Aqueles Beijos...
Elonir Gonçalves
Ah! Que beijos eram aqueles...
Sem pressa, demorados,
Ternos, apaixonados,
Inebriantes.
Beijos inesperados,
Quentes, molhados,
Cheios de intenções,
Desejos, paixões.
Beijos que marcavam,
Que pediam, imploravam,
Uma garantia, uma certeza,
Que nunca terminariam.
Mas, sem saber que era o último,
Nossos lábios repetiram o ritual.
Nos entregamos àquele momento
Com a esperança que durasse para sempre.
O derradeiro beijo foi assim,
Mais um instante paradisÃaco.
Nada de despedidas tristes,
Sem lágrimas derramadas.
Ainda penso naqueles beijos
Beijos que me enfeitiçavam,
Entorpeciam meu corpo,
Embebiam-me de prazer.
Bons beijos aleatórios eram aqueles...
Anestesia para dias amargurados.
Deixavam o coração suplicante,
Viciado em beijos enamorados.
Teu olhar
Elonir Gonçalves
Procuro no teu olhar
Um sinal, um caminho,
Uma maneira de te encontrar
Uma forma de tocar teu coração.
DifÃcil...
Há uma névoa que me deixa perdido,
Que me tira da rota,
Que me desnorteia.
Procuro no teu olhar
Um sim
Um doce talvez
Uma esperança...
Não encontro respostas
Dúvidas e incertezas me assolam
Perco mais uma batalha.
Procuro no teu olhar
Uma concordância
Uma reciprocidade
Um assentimento.
Mas algo me afasta
Interrompe minha busca
Sugere que eu desista.
Procuro no teu olhar
O significado desse brilho...
Essa incógnita que me intriga
Que me deixa desejoso de decifrá-la...
Embora árdua,
Há de valer à pena essa luta.
Pois teu olhar me parece reservar coisas
Que eu lutaria a eternidade para fazer parte dele.