Pedaço de mim
Catarina Portela
Que me completas
E me dizes palavras certas
No momento ideal
Quando tudo corre mal
Há um pedaço de mim
Que encontra um sorriso
A esperança que preciso
Para lutar contra as adversidades da vida
Tão inconstante e definida
Como se tudo j á estivesse traçado
Mas que vida é que tem significado?
Logo me vens à mente
É maravilhoso quando se sente
Que temos alguém por perto
Mesmo que tudo à volta pareça um deserto
Tu estás lá comigo...
E volta tudo a valer a pena
Já não existe nada que envenena
Esta vida curta e insignificante
Ao qual tentamos sair dela… Triunfante.
Pedaço de mim que me ajudas
A tapar um pedaço que se vai
Tentas que não pense em amarguras
Então seguras a mão
Entras-me no coração
E acalmas uma dor
Difícil de conter
Difícil de esquecer
O sangue do teu sangue
A carne da tua carne
Que sofre em silêncio
Numa constante revolta
Contra o mundo que o rodeia
Num sofrimento que incendeia a mente
Quem dera que se pudesse dividir
Para te ver sorrir mais uns tempos
Para que nos lembrássemos de bons momentos.
Queria tanto que ficasses...
Queria tanto...
Invoco para que Portugal ouça as preces já antes divulgadas. Onde está o desaparecido? Onde esta o glorioso, aquele que possui a espada?
Catarina Portela
O tempo é fugaz. É urgente aclamar a protecção de um qualquer Deus que desperte em nós a cura para um novo Portugal. Um Portugal digno de ser relembrado. Digno dos feitos gloriosos.
Hoje apetece-me exaltar a raiva e a incerteza de um País que descobriu os mares, que ultrapassou medos e mitos.
Apetece-me perguntar:
-Que foi feito de Portugal?
Esta não é uma corrente pessimista, é sim realista.
Em tempos de outrora, um tempo de dor e sacrifício (ó mar salgado, quanto do teu sal, são lágrimas de Portugal!) Portugal. Portugal nunca mais voltou!
“O rosto com que fita é Portugal” Assim escrevia Fernando Pessoa, para dar ênfase à posição de Portugal na Europa e no Mundo.
Poderíamos ser O País, o tal País de riqueza, de oportunidades.
Podíamos alegrar-nos da imaginação e do “sonho que comanda da vida”.
Podemos nós dizer que “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”?
Teremos nós a alma pequena, ou tudo o que é pequeno, é o cérebro do Português (não do Povo) que gastou o que não devia!!!
Deixou-nos à mercê de uma esperança. Esperança que D. Sebastião regresse, a esperança de um quinto império que traga tudo aquilo que devia ser de Portugal.
Terra de Descobrimentos, Sacrifícios, Patriotismo. Terra de mães vitoriosas, de Reis com força e vontade. Terra de Religião e distinção no Mundo.
Invoco um Portugal Novo…
Um Portugal em que o Português se possa orgulhar.
Evoquei Portugal, agora Invoco para que Portugal olhe em frente com a consciência que o seu passado poderia ser Tudo, tudo o que hoje precisávamos.
Lembras-te quando falávamos do futuro como se estivesse próximo?
Catarina Portela
Como me olhavas, como me fazias sentir mulher, como me chamavas linda…
Eu lembro-me como se fosse hoje, daquela sensação de certeza, de futuro. Daquela sensação de Lar e de família.
Lembro-me que estava mais tempo com a tua família, do que com a minha, e gostava…
É quase impossível explicar e entender, como tudo isto se foi, em tão pouco tempo.
Foram anos e anos a partilhar sonhos, a reforçar laços de afecto.
Tu conheces-te o melhor de mim, e de pior, tinha eu pouco nessa altura…Infelizmente crescer, não é o mais fácil da vida.
Confesso que tenho saudades, não de ti, (já que o amor se foi), mas de uma calma e um aconchego que nunca mais tive.
Há necessidades do qual não devemos abdicar, o aconchego é uma delas.
Aquele reforço de baterias, aquela sensação que te ouvem, e conseguem sentir tudo da mesma forma que tu.
Acabar com algo que se desejava, acredito que seja raro.
Afinal as pessoas tendem a ficar com o que querem, o que lhes traz estabilidade.
Eu não. Eu não escolho.
