poema-amor...poema- emoção...poema –vibração- sonora -das -altura que nos brinda com graça e bondadade divina...poema, eu você...poema vida e morte...poema busca, encontro... poema o eterno saber racional de Deus no homem...sentimento diversos...poemas sem rima ou sem verso...poemas, amizade, paixão...somos em essência copias de algo maior que nos deu a vida...como recptores de uma melodia celestial...ora perdemos nossa real identidade ora nos confundimos e queremos ser igual a Deus...temos apenas o dom da reprodução...portanto somos criadores e não creadores...pois só um é Creador...nunca conseguiremos inverter esta ordem natural de que é a realidade que produz o fato e não o contrário...portanto se quisermos nos aperfeiçoar é preciso permitir que a realidade venha até nós e produza em nós a sua magnânima obra...
Poetas, homens da arte em geral.
Evan do Carmo
Foram e sempre serão como uma ponte
Entre o imaginário antigo e o real presente.
Como bons feiticeiros trazem
Ás almas insatisfeitas como que uma porção mágica
Que causa um breve delírio voluptuoso
Um extasiar fugaz, que alivia os ais,
Dos inconformados com a realidade contemporânea.
Todavia seu ungüento não dura mais que alguns instantes
Seu efeito curador se converte em um maior pesar
Maior que a dor atroz do passado.
Portanto, dou um conselho aos amantes das belas artes.
Não dêem ouvidos aos artistas do presente
Sejam vocês mesmos uma ponte e o viajante
Para ir ao mundo da pura arte...
Vão ao encontro do elixir da eterna melancolia
Na fonte, na sua origem, onde jorra com perfeição,
Tanto o bem, quanto o mal dos seus sublimes criadores.