GRANDIOSIDADE
Bruno Bezerra
(poeminha do amor de mãe)
Lamentar-se em pranto na praia
Não polui o mar...
Pois que toda aquela água
São tão somente lágrimas
De uma mãe que também chora
Na mesma proporção...
Do amor que tem pra dar.
ÚNICO
Bruno Bezerra
O homem é o único animal
Capaz de matar um rio.
Prática suicida... irracional
Assassinato a sangue frio.
SOBERANO
Bruno Bezerra
Quando nascemos, a vida abre aspas
Para o nosso bem mais precioso... o tempo.
E então o tempo dispara
O tempo não pára
O tempo acelera
O tempo não espera
O tempo inspira
O tempo conspira
O tempo escraviza
O tempo liberta...
Faz esquecer
Faz relembrar
Faz amadurecer
Faz envelhecer
Faz apodrecer...
Mas o tempo endurece
O tempo amolece
O tempo padece
O tempo clareia
O tempo escurece
O tempo acolhe
O tempo não escolhe
O tempo precede
O tempo impede
O tempo socorre
O tempo consola
O tempo permite
O tempo decide
O tempo amanhece
O tempo entardece
O tempo anoitece
O tempo revolta
O tempo conforma
O tempo não volta
O tempo é passado
O tempo é futuro
O tempo é presente (sempre)
O tempo é bondoso
O tempo é maldoso
O tempo acompanha
O tempo abandona
O tempo aprisiona
O tempo é uma zona
O tempo nos passa...
E a vida então... fecha aspas.
O VENTO E O TEMPO
Bruno Bezerra
Se o vento movimentasse o tempo
O tempo seria assim como um cata-vento
Girando e parando a todo o momento
O tempo seria assim como um barco à vela
Indo e voltado em diferentes momentos
O tempo seria assim como a poeira
Pairando e assentando em cada vão momento
O tempo seria assim como a inspiração
Fluindo e fugindo no exato momento
O tempo deixaria de existir... em certos momentos
Como não existe o vento... na calmaria do tempo...
Domingo
Bruno Bezerra
Um bom domingo
Dá-se... quando conseguimos
Fazer brotar desse dia
A leveza e a alegria
Como no rosto de uma criança...
Sorrindo.