O meu coração é que escolhe, e não quero nem saber o que me diz a mente.
É no coração que reinam as emoções fortes, puras e verdadeiras (por vezes confundidas com devaneios mentais).
Estou feliz sem ti, embora reconheça que obviamente tinhas características que me faziam bem.
Sinceramente, por vezes sinto-me a lutar sozinha, mas foi bom para mim, ser dependente de alguém, é colocares-te numa felicidade limitada…
Foste o amor que desejei para sempre
E como se costuma dizer : - Foi eterno enquanto durou!
Oh Amor que contas histórias que nem ouço, enquanto te olho por dentro, deserto sem medo. E perguntas já irritado, se presto atenção?
Catarina Portela
Amor, eu ouço as mais belas palavras. Palavras que aquecem um coração cheio de vontade de lutar contigo, num espaço perdido.
Grito ao mundo, para que possam ouvir que o feitiço que me colocaste é sagrado, único e verdadeiro.
Agora sim vejo, ouço e sinto.
Agora tremo, gemo, choro e sorrio com intensidade.
Agora tocas-me e levas-me numa viagem terna, suave e pacífica.
E qual não é a surpresa quando descobri que navegava por entre Deus do Olimpo!?
Sim, desejo que seja eterno.
Que seja eterno o teu olhar, o teu toque, o teu beijo…
Que seja eterno a tua birra, o teu rosto cansado, o teu desespero assustado.
Amo, simplesmente amo cada pedaço teu, que me completa, que contigo desperta para uma nova realidade.
Estúpida alegria que te torna meu destino. Preso a mim, num espaço, num tempo, num lugar… Um lugar meu, onde só entra a quem eu abro a porta.
Abria para ti e descobri em ti, bocados de mim, que ninguém imagina existir.
Somos cavaleiros solitários que guardamos um segredo, que não devemos revelar, para que cada um seja digno de descobrir…
Amor, que me reavivas apenas com a tua presença…
Dá-me a liberdade, e tem a bondade, de me deixar continuar aí… no teu lugar, onde me descobri, a mim.
Tens mais do que possas imaginar, e menos do que outros conseguem ver.
Catarina Portela
És quem está presente, mesmo não estando.
És uma constante lembrança positiva, que me anima inconscientemente.
Confidente de todas horas, que arrancas palavras da minha boca, sem que eu tas pudesse contar.
Tens de mim o meu mais profundo ser, e és para mim mais do que qualquer um possa ver.
E de mim conta com as palavras mais sinceras, mas sobretudo com a compreensão que nos permite confundir com qualquer familiar, com quem podes sempre, mas sempre, contar.
Não esperes que vá embora e te esqueça.
Sabes porque?
Porque uma amizade com esta proporção, jamais se apaga.
Permanece no peito como nascente, onde cresce saudade de voltar.
Voltar à infância, onde tempo e a distância não nos separava.
Onde rompíamos fronteiras, barreiras inimagináveis.
E acreditávamos piamente que íamos mudar o mundo, e fazer sorrir as pessoas à nossa volta, de uma forma simples.
É verdade, continuamos a crescer, sem poder travar o tempo para relembrar todos os dias, como foi e é bom, ter uma amizade tão pura e verdadeira…
Onde não se precisa de esconder nada…
Porque eu sei…
Eu ainda sei ver em ti quando te escondes,
Ainda sei olhar para ti e ver do que gostas, mesmo quando não querias gostar.
E não vejo em ti a maldade, mesmo que a tenhas, está alheia a meus olhos, pois guardo de ti, o melhor da minha vida…
Os meus primeiros passos.
A minha definição como pessoa.
Foi a teu lado que tudo começou…
E só depende de nós, não fazer esquecer todos aqueles anos, em que fomos uma só.
Estou aqui amiga, sempre.
A verdade torna-te imponente, crente que a falsidade e a maldade jamais prevaleceram perante a justiça.
Catarina Portela
Justiça é um conjunto de leis muito mal geridas, procuram na mesma frase demonstrar mil e uma forma de verdades distintas.
Corrompidas por mentes obscuras, defendidas por dinheiro, ou mal defendidas por falta dele.
Um saber perspicaz que muda a forma de estar. Estes ficam sem paciência para ouvir dificuldades, afinal para muitos, não passam de banalidades.
Uma transformação de pessoa, de carisma, de personalidade, uma transformação de verdade.
