Desabafo
Antônio Carlos Baena
Queria poder ouvir a voz do coração,
Mas deixaram ele mudo,
E meu peito arde como uma queimadura de terceiro grau.
Desde que me forcei á fazer
Tudo aquilo que tem me trazido dor.
Não adianta lutar quando já se sabe
Que os olhos, não conseguem produzir lágrimas.
Mas nada acabou,
Durmo toda noite esperando a alegria
Por que esperança não existe mais,
E o sentimento que sustenta a alma
Se tornou meu leito.
Gostaria de saber o que vc sente,
Se é gostoso voltar ao próprio vômito
E machucar quem não merece.
Enquanto isso fecho os olhos
E tento abrir o coração,
Para que possa prevalecer a consciência
E para que as minhas lágrimas não se tornem geladas
Como meu sentimento por você.
Descubra seu Amor...
CArlos
Se queres descobrir o amor em teu ser, primeiro observa o nascimento das flores sobre as pedras, o nascimento da borboleta em seu casulo tão limitado...
Observa o sol nascendo e iluminando o que há pouco era só escuridão...
Se queres conhecer o amor, observa o movimento gracioso dos ventos por entre as flores e vê as sementes sendo lançadas para outros solos, transformando-os, delicadamente, sem pressa...
Observa a generosidade com que a natureza te acolhe, mostrando com seus movimentos a importância de te sentires como ela te sente.
Se queres sentir amor, olha para os teus irmãos com a disposição de, sem julgamento, vê-los como eles são...
Olha para ti e aceita o que vem do teu coração, banhando teu ser de luz e confiança...
Se queres compartilhar o amor, apenas estende tua intenção e ela chegará ao mundo e a ti retornará, trazendo-te as bênçãos Daquele que sorri com tua conduta.
Se queres prosseguir com o amor, procura viver de acordo com as dádivas que te foram dadas...
Apenas caminha por entre os percursos que para ti já estão preparados e vai, vai com tua luz, iluminando o que parece ser escuro, respeitando cada ser que o teu caminho acolher, compartilhando o teu conhecer, a tua alegria e a tua integridade enquanto Filho de Deus.
Desejo a você...
Carlos Drummond de Andrade
Fruto do mato, cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor, sábado com seu amor, filme do Carlitos, chope com amigos, crônica de Rubem Braga, viver sem inimigos, filme antigo na TV, ter uma pessoa especial e que ela goste de você.
Música de Tom com letra de Chico, frango caipira em pensão do interior, ouvir uma palavra amável, ter uma surpresa agradável, ver a banda passar.
Noite de lua cheia, rever uma velha amizade, ter fé em Deus... Não ter que ouvir a palavra não nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança, ouvir canto de passarinho, sarar de resfriado, escrever um poema de amor, que nunca será rasgado.
Formar um par ideal, tomar banho de cachoeira, pegar um bronzeado legal, aprender uma nova canção... Esperar alguém na estação.
Queijo com goiabada, pôr-do-sol na roça... Uma festa, um violão, uma seresta. Recordar um amor antigo, ter um ombro sempre amigo, bater palmas de alegria.
Uma tarde amena, calçar um velho chinelo, sentar numa velha poltrona, tocar violão para alguém, ouvir a chuva no telhado, vinho branco, Bolero de Ravel e ...muito carinho meu.
Detalhes
Roberto Carlos
Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...
Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...
Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim...
Eu sei que um outro
Deve estar falando
Ao seu ouvido
Palavras de amor
Como eu falei
Mas eu duvido!
Duvido que ele tenha
Tanto amor
E até os erros
Do meu português ruim
E nessa hora você vai
Lembrar de mim...
A noite envolvida
No silêncio do seu quarto
Antes de dormir você procura
O meu retrato
Mas da moldura não sou eu
Quem lhe sorri
Mas você vê o meu sorriso
Mesmo assim
E tudo isso vai fazer você
Lembrar de mim...
Se alguém tocar
Seu corpo como eu
Não diga nada
Não vá dizer
Meu nome sem querer
À pessoa errada...
Pensando ter amor
Nesse momento
Desesperada você
Tenta até o fim
E até nesse momento você vai
Lembrar de mim...
Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
Um grande amor
Não vai morrer assim
Por isso
De vez em quando você vai
Vai lembrar de mim...
Espelho, espelho meu...
Perguntas - Entre sonhos grilos e paixões - Carlos
dizei-me se há alguém
mais, atrapalhada
mais confusa,
mais entusiasmada,
mais preguiçosa,
mais esquisita,
mais animada,
mais perdida,
e mais apaixonada
do que eu?
espiral de sol -
Carlos Seabra
luz nas frestas da
escada em caracol
espuma do mar
Carlos Seabra
adensa o voo das
gaivotas no ar
Esse homem de que fala
Carlos Augusto Cacá
bem que podia ser eu.