Uma inteligência repleta de estratagemas, de um poder mal utilizado, um crescer conturbado que deturpa o ser humano.
Justiça nunca será o “respeito à igualdade de todos os cidadãos.”, pelo menos enquanto nós seres humanos imperfeitos, tão cheios de defeitos, decidirmos ter um poder que não nos pertence.
A verdadeira justiça vive na consciência de cada um, que guarda para si o que verdadeiramente acontece, mas tenta mostrar aos outros uma verdade que não existe, e que apenas gostava que existisse…
A lei permite ao bom senso decidir se a quer usar para a verdade, ou se a quer deturpar na mentira…
Isto sim, é injúria.
Mas todos lhe chamam vulgarmente de justiça.
Momento vigoroso
Catarina Portela
Esse em que te encontro
Perdido em meu olhar
Entre marés,
Difíceis de alcançar
Como se de um oceano se tratasse
Á espera que nunca acabasse,
A firmeza
Com que conduzes o leme.
Leva-me a locais
Onde as lágrimas secam,
Onde o Sol nunca se deita,
Onde por entre nuvens espreita
E me transparece a calma,
Me acalma a alma.
Já fui a um sítio
Que tu nunca conheces-te
De costa voltadas para o mundo
Tu apareces-te.
Dás-me a força
A vida
Constróis-me os sonhos
E de forma sentida
Me fazes sentir especial
Como se algum modo espiritual
Me transportasses para um mundo melhor.
E nesse sitio,
Há um universo de sofrimento…
Mas descobri que não importa
As barreiras que tivermos que ultrapassar
Porque há um lugar
(Cá dentro)
Que não deixa que saias de meu pensamento
Um lugar onde existe
O eterno Amar
Onde sinto esse...
Momento vigoroso
Esse em que te encontro
Perdido em meu olhar.
Não…
Catarina Portela
Ela não é mais que tu!
Ela não vale mais, é apenas mais uma personagem neste teatro do mundo, que ainda não cresceu.
Não te podes prender à infância, aos medos e à insegurança.
A tua adolescência vale muito.
Achas que os teus problemas são motivo para perderes anos de vida?
Não…
Há tanto neste mundo, para captar, para aprender, para viver.
Que nada te tire a força, a atitude, a tua marca, a tua personalidade.
Tudo o que te torna singular.
És pura, ainda, singela, apetece conservar-te numa caixa e não te mostrar a ninguém… mas não pode ser.
Tens que ir à luta.
Sofrer, crescer, amadurecer.
Estou aqui sempre que precisares, amigo é assim, pronto e preocupado, com tudo o que te possa abalar.
Mas não posso crescer por ti.
Não te posso tapar os olhos e depois acordares e veres tudo bonito.
A vida não é bonita, mas tu podes torna-la.
Vai e vence, estarei feliz se te vir vencer.
Força que me entras pelo peito, e sem jeito me contas, que tudo pode mudar.
Catarina Portela
Sussurras, e deixas lá dentro uma porta aberta com horizontes defendidos, tão cheios de marés e de esperanças.
Arrastas contigo tudo e todos, numa felicidade ilimitada, digna de ser regada pelas mãos de uma criança.
Vê-la!
Tão pura e cheia de vida!
Vê como sorri, como te transmite harmonia e paz.
Ai criança em mim, que choras quando te contrariam, e ris quando te fazem cócegas.
Criança que cais e dolorosamente te levantas
Criança em mim, que sorri para muitos, discrimina outros, tão mortos. Coitados, o que a vida fez deles!
Sou, sou criança.
Criança, como todos nós devíamos ser.
Criança que diz que não gosta da sopa, nem de “picas”, criança que faz birras.
Mas que sabe, melhor que ninguém, sorrir…
Sou criança e vós também devias ser.
Para olhar nos olhos sem medo, porque estamos protegidos.
Para falar sem receio, pois a nossa opinião é sempre relevante.
Para aprender todos os dias.
Para achar que a vida tem ainda tanto, e tanto para mostrar.
Esta força sobe como balão, e atinge uma dimensão surreal, mas não tem qualquer mal crescer assim.
Para muitos, não passa de uma lembrança…
Mas as crianças continuam, a rir, a chorar, a levantarem-se, e a aprenderem, vezes sem conta…
Até que um dia, quem sabe, se esquecem que foram crianças…
Oportunidade silenciosa
Catarina Portela
Onde se pode ouvir o luar
Onde te posso sentir respirar.
Olhando as estrelas do céu
Perdidos num tempo meu
Fugindo do mundo
Cobertos por um véu.
Este estado humano
Não nos deixa viver
Não nos faz esquecer
Aquela sanidade mental
Que por vezes nos afecta
Que por vezes nos faz mal.
Instante afortunado
Se estás a meu lado
O coração bate mais forte
Aperto-te
Apercebo-me da sorte.
Peço-te te acredites
No sonho que eu anulei
Mas que devido a ti
Lutei
Sacrifiquei
Só depende de ti
Eu voltar a acreditar
Reforça a palavra “Amar”.
És nova, inexperiente, e o amor bateu-te à porta.
Catarina Portela
Entregaste-te cegamente.
Deste à luz uma criança que não pedis-te, mas a tua vida não ficou por aqui.
Os problemas sucedem-se. O teu amor não trabalha, tu ganhas o salário mínimo, e pagas a luz, a água, a renda, a comida, os vícios dele, e a tudo o que precisa a criança.
E as dívidas, começam...
Deves ao talho, à mercearia, deves a renda. E o teu amado continua sem trabalhar…
Tu tão activa, que após dares à luz, vais trabalhar.
Tão nova e nem os direitos estão a teu lado.
E choras, choras sem ninguém ver.
Em quantos meses é que a tua vida mudou …
Depressão, medicação, pouca sorte, e alguém a teu lado sem vontade de ajudar, sem vontade de ver os sacrifícios e as virtudes que fazem de ti mulher.
Ele realmente manipula-te, e nota-se, nota-se tanto que o amas, e que queres ficar com ele, apesar dos defeitos e dos teus suores de trabalho.
Entregas então a criança aos teus pais, e partes, para onde ninguém te conhece, a não ser o teu amor. E tentas refazer a tua vida, sem uma parte de ti.
Está tão errado...
Esse homem que não vê o quanto o amas, o quanto já deixas-te, o quanto já te sacrificas-te.
Acorda, vê e exige dele, tanto quanto possas.
Refaz a tua vida.
E vai, vai buscar a criança.
Vai buscar aquela que inconscientemente já sente a tua falta, já sonha contigo.
Não queiras a culpa de não a veres crescer. Não queiras os remorsos que a distância te pode vir a trazer.
É como se pudesse ouvir: - Volta mãe, preciso de ti!
E que mais posso eu dizer, de alguém que eu vi escolher o amor de um homem, ao amor da sua própria criança, da sua própria carne, e saber que esse homem, ainda não abriu os olhos para este mundo onde está difícil viver.
Que mais posso eu dizer, de alguém que vi partir arriscando mais do que a sua vida.
Vejo-te.
Mulher forte.
Mulher menina.
Mulher inocente.
Mulher cansada.
Mulher confusa.
Vejo o que não quero ver.
A confiança não é inata, não aparece e desaparece.
Catarina Portela
A confiança é conquistada.
Não deves traze-la e depois tira-la, como se fosse um brinquedo roubado das mãos de uma criança.
A confiança dá-se por dar, não ficas à espera da recompensa, apenas esperas não ser traído por homicidas da amizade.
É rara, mas verdadeira.
Pode ou não durar uma vida inteira?
Confiança anda de mãos dadas com a verdade. Um dia roubada, deixa saudade.
Saudade da pessoa a quem davas por dar, ouvias por ouvir, pedias porque sabias não estar realmente a pedir.
Saudade da certeza das palavras pronunciadas, da realidade que todas essas frases te traziam.
Um dia arrancam-ta do peito, ficas assim, sem jeito. Num vazio, esquecido pelos impuros.
Perguntas porque? Sem resposta, num único sentimento de injustiça…
Perdoas-te a ti, e por fim voltas a confiar.
Porque ser Humano, também é errar.
Desculpa por exigir de ti
Catarina Portela
Um ser perfeitamente trabalhado
Adaptado a uma nova realidade
De que te amo de verdade.
Tudo isto é possível
Se o sentimento persistir
À minha necessidade de perfeição
Não vou desistir
De me dares a tua mão
A um projecto
Que sonho construir contigo
Tens que ser mais que um amigo
Pessoa leal, responsável
Preocupada com uma vida em conjunto
Onde te quero sempre junto.