Suas pernas, duas alas
conduzindo ao apogeu.
O seu corpo como vi,
até as marcas de dores
que imagino em ti,
nos meus versos sonhadores,
as palavras provocantes,
presentes desde o começo,
já são coisas de amantes
e ainda nem a conheço.
Dois caminhos, uma chave,
Babado novo (Mestre e aprendiz)
Um estranho, uma porta errada
E eu que pensei que estava a um passo do amor
A vida correndo e eu aqui,
Você era mestre eu aprendiz
No tempo em que solidão andava lá fora
Eu vi o passado voltar,
Depressa pra me machucar
Mas não é medo é só saudade
Que invade e faz morada até
(Refrão)
Esse tempo longe me fez ver
O quanto o amor da gente é bom
E se fica tarde eu pego telefone e ouço o som
Que vem da sua voz, tá de manha
Até
Esse tempo longe me fez ver
O quanto o amor da gente é bom
E se fica tarde eu pego o telefone e ouço o som
Que vem da sua voz, tá de manhã
A vida correndo eu aqui
Você era o mestre eu aprendiz
No tempo em que a solidão andava lá fora
Eu vi o passado voltar
Depressa pra me machucar
Mas não é medo é só saudade
Que invade e faz morada até
(Refrão)
Dois caminhos, uma chave
Um estranho na porta errada
É bom lembrar como aprendi a caminhar.
Carlos Augusto Cacá
A cada tombo percebia o duro chão.
Mas não desiste quem enxerga a lhe esperar
Sorriso aberto, esparramado coração.
Mão estendida à minha mão me dava o prumo.
Ainda assim, não impedia o novo tombo.
Apoio apenas, quando ainda é alto o ombro,
Deixando claro serem meus o risco e o rumo.
Se ainda hoje o meu destino é tão distante,
Já me conforta a cada passo estar mais perto.
O importante é escolher o rumo certo.
Na companhia de incontáveis caminhantes,
Sigo seguindo, solto o passo e vou adiante,
Cabeça erguida, pés no chão e peito aberto.
(do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
E DEPOIS SENHOR?
Edi Carlos
Um homem de negócios, americano, no ancoradouro de uma aldeia da costa mexicana, observou um pequeno barco de pesca que atracava naquele momento, trazendo um único pescador. No barco, vários grandes atuns de barbatana amarela. O americano deu parabéns ao pescador pela qualidade dos peixes e lhe perguntou quanto tempo levara para pescá-los.
- "Pouco tempo" - Respondeu o mexicano.
Em seguida, o americano perguntou por que ele não permanecia no mar mais tempo, o que lhe teria permitido uma pesca mais abundante.
O mexicano respondeu que tinha o bastante para atender as necessidades imediatas de sua família.
O americano voltou à carga:
- "Mas o que é que você faz com o resto de seu tempo?"
O mexicano respondeu:
- "Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, tiro a sesta com minha mulher, Maria, vou todas as noites à aldeia, bebo um pouco de vinho e toco violão com meus amigos. Levo uma vida cheia e ocupada, senhor".
O americano assumiu um debochado ar de pouco caso e disse:
- "Eu sou formado em Administração de empresas em Harvard, perito em 'Qualidade' e poderia ajudá-lo. Você deveria passar mais tempo pescando e, com o lucro, comprar um barco maior. Com a renda produzida pelo novo barco, poderia comprar vários outros. No fim, teria uma frota de barcos pesqueiros. Em vez de vender pescado a um intermediário, venderia diretamente à uma indústria processadora e, no fim, poderia ter sua própria indústria. Poderia controlar o produto, o processamento e a distribuição. Precisaria deixar esta pequena aldeia costeira de pescadores e mudar-se para a Cidade do México, em seguida para Los Angeles e, finalmente, para Nova York, de onde dirigiria sua empresa em expansão".
- "Mas, senhor, quanto tempo isso levaria?" - Perguntou o pescador, com os olhos arregalados.
- "15 ou 20 anos" - Respondeu triunfante o americano.
- "E depois, senhor?"
O americano riu, e disse que essa seria a melhor parte.
- "Quando chegasse a ocasião certa, você poderia abrir o capital de sua empresa ao público e ficar muito, muito rico. Ganharia milhões".
- "Milhões, senhor? E depois?"
- "Depois..." - Explicou o americano - "...Você se aposentaria... Mudaria para uma pequena aldeia costeira, onde dormiria até tarde, pescaria um pouco, brincaria com os seus netos, tiraria a sesta com a sua esposa, iria à aldeia todas as noites, onde poderia tomar vinho e tocar violão com os amigos..."
- "Pois é, senhor... É exatamente assim que eu vivo!" - Concluiu, sorrindo, o pescador...