O sentimento é crucial
Mas não tem qualquer mal
Pedir que estejas sempre presente
De corpo e alma
Que tragas a calma,Clareza, objectividade
Para resolver as barreiras
E definir fronteiras
Desculpa por exigir de ti
Uma vida diferente
Mas como pessoa inteligente
Saberás analisar
Que não te quero magoar
Sabes que um relacionamento
Não sobrevive apenas com sentimento
A vida em união é muito mais que isso
Uma partilha constante
Á procura de um futuro triunfante
Onde pela vida fora
Sabes que podes contar
Com um braço forte para te amparar
Então chegará o momento
Por nós tanto esperado
Estarás preparado
Para termos alguém do nosso lado.
Numa mistura de mundos esquecidos, encontro-te perdido, e ficas em meu ser. Resistes, afastas, desenlaças fios de ternura, mas ficaste.
Catarina Portela
Obrigado por ficares, por me arrastares nos teus problemas.
Obrigado pelas lágrimas sofridas, feridas que me fizeram conhecer um ódio sem fim…de mim.
Obrigado por estares, por discutires, por sentires a minha dor.
E tenho ainda que te agradecer pelos meus distúrbios mentais que me fazem mais fraca fisicamente, e me moí o coração, numa aflição de amargura e num meio de incerteza.
E se pensas que falo ironicamente, muito te enganas.
Eu amo cada momento, desde o aflito, ao sucumbido.
Desde o arrepio gélido, ao arrepio de prazer.
Amo o teu mais profundo ser.
Amo e venero cada desespero descontrolado, necessário á nossa maturidade.
Adoro os nossos momentos de infantilidade.
Que seria dos meus momentos preocupados, sem alguém como tu para os atenuar…ou agravar?
Que seria dos meus momentos agradáveis, se não te tivesse ao meu lado para os partilharmos?
Mas que seria da minha vida, sem te ter a ti, para a preencheres?
Porque bem ou mal, escolhi-te a ti, para fazeres da minha vida o Inferno e o Céu.
E assim quero que continue.
Não consegui guardar-te num momento para sempre.
Catarina Portela
Procurei prender-te a mim num pensamento constante. Até que me cansasse de ter a mente desperta, mas tive medo de adormecer.
Quando acordei não estavas a meu lado, senti mais uma vez a tua falta.
Rebolei por entre os lençóis brancos, olhei para o teu lugar vazio…
O relógio estava casmurro em não querer retroceder para o tempo em que estava presa em ti.
Não havia som, palavras, ou companhia que substituísse o lugar que ocupavas.
É a hora.
De comermos na mesma mesa, partilharmos o mesmo tecto, de te roubar os cobertores, de reclamar a desorganização, de pensarmos para Nós.
É o tempo de sorrir de manha, e sorrir ao deitar.
De dormirmos agarradinhos, como se ao não houvesse amanha.
De pensar em tarefas diárias banais, que darão imenso gosto, fazer a dois.
Ansiosa de olhar para ti e ver defeitos e qualidades que só as paredes podiam mostrar.
Quero que os meus sonhos sejam os teus, quero ouvir a tua voz mal o sol espreite, e sentir o teu toque mal a lua se levante.
Quero-te onde preciso de ti, a meu lado.
Certeza implica um raciocino inquestionável.
Catarina Portela
Não podes deambular a vida inteira apenas “achando”.
Transmite a convicção dos teus actos, das tuas palavras.
Transmite a firmeza no teu olhar.
Tens que ter a força para caminhar, assumir as escolhas e as consequências das tuas acções.
Passear sem medo nesta estrada de loucos e sábios.
Tens que ser um Eu Completo, sem medo de errar. Tens que conquistar.
Viver com a certeza, é viver sem arrependimento, é não mostrar a fraqueza que aparece dentro de ti.
Se apenas achares, que evolução será a tua?
Queres ouvir sempre o professor da vida?
Cresce, não olhes para trás.
Sobrevive, e torna-te eficaz, num mundo onde as palavras e os teus actos são julgados sem dares por nada.
Não sejas manipulado pelos demais malfeitores, que se aproveitam da ingenuidade, da infantilidade, da ignorância.
Assume a tua vontade.
E agora?
Achas ou tem a certeza?
Deixa lá a tua fraqueza…