É preciso saber viver
Roberto Carlos
Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra do caminho
Você deve retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver
Toda pedra do caminho
Você deve retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver
ESTRANHO MUNDO
Luiz Carlos Rodrigues dos Santos
O mundo mudou enquanto eu dormia,
Acordei e perdi minha fantasia.
Cadê os amigos, os amores que tinha?
Tudo está estranho, um vazio me domina.
O mundo gira e no lugar nada fica,
O som dessa engrenagem me embriaga, contamina.
Nos olhos um brilho com água cristalina,
Lembranças dos sonhos com luz alcalina.
O tempo não me esperou, fiquei na esquina,
Partiu no vento a vida colorida.
O amor morreu enquanto eu dormia,
Saudades de mim, vida vazia.
Somos meros espectadores dessa vida sofrida,
Meu corpo cansado inerte definha.
Minha perna teimosa ainda caminha,
Leva-me pro nada, abismo da vida...
estrela do mar
Carlos Seabra
abraça a areia
para a beijar
Eu não me acostumo sem seus beijos
Roberto Carlos
E não sei viver sem seus abraços
Aprendi que pouco tempo é muito
Se estou longe dos seus braços
E por isso eu te procuro tanto
E te telefono a toda hora
Pra dizer mais uma vez "te amo"
Como estou dizendo agora
Eclesiastes 3:1 ao 8
Antônio Carlos Baena
Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Eu Nasci e Morri,pois Plantei e Colhi aquilo que me matou.
Quem poderá me curar?
Derrubei meu castelo,agora penso em algo para edificar.
Chorei ao mesmo tempo em que ria,pranteei quando era tempo de dançar.
Espalhei pedras mas ainda não juntei.
Passei tanto tempo abstendo-me de abraçar,quando abraçei,amei,mas novamente chorei,pois deixaram-me de abraçar.
Agora é tempo de buscar,por que já perdi.
Vou guardar e espero não ter que deitar fora.
Rasguei meu coração e agora preciso costurá-lo.
E calado agora,nada tenho para falar.
O tempo ainda não chegou.
Porém quando vier,espero que seja tempo de amar e não de odiar.
Por que em guerra está meu coração.
Não me importo pois creio em Deus que ainda vou trilhar o caminho da paz.
Por que há tempo para tudo.
Estava precisando fazer uma faxina em mim… Jogar alguns pensamentos indesejados fora, lavar alguns tesouros que andavam meio enferrujados. Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais. Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões. Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei; joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li. Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas e as coloquei num cantinho, bem arrumadinhas, com bastante cuidado. Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras que nunca queria ter dito, mágoas, lembranças de um dia triste. Mas lá também havia coisas e boas. Aquela lua cor de prata, um pôr do sol, uma música. Fui me encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças. Aí, sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas. Joguei direto no saco de lixo os restos daquilo que pensei ser amor; peguei palavras cheias de mágoas que estavam na prateleira de cima, e também joguei fora, no mesmo instante. Outras coisas que ainda me ferem, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, talvez as mande para o lixão. Aí, fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda tudo o que é mais importante: o Amor, a Alegria, os Sorrisos e a Fé. Arrumei com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista. Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurado bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar e de recomeçar.
Carlos Favaro Fanta
ETERNO
Carlos Drumond de Andrade
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata!
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas ao invés de ter a noção da vida dos outros.
Fácil é perguntar o que se deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na agenda telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?".
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas.
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém. Dizer o que se deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando preciso e com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer, ou ter coragem para fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar é se entregar e aprender a dar valor a quem te ama.
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata!
Carlos Drumond de Andrade
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai"?
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos.
EU ETIQUETA
Carlos Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Roberto Carlos
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito
Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade
Eu Preciso De Você
Antonio Carlos Jobim Aloysio de Oliveira
Como o sol precisa de um poente
Eu preciso de você, só de você
Como toda orquestra de um regente
Eu preciso de você, só de você
Como a flor precisa de perfume
E a mulher de ter ciúme
Quando o seu amor não vem
Preciso tanto de você
Como a noite busca a madrugada
Eu preciso de você, só de você
Se o poeta busca a bem amada
Eu preciso de você, só de você
Só você não sabe a solidão
De tão imensa é uma doença
Que me deu no coração
Se o ateu precisa de uma crença
Eu preciso de você
Eu sei que o sofrimento tem visitado o teu coração.
carlos pastorinor
Não tenho muito o que dizer e é bom que seja assim.
Existem acontecimentos que não combinam com as palavras.
Foram feitos para o silêncio
Eu te amo, não é só apenas três palavras, é um sentimento, chamado amor
Carlos
Exemplo de mulher,Myrthes,mãe,irmã, amiga, conselheira, ajudadora, fiél, sincera, trabalhadora, um ser insubstituível, única te amo muito hoje e eternamente, seu filho beijo...............
CARLOS FÁBIO VIEIRA COUTINHO